Memória LEOUVE

Polícia investiga estupro em casa de abrigo de menores da FAS em Caxias

Polícia investiga estupro em casa de abrigo de menores da FAS em Caxias


Um suposto estupro de vulnerável ocorrido em uma das casas lares mantidas pela Fundação de Assistência Social (FAS) está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul.

 

A reportagem do Leouve teve acesso à denúncia de que a jovem teria sido atacada por um dos orientadores da casa social. O chamado “pai social” teria esperado o momento do café da manhã, em que toda a família estava reunida na mesa, na parte inferior da casa, enquanto a jovem estaria na parte superior se arrumando para ir para a escola. O “pai social” teria levado a menina para um dos cômodos da residência e praticado o estupro. A casa em questão seria da Ação Social Aliança, localizada no bairro Cinquentenário.

 

De acordo com Vera Morales, a coordenadora da Ação Social Aliança (Asa), entidade que responde pela casa, a menina foi afastada imediatamente da casa após a comunicação da polícia do que poderia ter acontecido, depois que a mãe da menina registrou a ocorrência com base no que a menina teria contado em uma de suas visitas ao local. “Ela saiu da casa, pois com uma denúncia dessas não poderíamos continuar com o acolhimento desta maneira. Por ordem da FAS, a menina retornou para o abrigo. Ela não queria retornar para lá, mas teve que ir”, assegura Vera.

 

O caso chegou então à Promotoria da Infância e da Juventude. O promotor encarregado do caso no Ministério Público (MP), Cristiano Mourão, confirmou a denúncia e reiterou o acompanhamento da situação relatada pela vítima. “A menina teve sim um caso grave e que está sob investigação policial. Os responsáveis por ela já tomaram as providências cabíveis de afastamento do ‘pai social’ que teria praticado o suposto estupro”, garantiu.

 

De acordo com o promotor, o MP está acompanhando de perto o episódio. Ele afirma que essa situação em casas lares em nada reflete o trabalho que é feito nestes locais de acompanhamento de menores. “O trabalho do MP é o de acompanhar de perto a situação da entidade envolvida e saber em que condições se encontra a menina. Pelas informações que temos ela está sob a responsabilidade de pais substitutos e está bem”, revela.

 

Para ele, a partir de agora, a Justiça investiga o fato baseado em informações da vítima e da mãe dela. “Alguns pontos serão observados. Se houve alguma ameaça, se ela já estava sendo molestada logo que chegou na casa e há quanto tempo ela passava por isso. São detalhes que a Justiça vai levar adiante até chegar a um inquérito judicial”, detalha.

 

Ainda de acordo com informações do Ministério Público, essa é a primeira vez em cinco anos que esse tipo de ocorrência é registrado. “É um caso bem isolado e tem que ser tratado dessa maneira. As casas lares e o abrigo são lugares de amparo as crianças e não podem ser consideradas como castigo ou algo do gênero”, lembra Mourão.

 

A diretora Social Especial da FAS, Inês Soso, garantiu que as casas lares dão condições para que os menores sejam amparados em ambiente familiar e que, no caso de abuso, a criança é afastada, como aconteceu. Conforme Inês, a escolha dos responsáveis é feita por meio de uma licitação pública. “Temos três abrigos institucionais e 12 casas lares, que são responsáveis por seis a oito crianças cada uma delas. Então essa casa que houve o ocorrido está sim sendo reavaliada por nós e pelos órgãos fiscalizadores, inclusive o MP faz parte dessa investigação”, conta.

 

A reportagem tentou contato com a o delegado titular da DPCA, Joigler Paduano, responsável pelo caso, mas ele não retornou as ligações. Já a mãe da menina não atendeu a reportagem.