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Pesquisa destaca os pontos fortes do rádio na era covid-19

Marcelo Casall Jr, Agência Brasil.
Marcelo Casall Jr, Agência Brasil.

No início de junho o rádio norte-americano acompanhou mais uma pesquisa que mostra o papel do rádio durante a pandemia do coronavírus. Com as dificuldades expostas pelo momento nos Estados Unidos, ficou mais clara a importância emocional que as estações possuem no dia a dia das pessoas. Pontos como a presença de comunicadores no ar, música e o perfil local das emissoras também foram destacadas pela Techsurvey 2021 da Jacobs Media, no levantamento “Radio in the Year of COVID”.

O levantamento foi feito com mais de 42 mil ouvintes de rádio, em 470 estações participantes, relacionado ao mercado dos Estados Unidos. A pesquisa Techsurvey 2021 da Jacobs Media é realizada anualmente, mas desta vez os dados são relativos a um período de mudanças comportamentais, devido à covid-19.

“Para as estações de rádio que estavam realmente fazendo seu trabalho no ano passado, essa conexão emocional se tornou um grande negócio”, afirmou o presidente da Jacobs Media, Fred Jacobs, durante um webinar na quinta-feira passada (6). “Isso nos mostra o valor de atender às necessidades emocionais das pessoas, especialmente durante tempos de intensa dificuldade”, completa o executivo.

Os destaques: o peso dos comunicadores para a audiência

Considerando os resultados históricos anuais da Techsurvey, em 2019 foi o primeiro ano em que os participantes disseram que o principal motivo de se ouvir uma estação é pela “personalidade do ar”, que seria o equivalente a comunicador ou locutor no Brasil. Antes desse período, o principal motivo era a execução de músicas. Na pesquisa de 2020, antes da pandemia, esse número de 59% para os comunicadores ficou estável em relação ao levantamento anterior, saltando depois para 61% na pesquisa atual, já sob efeito pandêmico. A música manteve patamares semelhantes como peso nos últimos três anos, registrando hoje 55%.

“Durante a covid, quando muitas pessoas exibiam suas emoções em suas mangas, as personalidades do rádio que aproveitaram isso fizeram um ótimo trabalho em abraçar seu público”, afirmou Jacobs durante a apresentação dos dados de 2021. O executivo também disse que os comunicadores também estão “eclipsando a música na composição da marca de muitas estações”. E os formatos que demandam mais o peso das personalidades são do Pop CHR (74%) e Hot AC (73%).

Nos Estados Unidos, muitas das rádios possuem marcas locais, mas atuam em formatos de redes regionais ou estaduais. E as estações têm priorizado a presença de comunicadores no ar, mesmo que a personalidade seja de um local específico e esteja em emissoras de diferentes cidades e regiões. A estratégia de manter o comunicador como se estivesse próximo do ouvinte tem surtido efeito, fazendo boa composição com a programação musical (o rádio norte-americano é um dos que possuem mais horas dedicadas à música, tendo a faixa da manhã mais destinada a um maior volume de conteúdo falado).

Porém, a música também segue forte para o rádio. Além dos 55% dos entrevistados que destacam esse elemento artístico como principal motivo de se ouvir uma estação, a Nielsen também apontou um “possível retorno à normalidade” nos níveis de escuta de rádios mais musicais nos Estados Unidos.

Audiência cresceu no Brasil

A pandemia trouxe um crescimento de audiência para o meio rádio. Levantamento da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão indicam uma busca pelo meio de comunicação para informar-se ou então para se distrair no período. Entre os ouvintes de rádio, 75% afirmaram ouvir o meio com a mesma intensidade, ou até mais, em comparação com o período anterior à crise sanitária. Destes, 17% afirmaram ouvir muito mais rádio após o início do período de isolamento social.