Memória LEOUVE

Sobre cair atirando

Sobre cair atirando

A derrubada do Advogado Geral da União, tem mais de uma versão. Seus detratores dizem que ele não entendeu a missão da função que lhe foi delegada; que ele foi com muita sede ao pote e atravessou interesses da União, ou de quem está no poder e comanda a União.

 

 

Ele não saiu quieto. Aliás, não ficou quieto o tempo todo. Já havia uns sessenta dias – ou seja nem havia esquentado a cadeira – que ele vinha se indispondo no cargo. Teria pego um voo da FAB dando carteiraçõ; deixou por conta desta viagem, de responder alguma demanda importante do Governo. Discutiu com seu padrinho, o todo poderoso Eliseu Padilha – aliás, se há no governo alguém que se pareça com o personagem eternizado por Marlon Brando este cara é Eliseu Padilha. Desta forma, Fábio Medina Osório não foi poupado. Bastão de beisebol na cabeça do homem ao melhor estilo da camorra. Mas ele não caiu calado. Caiu atirando. Encontrou o motivo para sua degola. A operação Lava-Jato. Há, novamente a palavra eternizada por Brizola, interesses, maiores. Preservar a operacionalidade das grandes construtoras brasileiras e, quiçá, o propinoduto que alimenta eleições e campanhas devem ser prioridades do novo governo.

 

Fabio Medina Osório é advogado experiente. Dizer dele que não teria conhecimento sobre as funções do cargo que lhe foi oferecido é escarnecer de sua inteligência que é acima da média. Senão nem teria sido convidado ao cargo. Dizer que a vaidade superou seu instinto de autopreservação, isto sim, pode ser real.

 

 

 

Pode-se dizer que Medina Osório não se contentaria em ser figura ilustrativa. Queria protagonismo. Alcançou-o, de uma maneira torta. Sai deixando arranhões na imagem de um governo que ainda não se firmou e que titubeia em princípios que antes parecia defender ardorosamente.