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Sem avanços na negociação, médicos devem manter paralisação nesta quinta-feira

Sem avanços na negociação, médicos devem manter paralisação nesta quinta-feira

No dia em que os médicos decidiram paralisar as atividades nas Unidades Básicas de Saúde e nos Centros Especializados de Saúde, a secretaria de Saúde de Caxias do Sul apresentou a proposta para que os médicos cumpram sua carga horária para o Sindicato dos Servidores – Sindiserv. O encontro, no entanto, não contou com a presença de médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde na cidade.

 

Conforme o Secretário de Saúde Darcy Ribeiro Pinto Filho, a ausência dos médicos no encontro desta tarde já era esperada. “Os médicos historicamente não reconhecem o sindicato dos servidores como representante da categoria. Estamos em um momento de paralisação em que o sindicato médico tem liderado o posicionamento da categoria. O não comparecimento dos médicos a esse convite que nós fizemos era esperado”, declarou.

 

O secretário também revelou que a proposta apresentada ao Sindicato dos Servidores é a mesma apresentada aos médicos na semana passada. A prefeitura propõe a redução na carga horária de 20h para 12h, mas desde que os médicos abram mão da parcela autônoma de aproximadamente R$ 2 mil que recebem atualmente. Os médicos, por sua vez, querem reduzir a carga horária e manter a parcela autônoma. Em contrapartida, os servidores atenderiam 18 pacientes – ao invés de 9 – por dia. 

 

Segundo Darcy Ribeiro Pinto Filho, uma proposta que incorpora a parcela autônoma ao salário dos médicos e um plano de carreira para os servidores também foi apresentada e terá uma resposta em 120 dias. “Nós propomos a criação de um plano de carreira para todos os servidores e também levamos a incorporação dessa parcela autônoma do salário dos servidores médicos. Essa proposta está sendo analisada e teremos uma resposta em 120 dias”, revelou.

 

Números da paralisação

A paralisação dos médicos neste primeiro dia afetou parcialmente os serviços nas Unidades Básicas de Saúde. Conforme levantamento divulgado pela prefeitura, 48 médicos de um total de 140 aderiram à paralisação.

 

Nas Unidades Básicas de Saúde foram 37, sendo que as ausências foram registradas nos bairros Bela Vista, Centenário, Cinquentenário, Centro de Saúde, Cristo Operário, Desvio Rizzo, Esplanada, Eldorado, Fazenda Souza, Fátima Alta, Forqueta, Madureira, Parque Oásis, Planalto Rio Branco, Reolon, Rio Branco, São Caetano, São José, São Ciro, São Leopoldo, São Vicente, Salgado Filho e Vila Ipê. Já nos Centros Especializados de Saúde, seis dos dez médicos não atenderam durante esta quarta-feira. No CES, estavam previstos nesta tarde 138 atendimentos médicos. Destes, foram efetivadas 41 consultas, em 19 ocorreu a ausência de pacientes e 79 foram suspensas em razão da ausência do médico.

 

Já no CAIS Mental, dos oito médicos que atendem no serviço, cinco aderiram à paralisação. A Secretaria da Saúde destaca que os serviços de eletrocardiograma, espirometria, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia respiratória, além do Serviço Municipal de Infectologia, Ambulatório de Estomizados e Ambulatório de Pequenas Cirurgias, que também funcionam no CES, estão atendendo normalmente.

 

No Pronto Atendimento 24 Horas e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), nenhum médico aderiu à paralisação, conforme o Sindicato dos Médicos já havia adiantado.

 

Mesmo sem médico, população deve ir à UBS

 

A orientação da prefeitura é de que as pessoas que possuem consultas marcadas compareçam às Unidades Básicas de Saúde amanhã. Conforme o secretário, os funcionários devem realizar uma espécie triagem para avaliar a gravidade de cada caso. “A orientação é comparecer na UBS. Caso o médico não esteja presente, os funcionários da UBS terão uma orientação sobre como proceder no caso de encaminhamento ou não para urgência e emergência, no caso para o Pronto Atendimento 24h”, explicou.