Memória LEOUVE

Uma morte universal

Uma morte universal

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A notícia que correu mundo neste final de semana de finados dizia respeito a uma jovem americana de 27 anos. Por mais pessoal e íntima que fosse a sua decisão, a de cometer suicídio assistido, é, na verdade, uma questão universal. Até que ponto temos o direito de abreviar a vida, nossa ou de outra pessoa? Trata-se de uma questão complexa que contrapõe religião, ética ciência, família e os mais intrincados valores sociais e pessoais.


A medicina torna possível a sobrevida das pessoas de uma forma digna. Mas quando o desalento, a dor e a dignidade vão embora, Como agir? No caso desta moça, a Britanny Mainard, não havia esperança de cura, o tempo era breve e possivelmente haveriam dores terríveis. Então como condená-la? E como decidir o que é uma dor tolerável, se cada pessoa reage de uma maneira diferente aos estímulos nervosos. Claro, sabemos que existem escalas de dor, mas e a dor da alma que leva tantas pessoas a um gesto extremo?
Definitivamente não é assunto fácil, não há fórmula nem creio ser possível estabelecer condenação ou absolvição definitiva nestes casos. Conheço pessoas que tem o seu animal de estimação terrivelmente doente, com dores, aleijado e cego, mesmo assim estas pessoas não tem coragem de sacrificá-lo, quando seria senso comum que a morte induzida abreviaria sofrimento ao ser que tanto ama. Decisão difícil mesmo.


Britanny foi embora lembrando que a vida é bela e que o amor das pessoas que a cercaram é o que a vida traz de melhor. Definitiva esta observação dela. Agora ela descansa em paz, e nós aqui com este dilema insolúvel.


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Uma corrida noturna em Bento Gonçalves no sábado. Homenagem ao centenário do CIC. Sim era preciso que alguém patrocinasse o evento que já tem uma segunda edição programada para outubro de 2015. Note-se que um tempo atrás este tipo de evento destinava-se apenas a atletas fundistas, uns malucos que corriam e tinham as pernas tisnadas do sol nos trinos e pura fibra, com gordura próxima do zero.


Hoje já não é este o principal perfil dos atletas. Há gentes de todas as idades, de ambos os sexos. A geração saúde que compreendeu que o principal adversário não é o outro senão que ele próprio em busca de melhores tempos.


De quebra a participação em rústicas pode ser feita em dupla, trio ou equipe e é uma boa desculpa para conhecer novos lugares. Daí vem o gancho que também nos interessa; pode atrair muitos turistas,. È o que já ocorre na Run Wine, que leva atletas a correr entre parreirais no Vale dos Vinhedos e um dos resultados desejados são os hoteis lotados. Mas também é uma maneira de se ter uma promoção saudável ao público interno.


O próximo passo pode vir com passeios de bicicleta, afinal o Vale já foi listado como um dos dez lugares mais propícios para esta prática no Brasil e, sem favor nenhum, o caminho entre Bento e Caravaggio, passando por São Pedro também mereceria estar nesta lista.