O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul vai decidir se o promotor João Carlos de Azevedo Fraga, do Ministério Público (MP) Criminal de Caxias do Sul, será processado por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado mais de R$ 80 milhões.
Ele foi denunciado pelo MP em junho junto com outras 12 pessoas, incluindo a mulher dele e o sogro. Todos são acusados de lavagem de dinheiro e organização criminosa, com pena de até 18 anos de reclusão em caso de condenação.
A suspeita de envolvimento do promotor surgiu em 2014, depois que um ex-funcionário de uma transportadora declarou à Justiça do Trabalho em Porto Alegre que tinha uma construtora em sociedade com o promotor.
Conforme a denúncia, encaminhada à Corregedoria do MP, a construtora teria praticado fraudes tributárias e fiscais. Em relatório, a Corregedoria identificou que o objetivo da empresa seria lavar dinheiro para o sogro, dono da transportadora, transferindo o dinheiro e evitando que os valores fossem penhorados pela Justiça para garantir o pagamento de dívidas da empresa do sogro.
O advogado do promotor, José Antônio Paganella Boschi, nega a participação ele no suposto esquema e afirma que a empresa nunca atuou enquanto o promotor fez parte da sociedade, até março de 2012, que seria administrada dede então pelo próprio sogro.
A defesa do dono da transportadora, comandada pelo advogado Andrei Schmidt, reconhece a transferência de dinheiro ente as empresas, afirma que o dinheiro tem origem legal e que seria utilizado na abertura de uma empresa da mulher do promotor no Litoral Norte.
A esposa do promotor nega qualquer envolvimento, e o ex-funcionário que relatou o caso não foi denunciado porque fechou um acordo de delação premiada com a Justiça. O processo tramita em segredo de Justiça, e a denúncia ainda não foi recebida pela Justiça.