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Zona Norte lidera ranking de assassinatos em Caxias do Sul

Zona Norte lidera ranking de assassinatos em Caxias do Sul

Com a morte de Marcos Correa Ribeiro Júnior, 27 anos, conhecido como "Bolacha", morto a tiros na noite da última quarta-feira, dia 28, na Rua João Florian, ao lado da lagoa do bairro Desvio Rizzo, Caxias chegou a chocante marca de 100 homicídios em 2016.

 

 

Neste ano, as principais vítimas das mortes violentas na cidade são homens com idade entre 20 e 30 anos. Conforme levantamento realizado pelo Portal Leouve, as vítimas nesta faixa etária correspondem a 48% dos homicídios praticados em Caxias no ano.

 

 

Outra peculiaridade em relação ao aumento dos homicídios em Caxias está nas mortes de adolescentes. Ao todo, 12 pessoas com idade inferior a 18 anos morreram vítimas de homicídio na cidade neste ano. Nesse quesito, destaque para a morte de dois jovens executados próximo à Maestra. A Polícia Civil investiga o caso.

 

 

Kelvin Weslen Arceno Vieira, de 15 anos e Vitor Gois Neves, 14 anos, foram os adolescentes executados em uma estrada vicinal que dá acesso a barragem da Maestra, em Caxias do Sul, no início da tarde de um sábado sábado, dia 13 de agosto.

 

Os bairros onde mais morreram pessoas por assassinatos em Caxias do Sul, ficam na zona norte. O bairro Vila Ipê com sete mortos é o mais registrou esse tipo de crime na cidade. Em segundo lugar vem o bairro Santa Fé com seis mortes, seguido pelo bairro Reolon, zona oeste, com mais seis pessoas assassinadas até agora.

 

Outros bairros que também tiveram um número alto de homicídios, foram Planalto, com cinco registros; Euzébio Beltrão de Queiróz com quatro mortos; Fátima também com quatro assassinatos e com três registros de assassinatos vem Desvio Rizzo, Planalto Rio Branco, De Lourdes, Vila Amélia, e Montes Claros.

 

 

Além da periferia da cidade, a zona rural também tem sofrido com os feitos da violência. Lugares como Vila Oliva, Beviláqua, Terceira Légua, São Giácomo, Fazenda Souza e Linha 40 também colaboraram para que o número de mortes chegasse ao número 100 mais cedo nessa temporada.

 

O modo de matar em Caxias é praticamente o mesmo, ou seja, uso de arma de fogo. Dos 100 assassinatos realizados na cidade, 89 foram com disparos de arma de fogo. A faca foi utilizada como arma em seis casos, já outros artefatos como pedra, marreta, pedaço de pau e até um banco de madeira foram utilizados em pelo menos cinco cenas de crimes violentos.

 

Quanto ao feminicídio, novo termo policial utilizado para se referir a morte de mulheres, foram nove casos no total. O que chamou mais a atenção foi a morte da papiloscopista do Instituto Geral de Perícias (IGP), Márcia Regina Pazzeto Moraes, 41 anos.

 

Ela foi abordada por dois homens na noite de segunda-feira, dia 11 de abril, às 23h30min enquanto aguardava uma amiga em um prédio na esquina das ruas Bento Gonçalves e Borges de Medeiros.

 

O corpo dela foi localizado pela polícia na manhã do dia seguinte, em uma estrada vicinal na localidade de São Giácomo, na divisa de Caxias do Sul com Farroupilha. Morta com dois tiros na cabeça.

 

Em relação ao ano passado, Caxias está mais violenta, uma vez que no mesmo periodo foram registrados 85 mortos. O número de 100 assassinatos só havia chegado no dia 07 de novembro de 2015.

 

A média deste ano é de 11 assassinatos por mês. Agosto por enquanto está sendo o mês mais violento deste ano com o registro de 18 casos de mortes. Os meses de maio, junho e setembro vem na sequência com 12 mortes.

 

Meses violentos

 

Janeiro – 09 mortes

 

Fevereiro – 08 mortes

 

Março – 09 mortes

 

Abril – 11 mortes

 

Maio – 12 mortes

 

Junho – 12 mortes

 

Julho – 09 mortes

 

Agosto – 18 mortes

 

Setembro – 12 mortes, até o fechamento da matéria.

 

 

Reportagem: Ricardo de Souza e Mauro Teixeira