Memória LEOUVE

Reforma da previdência, precisamos lutar contra ela

Reforma da previdência, precisamos lutar contra ela

Esta manhã ouvi em duas situações uma mulher praguejar a cada má notícia na TV versando sobre o carnaval e os acidentes havidos no Rio. Por duas vezes a mulher disse algo com a conotação do “bem feito”.

Sei, ela deve ter bons motivos para odiar o Carnaval. Afinal o mundo para sem parar. O Brasil vai para o litoral ou para as folias momescas das grandes cidades – exceto Porto Alegre que ficou para março mesmo.

Entendo que há situações contra as quais até podemos nos insurgir, mas a chance de mudarmos algo é bem pequena. Quantas vezes se diz que o Brasil é o país do carnaval. Por incrível que pareça a terça-feira gorda sequer é considerada feriado, mas a gente sabe que quase ninguém trabalha. Os postos públicos de saúde fecham (pode?). As lojas abrem à tarde, pra ficarem às moscas. Há quem se divirta muito, há quem aproveite pra descansar mesmo e há os que sofrem porque não se conformam. Não resolve muito, mas cada um enfrenta do jeito que dá. Só penso mesmo é que, definitivamente, a terça-feira deveria ser englobada como feriado nacional e não haveria mais todo este drama. Certas mesmas estão as empresas que aproveitam pra dispensar o pessoal e deduzem estes dias das férias. Une-se o útil para estes (empresários) ao agradável para os outros (empregados).

Bem, se não podemos lutar contra o Carnaval e a parada geral do país, há assuntos tão ou mais importantes que estes que sim, vale a pena se lutar. Vem aí a discussão e votação da previdência social.

Está tramitando e já há assinaturas suficientes para que o Congresso estabeleça a CPI da Previdência. Onde foi parar todo o dinheiro? Será verdade que não teremos mais o direito de nos aposentar a não ser depois de 70/80 anos de idade? Olha, se depender do Governo esta será a realidade de todos com menos de 50 anos e que ainda não possuam tempo suficiente para requerer a aposentadoria.

Vejo a CPI como uma belíssima oportunidade de aprofundarmos a questão e, no mínimo, de ganhar tempo. Vai ser preciso amenizar as perdas dos trabalhadores. Do jeito que está a proposta chega a ser indecorosa. Imaginem um cara de 60, 62 anos que perca o emprego e ainda esteja longe de completar o tempo de serviço. Vai arrumar emprego aonde pra completar o tempo de serviço?

 

São situações que não podem passar assim de afogadilho ou de qualquer outra forma.