Mianmar corre alto de risco de sofrer liquefação no solo e deslizamentos, após ser atingido por um terremoto de magnitude 7,7 que já matou mais de 1.000 pessoas. A estimativa é do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS na sigla em inglês) que aponta o terremoto, de março de 2025, como o mais poderoso a atingir o país em mais de um século.
O último tremor de magnitude semelhante aconteceu em 1912 em Taunggyi, cidade no centro-leste de Mianmar. O terremoto, desta sexta-feira (28), matou mais de 1.000 pessoas em Mianmar, com o USGS estimando que o número de mortos pode ultrapassar 10.000. A Tailândia também foi atingida e contabilizou 10 mortos até o momento.
Os riscos em Mianmar
Conforme o USGS, até um milhão de pessoas podem ser atingidas pela liquefação que possui potencial para atingir o solo em um raio de 1.000 a 10.000 km² no país. A liquefação é a perda de resistência de solos soltos e saturados causada por tremores de terra que resultam em um solo que se comporta mais como um líquido do que sólido.
O evento pode fazer com que edifícios se inclinem, areia e água sejam jogadas para fora em “vulcões de areia” e a superfície do solo seja permanentemente deformada. Embora possa causar grandes danos a edifícios e infraestrutura, ela não causou tantas mortes no passado quanto deslizamentos de terra.
O país também está sob alerta para alto risco deslizamentos de terra após tremor, em uma área de 100 a 1.000 km², atingindo de 1.000 a 10.000 pessoas. O serviço explica que os deslizamentos de terra “são comumente desencadeados por terremotos em regiões montanhosas ou acidentadas e podem causar mortes, ferimentos e danos”.
Esse termo inclui todos os tipos de deslizamentos de rochas, quedas de rochas e avalanches de detritos. O site do USGS explica que o aumento do risco de deslizamentos pode persistir por anos após o terremoto, pois “as encostas enfraquecidas e rachadas pelo tremor principal podem ser mobilizadas por tremores secundários”.