Memória LEOUVE

Um vereador como Prefeito

Um vereador como Prefeito

Bento Gonçalves vive neste dia 04 de novembro às 14h30min haverá uma transmissão de cargo que é protocolar mas vem carregada de simbolismo. Para que o chefe do executivo possa gozar 20 dias de férias, o cargo será repassado ao presidente do legislativo, vereador Gilmar Pessutto. 

 

Pois o vereador não esconde de ninguém a alegria e o orgulho pela oportunidade. Deve estar pensando, com toda a razão, que este será um momento único em sua vida e que pouquíssimas pessoas dentre as inúmeras que sonha galgar tal posto o alcançarão.

 

 

Agora vejam a confluência de situações e algumas coincidências. Pessutto era vice-presidente e assumiu o posto máximo diante do pedido de afastamento do seu antecessor. Rubbo foi colhido por denúncias e averiguações em torno de concurso público sob o qual pesa a suspeita de fraude.  Antes disto, ainda no primeiro semestre, o então vice prefeito Mário Gabardo renunciou ao cargo, afinal precisaria defender a candidatura do seu filho, em oposição ao prefeito Pasin.

 

Pois ontem ainda os Ministros do STF começaram a julgar e em maioria demonstram que aprovarão a tese, de que não pode estar na linha sucessória do presidente da República quem seja réu em algum processo. Por similaridade tal exigência deverá se estender a estados e municípios. É uma exigência pra lá de recomendável e necessária e já vem com atraso muito grande. Antes tarde do que nunca.

 

É preciso cada vez mais, que tenhamos a certeza, para que daí tenhamos tranquilidade, de que os mandatários deste país sejam regrados e tenham conduta ética. Estão ficando para trás, graças a operações como a Lava Jato e antes dela o caso do Mensalão, entre outros, os tempos em que se desconfiava de e alguns políticos mas nada contra eles se provava.

 

Hoje a polícia federal e os ministérios públicos – estadual e federal- estão equipados e contam com jovens de intelectualidade elevada, capazes de cruzar dados, gravar conversas e confrontar versões que desmascaram caras de pau históricos. Veio ainda o instituto da delação premiada. Por ele, ao cair a primeira peça do dominó, as outras caem em sequência irrefreável.

 

Tudo indica que daqui para a frente as lideranças políticas, os detentores de cargo, servidores públicos e representantes de empresas que fornecem serviços aos entes terão que pensar duas vezes antes de proporem um negócio ilícito. Claro, sempre haverá quem continue tentando. Mas num mundo em que celular grava, em que câmeras estão na ponta de uma caneta. O melhor mesmo é mostrar caráter e embutir o quanto se quer ganhar dentro do custo. Nestas horas, nada é melhor do que ser honesto.