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Supermercados gaúchos projetam crescimento real de 0,49% no final de ano

Supermercados gaúchos projetam crescimento real de 0,49% no final de ano

 Estudo avaliou expectativas de consumidores e supermercadistas para as festas. Os preços de itens típicos estão em média 8,2% mais caros que em 2015

 

 

 

A Associação Gaúcha de Supermercados projeta que seus associados atendam diariamente a um público de quatro milhões de pessoas por dia em todo o Estado. E esta cadeia, presente em todos os municípios está projetando leve alta no número de vendas nas festas de Natal e ano Novo. Algo em torno de 0,49% acima do mesmo período em 2015, já descontada a inflação.

 

A pesquisa, que indica uma pequena retomada do crescimento de vendas para o setor, aponta ainda que os preços de produtos típicos para as festas estarão em média 8,2% mais caros que no ano passado, índice abaixo da inflação brasileira no período. Conforme o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, a previsão de crescimento mostra o otimismo dos varejistas do setor com a chegada das festas de fim de ano. “A pesquisa sinaliza que o pior da crise já passou. Os supermercadistas são otimistas por natureza, e as empresas do setor desejam ser agentes ativas das mudanças que o Brasil precisa”, destaca Longo, ressaltando que 80% dos supermercados ouvidos vão fazer algum tipo de promoção no Natal ou no Ano-Novo.

 

Assim como nos últimos anos, a maioria dos consumidores (57%) entrevistados apontou que o Natal e o Ano-Novo têm o mesmo peso em importância. Na ceia natalina, o produto apontado pelos gaúchos como aquele que não pode faltar é o peru/chester, enquanto no Réveillon a espumante retomou a liderança que havia perdido para a lentilha em 2015.

 

Com relação à compra de alimentos e bebidas para as festas, 88,3% dos gaúchos preferem adquirir estes itens em lojas de supermercados. A pesquisa da Segmento mostra que os gaúchos vão gastar em média R$ 521 em alimentos para as festas e, deste total, 89,4% vão ficar nos caixas de supermercados.

 

Segundo estimativas da Agas, o setor supermercadista gaúcho vai absorver cerca de R$ 2,5 bilhões dos cerca de R$ 12,7 bilhões (ou 20%) a serem injetados na economia gaúcha pelo 13º salário. “Neste sentido, alertamos para a importância do pagamento integral do 13º salário para o funcionalismo público estadual na engrenagem que faz girar a economia. As famílias têm este direito e a economia precisa deste aporte”, sublinha Longo.

 

Consumidores pretendem reduzir gastos – Ainda que o setor supermercadista demonstre otimismo com a chegada das celebrações do fim do ano, a pesquisa mostra que 48% dos consumidores gaúchos pretendem diminuir seus gastos neste Natal e Ano-Novo. Outros 40,5% devem gastar a mesma quantidade que em 2015, enquanto somente 11% dos consumidores ouvidos pretendem aumentar seus gastos com as festividades, em comparação com o ano passado.

 

 

Produto

Quantidade vendida

Faturamento para o setor

Aves natalinas (Peru, Chester, Tender, Frangão)

850 mil aves

R$ 34,7 milhões

Panetones

4 milhões de unidades

R$ 56,4 milhões

Espumantes e Champanhes

4,8 milhões de garrafas

R$ 70,9 milhões

 

 

 

O receio do endividamento também pode ser mensurado pela forma com que os gaúchos pretendem efetuar suas compras de fim de ano: de acordo com o Instituto Segmento, os pagamentos à vista mais uma vez serão majoritários, ainda que as compras a prazo mostrem uma pequena recuperação em relação às festas de 2015:

 

 

Mais planejados e cautelosos, os gaúchos estão antecipando parte das compras para as festas em 2016: neste ano, 55,5% dos entrevistados apontaram que vão deixar as compras para a última hora – este índice chegou próximo aos 90% cinco anos atrás. “É um comportamento que reflete bem o consumidor contemporâneo, que pesquisa muito e que sabe dar valor ao seu dinheiro. Por isso, o varejo está sempre aprendendo com seu cliente, não há professor melhor”, destaca o presidente da Agas.

 

Os destaques entre os itens típicos – A pesquisa do Instituto Segmento mostra os produtos que mais subiram de preço em relação às festas do ano passado. Lideram a lista dos “vilões” os espumantes (+10,6%), a cerveja (+9,4%) e as aves natalinas (+8,6), enquanto os eletrodomésticos (0%), as bebidas destiladas (+0,4%) e os vinhos nacionais (+0,9%) foram os produtos de Natal e Ano-Novo que menos subiram de preço.

 

Com relação às expectativas de comercialização, os produtos que deverão puxar o crescimento nas vendas são a cerveja (expectativa de crescimento de +8,3%), os refrigerantes (+6,9%) e carne bovina (+6%). Já eletrodomésticos e roupas (crescimento zero) e as bebidas destiladas não deverão ter desempenho positivo neste fim de ano.

 

 

OS PRODUTOS MAIS TRADICIONAIS

 

Espumantes – A concorrência das cervejas artesanais refreará o crescimento dos espumantes no Natal. No entanto, no Ano-Novo a bebida será item indispensável para as comemorações da Virada. A expectativa de crescimento dos supermercados nesta categoria é de 4,5%, com a comercialização de 4,8 milhões de garrafas – 95% delas produzidas na Serra Gaúcha.

 

Panetones – Cerca de 4 milhões de unidades de panetones serão vendidas pelos supermercados gaúchos neste fim de ano, o que deve representar 12% da produção nacional do produto. A comercialização de panetones industrializados novamente será bem maior que a de produtos artesanais, em função dos altos custos de produção com mão de obra e energia. “Haverá panetones para todos os gostos e bolsos. Nesta categoria há produtos que variam até 500% em seu preço, entre o panetone mais simples e o mais sofisticado”, avalia Longo.

 

Aves natalinas – A crescente concorrência neste segmento mais uma vez beneficiará os consumidores na compra de aves, que terão diversas opções de marcas, temperos e preços. Na avaliação de Longo, os gaúchos deverão novamente privilegiar os “frangões” e aves mais acessíveis e de fácil preparo. Ao todo, 850 mil aves (ou 2,7 mil toneladas) serão comercializadas pelo setor.

 

 

Bombons – Tradicionais presentes de última hora, as caixas de bombons voltarão a ter crescimento destacado no fim de ano de 2016. A estimativa da Agas é de que cerca de 6 milhões de caixas de bombons sejam comercializadas pelos supermercados, com um crescimento de 4,3% nas vendas em relação ao fim de ano de 2015. “São o presente preferido de última hora, com pelo menos 2 milhões de caixas de bombons vendidas na semana imediatamente anterior ao Natal”, afirma Longo.

 

Presentes menores podem favorecer o setor – Com relação aos presentes de Natal, o levantamento do Instituto Segmento Pesquisas aponta que cada gaúcho pretende contemplar seis pessoas de sua relação com algum tipo de presente. Segundo Longo, este número alto de pessoas agraciadas é uma oportunidade para os supermercados, que dispõem de itens de menor valor agregado. “Pequenos carrinhos e bonecas, flores, vinhos e caixas de bombons são presentes muito procurados no período, e são carros-chefes do setor supermercadista”, sublinha. As roupas (55,9%) seguem sendo o presente mais procurado para adultos, enquanto os brinquedos (81%) serão o item mais buscado por quem deseja presentear crianças com até 12 anos.