A última entrevista coletiva de Getúlio Fonseca a frente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), não trouxe boas notícias para o setor. Em evento realizado na sede do Simecs na manhã desta quinta-feira, dia 23, Fonseca lamentou a recessão econômica no país e demonstrou rigidez ao falar sobre a negociação do dissídio coletivo dos trabalhadores coletivos.
O encontro iniciou com uma exposição de números nacionais por parte do Assessor de Planejamento do Simecs, Rogério Gava. Entre os dados apontados por Gava, os que mais chamam atenção dizem respeito ao Produto Interno Bruto (PIB). Em 2015, o PIB brasileiro apresentou uma recessão de 3,8%. No recorte da Indústria, a queda foi de 6,2%. Para 2016, a projeção gira em torno de uma nova queda de 3,4%.
Na opinião do presidente do Simecs, Getúlio Fonseca, a economia já chegou ao fundo do poço e agora a curva deve voltar a subir. “O número é negativo, mas ele deve se manter e melhorar. Eu acho que o governo está tomando algumas atitudes para gerar empregos diretos e assim gerar consumo. A gente espera uma pequena retomada já para o final deste ano”, declarou.
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No discurso, Getúlio citou o presidente interino Michel Temer e defendeu a continuidade do processo de impeachment para a retomada do crescimento no país. Para ele, “já teve um efeito isso, só que motivação não traz pedidos. A gente acredita que passando o impeachment o Brasil começa a ter um novo cenário para investimentos e assim dá a segurança jurídica, que é o primeiro passo para mudar”, afirmou.
Como saída para as empresas, Getúlio citou a exportação, principalmente para o continente africano. Ele destacou o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e cobrou taxas de juros mais acessíveis para que as empresas voltem a fazer financiamento.
O cenário econômico desfavorável deve refletir no posicionamento do Simecs na negociação do dissídio com empresas e trabalhadores. Getúlio afirmou que já foram realizados dois encontros, mas ainda não há grandes avanços. Ele disse que o bom senso deve orientar o posicionamento de todas as partes, pois Caxias fechou 15.700 vagas de trabalho nos últimos dois anos. “O bom senso que nós vamos ter que entre Simecs, empresas e Sindicato. Nós sabemos que precisa ser corrigido alguma coisa, mas o índice de inflação (9,8%) é impossível. O Brasil todo já vem praticando índices menores e fracionado. Não é ameaça, isso é constatação. O ponto de equilíbrio das empresas está muito abaixo do que pratica hoje e se tu aumentar a folha de pagamento fica inviável”, declarou Getúlio.
