Os envolvidos na decisão de propor uma nova tarifa para o transporte coletivo urbano em Caxias do Sul não devem chegar a um consenso tão facilmente. Ao menos é isso que indica a posição da Visate, que propõe o aumento na ordem de 25%, deixando o valor de uma única passagem em R$ 4,25. Enquanto isso, o Conselho de Trânsito e Transportes analisa as planilhas apresentadas pelos técnicos da Secretaria de Trânsito. Conforme o ex-titular da pasta, o valor do reajuste proposto no final do ano era de R$ 4,01.
Conforme a Visate, o investimento em 27 veículos para a nova frota, o aumento no preço dos combustíveis e o fim da isenção de impostos por parte do poder público fazem com que o preço do quilômetro passe de R$ 6,34 para aproximadamente R$ 6,43. Além disso, a concessionária aponta o déficit de aproximadamente R$ 2 milhões em 2016 como outro ponto que precisa ser levado em conta na decisão da nova tarifa. Segundo a Visate, o contrato assinado junto à prefeitura prevê a necessidade de equilíbrio econômico e financeiro e isso implica no fato de que a receita menos a despesa deve ser igual a zero. A forma proposta para equilibrar a equação é o reajuste de 25%.
Entre as consequências apontas pela concessionária caso o reajuste não seja aprovado pelo poder público estão a impossibilidade de reajuste do acordo coletivo dos trabalhadores, conforme prevê o artigo 624 da CLT. O Sindicato dos Rodoviários se posicionou durante a reunião do Conselho de Trânsito e Transportes, dizendo que caso não haja acordo os trabalhadores entrarão em greve. Além disso, a Visate aponta como outras consequências do não reajuste um grave desequilíbrio financeiro e a impossibilidade de financiar a aquisição da nova frota.
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O prefeito Daniel Guerra e o Secretario de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Cristiano de Abreu Soares, já deixaram claro que o momento não é propício para o aumento da tarifa. Guerra, inclusive, criticou a posição do ex-governo, que propôs o aumento na ordem de R$ 4,01. “A questão do transporte coletivo é um serviço essencial e como tal nós temos que saber que o usuário precisa ser respeitado. O tema anda em nuvens e precisa ser clareado. Até o momento, só se teve a versão dos acionistas da Visate e apenas a opinião do ex-governo que sugeriram um aumento absurdo, passando de quatro reais o aumento da tarifa”, declarou Guerra.
Guerra também questionou o investimento na ordem de R$ 40 milhões para a implantação do Sistema Integrado de Mobilidade – SIM Caxias. “O que se vê uma contradição do ex-governo, alegando que o ‘SIM Visate’ iria ser para ajudar e facilitar o acesso ao transporte coletivo. Além do que somado a isso, se teve isenção por mais de anos de impostos, se teve isenção da taxa de administração, se teve uma alegoria, uma farra de benefícios para a Visate e agora o cidadão fica a ver navios porque não viu retorno nenhum disso”, argumenta o prefeito.
O novo capítulo da novela envolvendo o aumento da tarifa do transporte coletivo em Caxias deve acontecer na próxima sexta-feira, dia 3, data em que o relator do Conselho de Trânsito e Transporte, Fernando Mondadori, apresenta seu parecer sobre os dados apresentados pelos técnicos da Secretaria de Trânsito.
