Memória LEOUVE

Um ano e tudo vai mal

Um ano e tudo vai mal

Há exatamente um ano, a Câmara dos Deputados aprovou a abertura do processo que resultou na cassação do mandato de Dilma Rousseff, e a gente pode dizer que o país não recebeu aquilo que foi prometido por quem defendeu o impeachment.

 

Um ano depois, dá pra dizer que nem a estabilidade política, nem a pacificação social, nem a moralização da gestão fiscal ou a retomada da confiança e do crescimento da economia são uma realidade num país ameaçado por projetos de reforma que cobram o maior preço de quem menos pode pagar e deixa intocáveis os benefícios dos que mais podem.

 

Mas é na politica que a sujeira se mostra inteira, depois que, pelo menos por enquanto, a intenção de estancar a sangria da lava-jato deu com os burros n’água.

 

Neste mês, quase uma centena de políticos começam a ser investigados por denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e uso de caixa dois por conta das delações dos executivos da Odebrecht.

 

E entre eles estão os principais líderes do PT, do PMDB, do PSDB e do PP, simplesmente os quatro maiores partidos da república, e oito ministros do governo temer e dezenas de deputados e senadores.

 

Ao todo, são 415 políticos de 26 partidos citados na megadelação do propinoduto da empreiteira.

 

E como estamos todos no atoleiro, já não ficamos chocados nem com o temerário presidente admitindo que de fato aconteceu uma negociata e uma vingança naqueles dias que antecederam a votação na Câmara e que determinaram o resultado que todos sabemos.

 

 

Um ano depois, o parlamentar que presidiu a sessão, Eduardo Cunha, está preso em Curitiba, condenado a mais de 15 anos, por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, e tanto quem defendia Dilma quanto os maiores articuladores da saída dela estão atolados até o pescoço em denúncias de corrupção.