Memória LEOUVE

Precisamos falar do óbvio

Precisamos falar do óbvio

Ontem tive daqueles momentos que julgo importante que se tenha de duas a três vezes no ano – pelo menos. Fui assistir ao Mário Sérgio Cortella, o doutor e filósofo que juntamente com Leandro Karnal e Clóvis de Barros Filho formam uma espécie de trio de ouro no mundo das palestras corporativas.

 

 

Há quem diga que eles falam o óbvio e ainda que são esquerdopatas. Sobre serem um perigo para a direita acho muito pouco provável. Não representam perigo algum. Falam de humanismo, falam do ser e não do ter e ainda assim, vejam só, cobram um cachê de fazer inveja a jogador de futebol.

 

 

Agora se pregar certos valores de ética, moralidade e de educação representa ser de esquerda, bem aí começo a compreender certas coisas. De fato, eles podem falar o óbvio. Ontem mesmo vi Cortella encantar um público disposto a ser encantado e dizer só aquilo que 90 % das pessoas presentes sabe: é preciso ser humilde sem ser subserviente, é preciso impor limites na educação e para isto não precisa usar de violência.

 

 

Quando vejo filhos mandando nos pais; falando alto para impor sua presença num ambiente público; exigido cada vez mais de seus pais sem se importar ou ter ideia do que significa este ter mais. Nestas horas vejo que precisamos falar do óbvio porque muita gente faltou a esta aula.  Tem muito pai ou mãe que não sabe onde está o limite entre ser amigo e parceiro do filho e onde precisa começar a impor sua autoridade para educar.

 

Muitas pequenas lições deixadas por estes caras me agradam, não por revelarem grandes segredos mas porque podem ser praticados no dia a dia. Ser humilde sem ser submisso; praticar o que se prega; ensinar o que se sabe; perguntar aquilo que não sabemos; nem tudo que é antigo é velho; o amor pressupõe requisitos.

 

Enfim, acho que não podia ser em relação a estes conceitos que a direita brada. O perigo deve estar em outras palestras e paricipações em programas que não assisti. Agora sabe como é, o pessoal vê fantasma em tudo. Adorariam uma censurazinha e uma caça às bruxas. 

 

 

Estão de parabéns a diretora da Escola Marista Aparecida, Silvia Pagot Marodin, o presidente da Apamea, Laércio Pompemayer e suas equipes diretivas. Levar mais de 400 pessoas para ouvir sobre educação e ter a concorrência da estreia do Grêmio na Libertadores da América e fato pra ser comemorado, sem dúvida. Está valendo o pacto escola x família proposto pelo palestrante.