No meio de tanta má notícia, tanto escândalo de corrupção e tanta falta de segurança no país inteiro, pelo menos uma boa notícia neste início de ano pode indicar um futuro mais tranquilo pra nós botocudos.
É que alguns sinais da economia tupiniquim apontam dias menos difíceis ali adiante, por conta da boa safra de grãos, da queda da inflação, do aumento ainda que tímido do PIB e do corte de juros.
E mesmo que ainda não dê pra comemorar ou acreditar numa retomada consistente, o indicativo é melhor do que o que a gente pensava no final de 2016, e olha que isso não é pouco depois de dois anos de uma custosa recessão, que cobra um preço muito caro de todos os brasileiros.
Mas o problema maior é que vai ser preciso muito esforço pra recuperar a musculatura da economia brasileira, enfraquecida pelo enorme recuo dos investimentos em máquinas, em equipamentos e das obras de infraestrutura, por exemplo.
A verdade é que ainda é muito cedo pra gente imaginar a retomada do crescimento e da geração de empregos.
Mas é preciso ter em mente que é impossível pensar em sair da crise e retomar o crescimento apenas com um ajuste fiscal sem atacar a concentração da renda, que afasta milhões de pessoas do mercado.
Mas, ao contrário disso, enquanto o governo estabelece um limite pros gastos públicos, segue oferecendo generosos aumentos de salários pra categorias que já ganham bem e concedendo benefícios pra setores produtivos que, definitivamente, não precisam disso.
Por isso, não é à toa que, entra governo e sai governo, e o país segue patinando em marcha lenta como nos últimos anos.
É preciso de uma vez por todas entender que o problema principal para tirar o país da crise não é apenas a questão fiscal e que existem outros caminhos possíveis, que não cobram todo o preço da crise dos mais pobres, como parece ser a única opção desse governo.