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Sete cardeais brasileiros estão aptos para votar em novo papa; Lula decreta luto oficial

Presidente Lula decreta sete dias de luto oficial

Sete brasileiros estão entre os cardeais aptos a participarem da votação para novo papa. Imagem Reprodução Freepik.
Sete brasileiros estão entre os cardeais aptos a participarem da votação para novo papa. Imagem Reprodução Freepik.

Dos 136 cardeais com menos de 80 anos aptos a votar, sete são brasileiros. O conclave, responsável por eleger o novo papa, deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira (21) aos 88 anos.

Agora, a Igreja Católica entra em período de Sé Vacante. Caberá ao camerlengo, que é o cardeal responsável pela administração dos bens e Tesouro do Vaticano, o papel de governo temporário e as atividades de transição de poder. O cargo será ocupado atualmente pelo irlandês Kevin Joseph Farrell.

Dos cardeais brasileiros aptos à votação, estão:

  • Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos
  • João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos
  • Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos
  • Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos
  • Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos
  • Sérgio da Rocha, Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos
  • Jaime Spengler, presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos

Diante do ocorrido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou nesta segunda-feira (21) luto oficial de sete dias em homenagem ao papa Francisco. Por meio de nota, o presidente destacou o legado do pontífice argentino Jorge Mario Bergoglio e lamentou profundamente a perda de uma “voz de respeito e acolhimento ao próximo”.

Lula ressaltou que Francisco viveu e propagou valores como o amor, a tolerância e a solidariedade.

“Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o Papa buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia”, disse.

O presidente também destacou a atuação do papa em temas centrais da agenda social e ambiental global. Segundo ele, com simplicidade, coragem e empatia, Francisco levou ao Vaticano o debate sobre as mudanças climáticas e denunciou modelos econômicos geradores de injustiças e desigualdades.

“Ele sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito”, afirmou Lula.

O presidente lembrou ainda os encontros que teve com o papa, ao lado da primeira-dama Janja da Silva, como momentos de carinho e partilha de ideais comuns.

“Pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará”, disse.

Ao finalizar a nota, o presidente desejou consolo a todos que sofrem com a perda do líder religioso.

“O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações”, concluiu.

Encontros entre Lula e o papa Francisco

O presidente Lula e o papa Francisco se encontraram oficialmente em três ocasiões, sendo o terceiro em 14 de junho de 2024, durante a Cúpula do G7, realizada na região de Apúlia, no sul da Itália. O papa participou pela primeira vez como orador no evento, destacando a necessidade de um uso ético da inteligência artificial e condenando o desenvolvimento de armas autônomas letais.

Em uma reunião privada, Lula e Francisco voltaram a discutir temas como o combate à fome, a promoção da paz e a necessidade urgente de reduzir as desigualdades globais. Em fevereiro deste ano, foi Janja quem teve um novo encontro com o papa Francisco em meio a uma viagem a Roma para a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Ainda em 2023, após sua eleição, o papa Francisco esteve no Brasil como primeiro destino internacional e foi recebido pela então presidenta Dilma Rousseff.