Memória LEOUVE

Sarney, Renan e Jucá

Sarney, Renan e Jucá

Que nenhum político gosta da Operação Lava Jato, não precisamos nem dizer né? Mas é sempre bom deixar as coisas bem claras, ainda mais nesse meio em que a mentira parece ser o artifício mais importante para garantir sobrevida entre as cobras e os leões que habitam a selva da política tupiniquim.

 

Por isso, os acontecimentos desta semana envolvendo as conversas do agora delator da Lava-Jato Sérgio Machado com três poderosos caciques do PMDB, Jucá, Calheiros e Sarney, são tão importantes e reveladoras.

 

No discurso, todos elogiam a ação da Polícia Federal e do Ministério Público, mas basta fechar as cortinas que o papo é outro: eles querem saber é de “estancar a sangria”, “passar a borracha”, fazer um “pacto nacional” pra barrar a investigação e outras expressões do tipo. A verdade é que todos mentem diante dos microfones e que, para eles, o problema não é ser corrupto, mas ser pego pela Justiça.

 

Machado é o caixa do PMDB nesse episódio todo. Todo o PMDB sabe que ele é o caixa, o procurador da República quer provar que ele é o caixa do PMDB, ninguém desmente que ele seja o caixa do PMDB, mas ele não quer que ninguém saiba que ele é o caixa do PMDB.

 

Parece o samba do crioulo doido, do saudoso Stanislau Ponte Preta. E o bode que vai dar ainda vou te contar.

 

Aparentemente, mesmo que eles agora sejam o governo, nem tudo que eles tramaram deu certo. Machado negociou sua delação com Janot. Teori segue resistindo à pressão, e as delações continuam a revelar a face escabrosa da corrupção que domina o Estado brasileiro.

 

 

O certo é que, apesar do temerário interino, enquanto delatores continuarem delatando e a Justiça seguir trabalhando, haverá motivos para confiar que sobreviveremos ao caos político, às investigações e a políticos da laia do trio Sarney, Renan e Jucá.