Memória LEOUVE

Presidente da OAB pede apuração e BM emite nota sobre confusão com advogado

Presidente da OAB pede apuração e BM emite nota sobre confusão com advogado

O episódio envolvendo policiais militares e o advogado Mauro Rogério Silva dos Santos, 51 anos, segue repercutindo em Caxias do Sul. Nesta quarta-feira, dia 31 de agosto, após um protesto contra o presidente Michel Temer na cidade, Santos relatou ter sido agredido por policiais durante uma abordagem na esquina das ruas Dr. Montaury e Sinimbu. 

 

Na confusão, o filho de Santos, Vinícius Zabot dos Santos, agrediu o policial militar Cristian Luiz Preto, 32 anos, com um chute na cabeça ao ver o pai envolvido na confusão com os policiais. Vinícius foi detido e chegou a ser encaminhado à Penitenciária Industrial de Caxias do Sul, mas foi liberado no dia seguinte. O soldado da BM foi atendido pelo Samu e levado ao hospital. Ele recebeu alta na quinta-feira, mas retornou ao hospital por estar sentido tonturas e fortes dores na cabeça.

 

Em seu perfil no Facebook, o advogado Mauro Rogério Silva dos Santos publicou a sua versão da confusão. Ele reclamou da forma como a BM agiu e disse, inclusive, que teria sido torturado pelos policiais militares. Em outra postagem, Santos diz que a guarnição da PM que o abordou é especializada em produzir óbitos. Procurado pela reportagem do Leouve, Santos não atendeu as ligações.

 

O tenente-coronel Antônio Osmar da Silva, titular do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO/Serra), não descarta a abertura de uma sindicância interna para apurar se houve excessos na ação da Brigada Militar. 

 

Na tarde desta sexta-feira, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, esteve em Caxias do Sul. Um dos principais objetivos da visita de Lamachia à cidade é pedir que o caso em que Santos foi agredido seja investigado pela polícia.

 

Também na tarde de hoje, a Associação Beneficente Antônio Mendes Filho Regional Caxias do Sul – Brigada Militar/RS emitiu uma nota com o intuito de esclarecer as declarações dadas por Santos à imprensa e em seu perfil pessoa. Em nota, a BM garante que “os Brigadianos possuem respeito às prerrogativas dos advogados, sendo sempre solícitos para com os mesmos, não desrespeitando a profissão”. A nota segue: “Porém no caso da madrugada do dia 01/09/2016, o Sr. Mauro Rogério da Silva dos Santos, não estava sob a égide de tais prerrogativas, pois que, em abordagem, a qual estava sendo conduzida dentro da técnica policial militar, não tem o advogado direito a intervenção, ficando ressalvados casos de abuso, o que não se visualiza na abordagem”.

 

Quanto às declarações de Santos, de que os policiais não teriam visto um advogado e sim apenas um homem negro, a nota diz que a BM é contra qualquer tipo de discriminação. “Quanto a não terem visto um advogado e sim um homem negro, cabe ressaltar que, as praças não fazem distinção de raça, agindo de forma igualitária a todos, sua contenção se deu por estar obstruindo o serviço policial na abordagem e para preservação da integridade física dos envolvidos”.

 

O documento emitido pela ABAMF Regional Caxias do Sul/Brigada Militar-RS também questiona a postagem de Santos, em que ele acusa a guarnição que o abordou de ser uma máquina de produzir óbitos. “Esclarece que as praças envolvidas na ocorrência, bem como os oficiais, são pessoas especializadas na segurança pública, que na madrugada do dia 01/09, estavam acompanhando e garantindo a ordem pública, realizando seu trabalho de forma idônea…”

 

Por fim, a nota da BM ainda destaca que dois policiais ficaram gravemente feridos na ação. 

 

Confira a nota completa na imagem abaixo:

 

Para ver o vídeo da confusão, publicado pela Mídia Ninja e de autoria desconhecida, clique aqui.