Memória LEOUVE

Que segundo turno, hein?

Que segundo turno, hein?

 

Eleições com segundo turno tem destas coisas. Aprofundam-se críticas e ataques. Acirram os ânimos e é isto que temos visto nas duas eleições mais próximas de nós.

Daniel Guerra, em Caxias, representa um partido até certo ponto inexpressivo, ou talvez a melhor expressão até seja, sem tradição na cidade. Até pode haver quem suponha que ele já seja um improvável vitorioso por ter alcançado o segundo turno.

Néspolo, de sua parte, construiu uma sólida coligação com incontáveis partidos. A ideia era ter a supremacia no espaço da propaganda política em rádio e TV e desta forma garantir vitória no primeiro turno. O temor era que Pepe Vargas pudesse emparelhar a disputa por conta de seu passado de aprovação na prefeitura. Como se viu Pepe naufragou por conta da derrocada do PT.

O que possivelmente os estrategistas de Néspolo não previssem e quando notaram não souberam barrar era o ímpeto e o crescimento de Guerra. E engana-se quem pensa que o candidato que chega ao segundo turno se satisfará por ter feito boa figura. Ele cresce e não sendo favorito impõe-se frente ao adversário a ao eleitorado. Néspolo neste caso, é retirado de uma zona mais tranquila. Não tem mais o tempo superior de propagada que tinha antes. Precisa ir para o confronto direto. Enfim, emparelhou o pleito e é difícil saber o que poderá acontecer, quem vai vencer. Néspolo conta com os votos do primeiro turno onde foi vitorioso. Mas Guerra cresceu exponencialmente.

Em Porto Alegre é um pouco diferente. Marchezan consolida uma liderança que já alcançou no primeiro turno. O que não se pode é subestimar o poder de mobilização e a experiência do PMDB de Mello.

 

Acusações, ameaças, tiros e até uma morte estão na contabilidade e na história desta eleição na capital dos gaúchos. Mas ainda há tempo e espaço para novas emoções. Um enredo melodramático. Haja fôlego, haja auto controle.