Memória LEOUVE

Servidores da segurança pública realizam paralisação e professores também aderem

Servidores da segurança pública realizam paralisação e professores também aderem

Tudo indicava por um dia de muitos tumultos e manifestações em todo o estado do Rio Grande do Sul. Até mesmo um quadro de "pré-pânico" foi instalado em função de rumores que 100% da segurança pública estaria recolhida aos quartéis deixando o povo a mercê dos delinquentes e bandidos. Não foi o que aconteceu. Desde as primeiras horas da manhã a impressão de que a adesão à paralisação das 9h às 21h por parte da Brigada Militar e agentes da polícia civil, seria em grande número, entretanto, os serviços de urgência do IGP, da Delegacia de Pronto Atendimento e outras ocorrências graves foram atendidas com 30% do efetivo normal no Palácio da Polícia, onde uma manifestação do Sindicato dos Agentes da Polícia Civil e da UGEIRM se fazia presente, também um posto do Conselho Tutelar foi instalado em caráter provisório e emergencial a disposição do público.

 

Nas delegacias, a sugestão era a utilização do sistema online em casas mais simples e outros casos, o encaminhamento para o Palácio central.

A Brigada Militar, que se imaginava, se recolhesse, se ampliou. E mais do que isso. Prevenindo-se de bloqueios e manifestações em quartéis, deslocou parte do efetivo e viaturas dos batalhões para o estádio Beira-Rio e Arena, afim de conseguirem executar o trabalho de policiamento ostensivo logo pelas primeiras horas da manhã.

No Palácio Piratini, por volta das 8h, meia dúzia de manifestantes ligados ao CPERS acampavam na calçada da Praça da Matriz. A casa do governo estadual, precavendo-se instalou gradis na Rua Duque de Caxias, bloqueou o trânsito e uma viatura da BM garantia a tranquilidade. Mais tarde, perto das 10h, o movimento já era maior. Um carro de som e seis tendas mostravam as entidades ligadas a Educação iniciando protesto, que juntou a aproximadamente 400 pessoas de entidades como Sinpro, CPERS, Sintergs, CSP e demais entidades de classe. 

Os bancos, que ainda na quarta-feira receberam a ordem de não abrirem as suas portas na quinta-feira caso não se verificasse a presença da segurança pública, obteve uma liminar no início da manhã garantindo o direito de funcionamento normal, o que aconteceu sem ocorrências. A liminar foi concedida pelo TRT 4 (Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região).

As escolas estaduais em sua ampla maioria tiveram seus portões fechados, enquanto instituições particulares e municipais também não sofreram alterações em suas rotinas.

No final da manhã, a informação que chegou a população através da Brigada Militar, é que ao contrário de 30% de operações na rua, o verificado e exercido era de 30% a mais do policiamento normal trabalhando em ações nas ruas de Porto Alegre e do interior do estado.

Ainda assim, quartéis como dos bairros Restinga e Partenon, BOE, 4º RP Mon e 9º Batalhão de Polícia Militar, na Praia de Belas tinham suas entradas bloqueadas. Na região metropolitana, Esteio, Sapucaia, Novo Hamburgo, Cachoeirinha e Campo Bom, também não conseguiram sair das suas bases.

Por fim, a manifestação não ganhou toda a força que se imaginava, embora, todos aqueles que pararam suas atividades continuassem a clamar a quitação da integralidade dos salários do mês de julho e o fim do parcelamento salarial para os próximos meses de 2016.