Durou mais de duas horas e terminou sem acordo a audiência de conciliação entre o secretário da Educação, Luiz Alcoba de Freitas, e grevistas do magistério estadual, no Centro Judiciário de Mediação de Conflitos do Fórum Central, em Porto Alegre. O Comando de Greve se reuniu no início da noite desta quarta-feira, dia 15, e decidiu seguir ocupando o Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF). Os professores dizem que só vão deixar o local se alguma proposta concreta for oferecida a fim de contemplar a pauta da categoria. Já o governo admite negociar, desde que o prédio seja liberado. A ocupação começou na segunda-feira, dia 13, e a greve já se estende há cerca de um mês.
A possibilidade de revogação de uma portaria que corta o benefício de difícil acesso a 87% do quadro do magistério chegou a ser discutida, mas não houve consenso. O governo, em princípio, não pretende ceder nesse item. A juíza Andréia Terre do Amaral, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, que rejeitou ontem um pedido de reintegração de posse do CAFF, tentou a conciliação, sem sucesso.
Segundo a presidente do Cpers Sindicato, Helenir Schürer, os docentes já informaram que abrem mão da concessão de reajuste salarial neste momento, mas não vão desistir de três pautas sem impacto financeiro aos cofres públicos: a manutenção de auxílio aos professores que dão aula em locais de difícil acesso, a retomada da remuneração por atividade extraclasse e a extinção do PL44, criticado em função da possibilidade de ampliar a interferência de empresas privadas e serviços terceirizados na educação pública.