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Prefeito nega audiência e sindicato ameaça greve no transporte público caxiense

Prefeito nega audiência e sindicato ameaça greve no transporte público caxiense

O imbróglio em relação ao dissídio dos trabalhadores da Visate segue em Caxias do Sul. A nota emitida pela prefeitura ao final da tarde de quarta-feira, dia 22, negando os pedidos de audiência com a empresa e Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, gerou reação de ambas as partes.

 

No comunicado a administração municipal diz que “o impasse nas negociações coletivas para o reajuste de salários dos trabalhadores em transporte coletivo urbano deve ser tratado entre o Sindicato da Categoria e o Sindicato Patronal e/ou com a empresa concessionária. O município não é parte do dissídio, portanto, não irá interferir nas negociações entre empresa e seus funcionários”. 

 

Apesar de concordar que a negociação do dissídio não é uma obrigação do prefeito Daniel Guerra (PRB), o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Tacimer da Silva discorda da forma como foi aprovada a manutenção do valor da tarifa em R$ 3,40 no transporte público caxiense. Segundo ele, a questão foi tratada de forma autoritária e sem diálogo.

 

“Diz o artigo 624 da CLT que o primeiro item que é debatido entre o poder público, empresa, sindicato dos trabalhadores, é o índice do reajuste salarial, depois é que vem os outros índices. Se ele vai dar um aumento de tarifa fora do reajuste salarial dos trabalhadores, aí é um problema do prefeito. Agora o prefeito não ouviu ninguém, não convidou o sindicato para participar da discussão da tarifa e ela não foi discutida no Conselho Municipal de Trânsito e Transportes, o chefe de gabinete falou que ela foi discutida, mas está mentindo”, destaca.

 

Tacimer explica que o salário dos funcionários corresponde atualmente a 55% do valor da passagem. Ele adverte que caso a falta de comunicação e o impasse persistam, novas paralisações e até uma eventual greve podem ocorrer no transporte coletivo em Caxias do Sul.

 

“Possivelmente essa cidade vai virar um caos, porque os trabalhadores estão prontos para fazer greve e temos que achar uma solução. Tem várias soluções, mas o prefeito não recebe ninguém, parece que ele virou o dono da cidade”, salienta.

 

Em relação a manutenção do valor da tarifa do transporte público a prefeitura afirmou na nota que “acolheu recomendação do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT), que definiu pela manutenção do valor em vigência: R$ 3,40.” 

 

A Visate também foi procurada pela reportagem, e via assessoria de imprensa informou que não irá se manifestar por enquanto sobre o assunto. Mesmo com a resposta negativa da prefeitura em relação aos pedidos de audiência, a empresa segue aguardando pelo diálogo para buscar uma resolução para o problema.