Memória LEOUVE

Vergonha alheia

Vergonha alheia

Vergonha alheia, eis um sentimento que todo mundo em algum momento já teve. É quando você enxerga um vexame inevitável se aproximando ou mesmo acontecendo e tem vontade de sumir do local pra não ver o desastre se consumar.

Outro dia uma conhecida descreveu nas redes sociais o momento em que um jovem de 19 anos fez sua namorada corar de vergonha porque descreveu, na fila do supermercado, como era difícil tomar banho junto com este frio. Alguém invariavelmente ficava gelado. Desnecessário dizer que a namoradinha do rapaz morreu de vergonha diante de pessoas desconhecidas.

Pois eu tenho me sentido de certa forma assim, ao ver certas medidas, pronunciamentos ou ameaças que a presidente Dilma Rousseff tem protagonizado. Ela resiste em aceitar o inevitável. Como se diz no jargão policial: “ela perdeu” e fica feio ficar exagerando no “jus esperneandi”. Feio é pouco, traz inevitáveis prejuízos financeiros, atrasos na retomada do ritmo normal de vida para todos os brasileiros.

Vá lá, era justo que marcasse posição, se dissesse usurpada. Mas chega uma hora em que é preciso reconhecer que está muito longe de ter aprovação mínima para seguir numa posição para a qual mostrou não ter a vocação necessária.

Que havia um desejo golpista por oposicionistas que nunca aceitaram o resultado das urnas, isto é verdade. Mas este desejo não se imporia caso houvesse um mínimo de habilidade por parte do Governo para demonstrar força e competência. Ele detinha, afinal, todo o ferramental de que um Governo dispõe para impor sua vontade. Mas estava só e fraco. Em minoria no Congresso sem apoio popular diante de escândalos e descontrole da economia e, pior, com um judiciário  e vários fatos notadamente a minar sua força.

Então, resta à dona Dilma Rousseff, juntar suas tralhas e sair o mais discretamente possível do palácio do Planalto. Vai ser o melhor para todos. Pelo menos é o que esperamos.

E, mais uma vez, ficamos sem o whattsap. Problema? Sim, para muitas pessoas que fazem da ferramenta um meio de comunicação preferencial. O que fica difícil de compreender é que na queda de braço entre o gigante facebook e a Justiça, quem deva pagar são os mais de cem milhões de brasileiros usuários do serviço. Não daria pra simplesmente multar a empresa? Resolver isso entre as duas partes?

Não sei se é o caso de vergonha alheia pelo Juiz, mas é meio revoltante ver quando o Judiciário usa de suas prerrogativas como se fora criança mimada que faz impor sua vontade pelo escândalo. Outro dia o cara queria que atrasassem um voo; em caso mais distante ele andava com o carro importado que estava apreendido como parte do processo. Bem mas aí já é outra questão…

Enfim, o facebook diz que é impossível fornecer os dados solicitados pois estão criptografados. Ora este é um tipo de situação que vai ocorrer novamente. Então não seria bom que se nomeasse uma junta técnica parar averiguar se esta alegação é real e, em sendo real, param os juízes de pedir o impossível. Sendo possível, puna-se na forma da lei os responsáveis pela mentira e pelo desrespeito.