Memória LEOUVE

Protestos, buzinaços e panelaços

Protestos, buzinaços e panelaços

Estamos iniciando mais uma semana de incertezas e tensão no Planalto Central, mas isso já não é mais novidade no país assolado pela crise econômica, pela imoralidade política e pelos escândalos de corrupção que se sucedem e se renovam a cada dia e não poupam mais ninguém.

 

Hoje, o condenado Cachoeira sai de novo da cadeia e sem tornozeleira. Amanhã, mais um recurso do crocodilo Cunha pra salvar a própria pele será julgado na Comissão de Justiça da Câmara. Na quarta-feira, vai ser a vez dos deputados elegerem o seu próximo presidente numa disputa de poder que vai decidir mesmo é em que mãos estará o governo interino de Michel Temer. Até o fim da semana, a acusação contra a presidente afastada Dilma Rousseff cumpre o teatro do absurdo numa peça que todos já conhecem o final.

 

Mas não se iludam: nada, nada mesmo, será definido agora, e nada, nada mesmo, será definido às claras.

 

A verdade é que a política brasileira há muito tempo virou uma conspiração com centenas de cúmplices, dentro e fora dos parlamentos e dos governos.

 

Um protege o outro, o outro protege o um, os inimigos se unem pra apagar os rastros do crime e pra não deixar aparecer quem realmente é o chefão dessa bandalheira toda.

 

É só olhar a base do temerário interino Temer e perceber que ela é a mesma alugada a mensalão por Lula e cooptada a petrolão por Dilma. Você já se perguntou qual será o pagamento de agora?

 

Tudo igualzinho, num governo que segue com gente envolvida na Lava-jato e onde o Cunha, mesmo caído, é um dos oráculos mais sagrados.

 

O que antes era o impávido lutador contra a corrupção caiu, o que se passava por donzela perdeu a pureza faz tempo, o que queria voos mais altos está com o bico atolado na lama, o comunista quer dinheiro de empresários e o socialista monta empresa fantasma pra faturar alto, tudo às custas do nosso bolso.

 

E todos adorando a chama que não se apaga, alimentada pela propina de ontem e de hoje, pra seguir amanhã tudo igual.

 

 

A única diferença é que, nesta semana e na próxima, e quem sabe até quando, nem de longe a gente vai ver protestos, buzinaços e panelaços.