LISTA VERMELHA

Influencer brasileiro é preso na Argentina suspeito de desviar milhões via PIX

Gabriel Spalone passará por audiência de custódia em Buenos Aires nesta segunda-feira (29)

Gabriel Spalone tem 29 anos e é empresário e influenciador digital. (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)
Gabriel Spalone tem 29 anos e é empresário e influenciador digital. (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

O influenciador e empresário Gabriel Spalone, de 29 anos, alvo de mandado de prisão temporária por suspeita de participar de um esquema de desvio de R$ 146 milhões via PIX, foi preso na noite de sábado (27), ao pousar no Aeroporto Internacional da Argentina, em Buenos Aires, depois de ser incluído na Difusão Vermelha de procurados da Interpol.

Difusão Vermelha, também conhecida como “lista vermelha” é um mecanismo internacional para o compartilhamento de informações de foragidos internacionais. Atualmente, a organização possui 19 bancos de dados à disposição das polícias do mundo, entre eles, de impressões digitais, perfis de DNA, documentos falsificados e obras de arte, por exemplo.

De acordo com a Polícia Federal, a prisão foi feita com apoio da Polícia Civil de São Paulo e das autoridades da Argentina, Panamá, Paraguai e Estados Unidos. A nota diz ainda que Gabriel deve ser extraditado para o Brasil.

Gabriel Spalone passará por audiência de custódia na Argentina nesta segunda-feira (29). De acordo com o advogado Eduardo Maurício, que representa o empresário, foi requirido um pedido de revogação da prisão e para a exclusão do influenciador da lista da Interpol.

Também foi feita uma denúncia na Corte Interamericana de Direitos Humanos, para que Gabriel possa responder o processo em liberdade.

Esquema de desvio do influencer

Na última terça-feira (23), a Delegacia de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo fez uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão e prisão temporária contra Gabriel Spalone, mas o influenciador não foi encontrado.

Ele é suspeito de participação em um esquema que desviou R$ 146 milhões via PIX de um banco e de empresas vítimas das transferências ilegais. Outras duas pessoas foram presas. Guilherme Sateles Coelho e Jesse Mariano da Silva teriam se beneficiado em quase R$ 75 milhões do esquema.

Os investigadores dizem que o esquema envolvia empresas criadas por Gabriel Spalone, que ofereciam serviços financeiros digitais, como transações de câmbio, criptomoedas e pagamentos.

Elas não tinham autorização do Banco Central para operar transferências diretas via PIX. Então, usavam o sistema de bancos ou empresas financeiras que têm autorização para realizar a operação. Esta intermediação é o chamado o PIX indireto, que é ilegal desde janeiro, quando o Banco Central endureceu regras para fintechs, como as de Gabriel.

Segundo a polícia, em fevereiro deste ano, as empresas dele realizaram em menos de 5 horas mais de 600 transferências ilegais por pix indireto, de 10 contas de um único banco, totalizando R$ 146 milhões. O banco conseguiu identificar a fraude e recuperar R$ 100 milhões.