POLÊMICA

Governo chinês avalia negociar com Elon Musk para manter TikTok nos EUA

Conselheiro de Trump, empresário pode adquirir o TikTok no país, segundo a Bloomberg. Chineses classificam rumores como 'pura ficção'

Governo chinês avalia negociar com Elon Musk para manter TikTok nos EUA
Foto: Britta Pedersen/AFP

A considerada guerra tecnológica entre EUA e China ganha um novo capítulo. Diante da iminente proibição do TikTok nos Estados Unidos, a China estaria negociando a venda das operações americanas da plataforma para Elon Musk, conselheiro de Trump e CEO da Tesla. A aquisição pelo magnata da tecnologia seria uma tentativa desesperada de salvar o aplicativo no maior mercado digital do mundo.

O futuro do TikTok nos EUA está nas mãos da Suprema Corte. Com o prazo para se desvincular da ByteDance se esgotando, a venda da plataforma para Elon Musk surge como a última esperança para evitar a proibição. Caso a decisão judicial seja desfavorável, a aquisição pelo magnata da tecnologia pode representar uma nova era para a rede social.

A regulamentação, aprovada pelo Congresso dos EUA em abril do ano passado, por democratas e republicanos, deu à chinesa ByteDance nove meses para encontrar um investidor de um país que não seja considerado um “adversário” dos Estados Unidos.

Os congressistas americanos justificaram a decisão argumentando que a plataforma representa uma ameaça à segurança nacional devido à possibilidade de o regime chinês obter acesso aos dados dos usuários.

Por sua vez, a China condenou repetidamente o que chamou de “repressão” dos Estados Unidos ao TikTok, alegando que se trata de “uma tática de intimidação” que acabará “saindo pela culatra” para Washington. O fechamento do TikTok nos EUA pode ocorrer um dia antes do retorno de Trump ao cargo, em 20 de janeiro.

Musk, que se tornou um dos aliados mais próximos do republicano eleito, tem interesses significativos na China, onde está localizada a principal base de produção global de sua empresa, a Tesla.

O magnata já havia defendido em abril que o TikTok não deveria ser banido dos EUA.

“Fazer isso seria ir contra a liberdade de expressão, e não é isso que os Estados Unidos defendem”, argumentou o empresário sul-africano, na ocasião.

Trump também já expressou seu apoio à permanência da empresa chinesa no país, apesar de ter tentado bani-la em seu primeiro mandato (2017-2021).

A China, com seu controle sobre a ByteDance, detém poder de veto em decisões cruciais da empresa, incluindo a venda do TikTok. Apesar das discussões em andamento, a incerteza sobre o futuro do aplicativo nos EUA permanece. Fontes do Wall Street Journal indicam que, por enquanto, prevalece a ideia de permitir que a proibição entre em vigor, mantendo a ByteDance no comando, na esperança de negociar um acordo mais favorável após a posse de Trump.

China nega rumores

O TikTok negou os rumores de venda para Elon Musk, classificando como ‘pura ficção’. Em comunicado à EFE, a empresa reforçou seu compromisso com a independência operacional.

“Não se pode esperar que façamos comentários sobre algo que é pura ficção”, diz o curto comentário enviado à EFE por um porta-voz do TikTok, que tem uma de suas sedes em Singapura.