Memória LEOUVE

Um parlamento que não parla

Um parlamento que não parla

Vive-se dias tensos no Brasil. Não é diferente no âmbito do Estado, nem do município. Como já afirmei ontem, Brasília parece que vai ruir a cada momento. O Pacote de Sartori aqui no RS suscita protestos, sobretudo daqueles servidores que veem as fundações às quais servem prestes a serem fechadas.

 

 

Em Bento Gonçalves a situação começa a ganhar contornos muito sérios de uma preocupação que já não pode ser contida entre as quatro paredes do paço municipal. Há uma greve de servidores contratados juto à Fundação Araucária. Esta está com três meses de atraso nos repasses que a Prefeitura deveria fazer. Além disso a dívida herdada do governo anterior e que precisaria ser quitada em 30 meses, ao que consta está deixou de ser paga quando apenas um terço dela, dez parcela de cem mil, haviam sido quitados. Ou seja, não se paga o “soldi vechio”, pra usar um termo de amplo conhecimento na região, nem o dinheiros que serve pra pagar os salários e décimo terceiro em dia.

 

Relata o presidente do Sindisaúde, que ontem esteve aqui no Sem Nome, que em municípios da região há casos pontuais de pequenos atrasos. Nada, porém, se assemelha ao que ocorre em Bento. Dívida que já ultrapassa os oito milhões. Parece de jà vù. No ano passado a matemática era similar. E hoje leio a seguinte pergunta feita pelo ex-vereador e candidato a vice derrotado nas urnas, professor Paulo Wunsch: “de quanto será a dívida que Pasin herdará de Pasin”?

 

 

Com todo o respeito, querem fazer parecer crer que este é um problema único e exclusivo do Prefeito e seus seguidores mais próximos. Não é. Trata-se assunto público e que deve ser discutido pela sociedade.

 

E haveria um local mais próprio para esta discussão tomar corpo do Que a Câmara de Vereadores? Afinal lá é o parlamento municipal. Mas o parlamento de Bento não parla. Perdoem os amigos vereadores, mas neste final de mandato parecem cavalos cansados (não surgiu figura melhor, não quero ofender).

 

Ontem cheguei á Câmara às 18 horas e dez minutos. Subi o morro devagar pra não suar. Pensei no Hino de Bento Gonçalves, mais a leitura do versículo bíblico que somados tomam de cinco a seis minutos. Mas eis que cheguei atrasado. A sessão foi de sete minutos. Sessão flash. Piscou perdeu.

 

Há vereadores nitidamente desencantados por não terem obtido a reeleição. Compreensível. Mas e o presidente do Legislativo, definitivamente dá mostras de não estar preparado para a função. É o primeiro a sair. Sempre apressado. Será que se desencantou ante a perspectiva de não ser reconduzido à presidência da mesa no próximo período? Está enfastiado ainda antes de começar seu próximo mandato?

Com todo o respeito, espero que nesta quarta-feira, com audiência pública marcada para debater o encerramento do ensino médio noturno na escola Alfredo Aveline os vereadores mostrem um pouco mais de disposição ao debate. Seria um mínimo de satisfação a darem à sociedade e para si mesmos.