O Sindicato dos Rodoviários segue tentando resolver o impasse que se criou em torno do dissídio dos trabalhadores da Visate. Na manhã desta quarta-feira, dia 22, o presidente da entidade, Tacimer Kulmann da Silva, participará de uma Tribuna Livre na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul para pedir apoio aos parlamentares na busca de uma solução para a situação.
As negociações entre Visate e trabalhadores sempre eram acompanhadas de uma reajuste na tarifa do transporte coletivo. Com a manutenção do preço da passagem em R$ 3,40, sugerida pelo Conselho de Trânsito e decretada pelo prefeito Daniel Guerra no início deste mês, a empresa alega que não tem como reajustar o salário dos trabalhadores.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários reclama da falta de diálogo com o prefeito na busca de uma solução para o caso. Segundo Tacimer, a entidade tentou agendar uma reunião com Guerra, que sequer respondeu a solicitação. “O prefeito não escuta ninguém. Tentamos agendar uma reunião e ele não nos deu retorno. Então fomos atrás dos vereadores, para que eles nos ajudem a resolver isso numa boa, sem provocar uma greve que vai prejudicar toda a população caxiense”, reclama Tacimer.
O presidente do Sindicato também cobra do prefeito uma maior participação na negociação. “O reajuste de tarifa quem debate é a prefeitura e a Visate. Mas o aumento do salário dos trabalhadores, que está acoplado ao aumento de tarifa, o prefeito deveria ter repassado. Ele deveria ter mediado porque isso é um direito dos trabalhadores, garantido na CLT”, argumenta.
Por meio de sua assessoria, o prefeito Daniel Guerra reiterou o posicionamento do executivo, de que não há no contrato entre o poder público e a Visate nenhuma cláusula que diga que o dissídio está atrelado ao reajuste da tarifa. O município entende que isso é uma relação entre a empresa e os trabalhadores. Já em termos de tarifa, o executivo entende que o assunto está resolvido e que foi acatada a decisão do Conselho de Trânsito e Transportes.
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Transporte Coletivo em pauta na sessão desta terça-feira
O reajuste na tarifa do transporte coletivo foi um dos principais temas debatidos durante a sessão desta terça-feira na Câmara de Vereadores. O líder da bancada do PTB, Adiló Didomenico, questionou a decisão do prefeito em manter a tarifa em R$ 3,40 sem apresentar embasamento para a decisão. Para ele, a Administração de Caxias corre o risco de responder por ato de improbidade administrativa na medida em que não apresenta planilha justificando sua decisão.
O vereador Kiko Girardi (PSD) foi na mesma linha e defendeu o fim das gratuidades como solução. Ambos acreditam que, com o fim do benefício, a tarifa poderia ser de R$ 3,17, sem causar prejuízo à Visate e Paulo Périco (PMDB) alertou para a dificuldade que a empresa pode vir a ter em arcar com o salário dos trabalhadores no mês de abril caso o reajuste da tarifa não ocorra.
O líder do PSB, Alberto Meneguzzi, discordou dos colegas de casa. Ele defendeu as gratuidades e denunciou, mais uma vez, o descumprimento do contrato por parte da Visate ao ítem que trata do percentual permitido de ônibus que não usam operadores de sistema.
