O sistema de localização de linhas imaginárias que nos ajudam a encontrar qualquer ponto da superfície terrestre são chamadas de coordenadas geográficas. Elas se baseiam na combinação entre as medidas de latitude e longitude, projetadas no planeta pelos paralelos e meridianos, respectivamente.
Antes da criação desse sistema, não existia um padrão unificado de localização. Cada país tinha regras diferentes pela discordância sobre qual seria o meridiano principal do mundo – ponto de longitude zero –, com muitos deles usando seus próprios territórios como ponto de referência, o que tornava as viagens navegação uma bagunça.
A Conferência Internacional do Meridiano, realizada em 1884 com representantes de 25 países, serviu para definir um meridiano principal e universal. O candidato eleito foi aquele que passa pelo Observatório Real de Greenwich, em Londres, já que a Linha da Data Internacional – que marca a mudança de um dia para outro – também passaria por ali.
Para a definição do que hoje chamamos de linha do Equador, a escolha foi mais simples: é o ponto acima do qual o Sol fica ao meio-dia durante os equinócios de março e setembro, dividindo igualmente o mundo entre os hemisférios Norte e Sul. Pela intersecção dessas duas linhas imaginárias, surgiu o ponto zero do planeta.
O que há nesse ponto de coordenada 0,0?
A realidade pode ser um pouco decepcionante, mas não há praticamente nada na coordenada geográfica 0,0. O ponto localizado no Golfo da Guiné, próximo à costa oeste da África, fica numa massa d’água do Atlântico tropical pouco conhecida.
O único marco do local é a boia meteorológica Estação 13010 – Soul, pertencente ao sistema PIRATA (Prediction and Research Moored Array in the Atlantic). Ela é usada para coletar dados como temperatura, umidade e velocidade do vento na região do Golfo da Guiné.