Memória LEOUVE

Uma eleição nem sempre é só uma eleição

Uma eleição nem sempre é só uma eleição

 

O prefeito Guilherme Pasin é novo no cenário político. Perdeu a eleição para vereador em 2008. Fez excelente votação, mas era o momento do PT, a legenda do PP não o ajudou.

Veio à desforra em 2012. Candidato à prefeito, surfou na onda de desgaste do PT, dos escândalos do governo Lunelli – alguns reais outros fabricados. Elegeu-se e comandou, a partir de então, um município que enfrenta dificuldades financeiras desde então. Nunca conseguiu acertar o passo entre receita e despesa. Em parte por conta de dívidas herdadas, em parte por não ter encontrado uma fórmula que permitisse repor as contas no seu devido lugar. Ainda assim, por mérito próprio e por incapacidade da oposição, alcançou a reeleição para mais quatro anos.

Pasin está aí, são quatro meses de um segundo mandato que deixam algumas dúvidas no ar. Aliás, muitas dúvidas e a grande maioria fomentadas por uma espécie de inércia planejada. Ainda no final do primeiro mandato deixo de ter uma comunicação proativa. Os fatos aconteciam e não havia qualquer tentativa de amortecer os impactos com explicações convincentes. Cito o encerramento do ensino médio noturno da escola Alfredo Aveline e o aumento do IPTU, entre outros.

Veio 2017 e Pasin não definiu de uma só penada seu novo secretariado. Foi aceitando um desgaste gradual e acreditando que o andar da carruagem ajeitaria as melancias, no caso, os partidos e sua fome por cargos. O prefeito deve saber que este desgaste ainda seguirá e deve ter algum troco. Vai ser aos poucos ou de um golpe só, dependendo da força de quem está sendo desagradado.

O prefeito foi apresentado a uma motivação diferente neste início de segundo mandato. A expectativa de vir a comandar a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul, a Famurs. O cargo ao qual foi lançado pelo diretório estadual do PP permite exposição, alça o político às altas rodas da política e do trato de aspectos relevantes da administração pública. Não deu. Perdeu a indicação de seu partido para o prefeito de Rio do Indios – sim, como você meu amigo, nunca havia ouvido falar deste município pequeno localizado no Alto Uruguai.

Sem dúvidas uma ducha fria nas pretensões políticas de curto prazo do Prefeito – que obviamente dirá que isto é natural e que o que ele deseja mesmo é levar seu segundo mandato na prefeitura de Bento a bom termo.

A derrota de Pasin, neste caso, deve ser bem recebida pela população local. Voltaremos a receber atenção total do chefe do executivo. No médio prazo, entretanto, pode ser que tenhamos perdido, afinal há muito temo que Bento reivindica o surgimento de uma liderança que represente seus interesses além de seus imites territoriais.

 

Mas, como já disse, Pasin é novo e novas eleições virão pela frente.