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Tentativa de golpe na Turquia deixa ao menos 90 mortos

Tentativa de golpe na Turquia deixa ao menos 90 mortos

A tentativa de golpe militar na Turquia nesta sexta-feira, dia 15, deixou pelo menos 90 mortos e mais de 1.500 militares detidos pelas forças leais ao governo do presidente Recep Tayyip Erdogan, de acordo com as autoridades locais. Pouco depois de voltar a Istambul, Erdogan, que estava de férias em um balneário do país no momento da conflagração do golpe, reafirmou o controle do país e que permanece no poder. "Este levante, este movimento é um grande presente de deus para nós. Porque o Exército será limpo", afirmou o presidente, assegurando que os golpistas pagarão caro por sua "traição".

 

Segundo a agência oficial Anadolu, ao menos 90 pessoas morreram, incluindo vários civis, e 1.563 militares e policiais foram detidos por envolvimento na tentativa de golpe, entre eles alguns comandantes de unidades. O ministro do Interior, Efkan Ala, decretou a destituição de pelo menos cinco generais e de 29 coronéis. As tropas leais ao governo conseguiram resgatar o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Halusi Akar, capturado por militares golpistas na sexta-feira. O general Akar foi resgatado da base aérea de Akincilar, no noroeste de Ancara, e levado para um local seguro, segundo a "CNN-Turk".

 

Embora a rendição de 50 soldados que tinham bloqueado a Ponte do Bósforo parecia significar o fim do golpe, ainda continuam ainda combates esporádicos tanto em Ancara como em Istambul. Nesta última cidade ainda há registros de tiroteios entre soldados que tentam deixar o quartel de Topkule, na periferia de Istambul, e forças policiais e militares leais ao governo que têm rodeado o edifício, de acordo com informações do jornal "Hürriyet".

 

Militares têm muita influência na Turquia

 

As Forças Armadas turcas, as mais numerosas da Otan depois dos Estados Unidos, têm um longo histórico de ingerência política e protagonizaram três golpes de Estado, em 1960, 1971 e 1980, além de forçar um governo de inspiração islâmica a deixar o poder, em 1997. Na maioria dos casos, os golpes foram liderados pela cúpula militar, mas o movimento iniciado nesta sexta-feira (15) não contou com o apoio das maiores patentes das Forças Armadas.

Os principais comandantes militares – habitualmente discretos e reservados – se alternaram nas redes de televisão para denunciar o "ato ilegal" e pedir o retorno de seus companheiros aos quartéis. O último golpe fracassado na Turquia ocorreu em 1963 e seu líder, um coronel, foi executado, pouco antes da Turquia abolir a pena de morte.

 

 

Informações com Uol e agências internacionais)