Memória LEOUVE

Um ministro em outro mundo

Um ministro em outro mundo

Mesmo que o Ministro Chefe da Casa Civil do governo Temer, o gaúcho Eliseu Padilha, tenha garantido que não há espaço pra aumento de impostos pelo menos até o fim de 2017, ainda não dá pra dormir tranquilo.

 

É que ainda existe uma queda de braço entre a área política, que não quer nem ouvir falar em mais impostos, e a econômica, que precisa de mais arrecadação pra equilibrar as contas.

 

O fato é que, faltando pouco mais de uma semana pro governo enviar ao Congresso o orçamento pro ano que vem, a única garantia nesse sentido é que a famigerada CPMF não volta.

 

O problema é que as alternativas são os reajustes nas alíquotas do IOF, que afeta todas as operações financeiras, e da Cide, aquele imposto que faz subir o preço da gasolina e que ninguém sabe pra onde vai.

 

O certo é que, pra cumprir a meta do déficit de quase R$ 140 bilhões nas contas do ano que vem, mais ou menos R$ 40 bilhões a menos que o rombo previsto para esse ano, o governo vai cortar mais investimentos.

 

O próprio Padilha já anunciou que, depois de congelar os recursos pra saúde e pra educação, os próximos cortes vão afetar diretamente a já precária infraestrutura do país e ampliar a insegurança.

 

O ministro Padilha foi claríssimo: o governo vai tirar dinheiro das estradas e da segurança. Nenhuma palavra sobre aumentar a fiscalização.

 

E ele, como se vivesse em outro mundo, garantiu que essa opção será feita pra não cobrar a conta da sociedade.

 

 

E eu fiquei pensando aqui com a minha ignorância, tentando entender a inteligência superior do senhor ministro.

 

Estradas sucateadas tiram a competitividade do setor produtivo, fazem os preços subirem, o que vai pesar no bolso do contribuinte, e no mínimo causam prejuízos aos usuários, quando não causam a morte dos cidadãos.

 

Cortar os investimentos na segurança então, nem se fala,isso afeta diretamente a vida de todos nós, num país que vê os índices de criminalidade crescerem assustadoramente.

 

 

E aí, eu confesso a você, ao senhor e à senhora, e também ao senhor ministro: eu não entendi mais nada.