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PF investiga corrupção em cobrança de royalties e leva Silas Malafaia a depor

PF investiga corrupção em cobrança de royalties e leva Silas Malafaia a depor

A Operação Timóteo, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no começo da manhã desta sexta-feira, dia 16, para investigar um esquema de corrupção em cobrança de royalties da exploração mineral cumpriu 29 conduções coercitivas, entre elas a do pastor da Igreja Assembleia de Deus Silas Malafaia. A informação foi confirmada pela assessoria do religioso.

 

Além disso, a polícia cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 12 mandados de prisão temporária em 10 estados e no Distrito Federal: além do Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

 

A organização criminosa, de acordo com a PF, agia junto a prefeituras para obter parte dos 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) repassada aos municípios. Em 2015, o CFEM acumulou quase R$ 1,6 bilhão.

 

Ainda conforme os investigadores, munidos das informações, os suspeitos entravam em contato com municípios que tinham créditos do CFEM junto a empresas de exploração mineral para oferecer seus serviços.

 

Malafaia é suspeito de emprestar contas bancárias de sua instituição para ajudar a ocultar dinheiro. O nome da operação tem a ver com o religioso, e faz referência a uma passagem do livro Timóteo, da Bíblia Cristã, onde diz que “os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição”.

 

Ele afirmou nas redes sociais que não é corrupto, e que está sendo investigado porque recebeu um depósito de um cheque de R$ 100 mil de um outro pastor, Michael Abud.

 

 

De acordo com as investigações, o diretor de Procedimentos Arrecadatórios do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) oferecia informações privilegiadas sobre dívidas de royalties da exploração mineral a dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria. Ele é suspeito de ter embolsado mais de R$ 7 milhões. A mulher do dirigente do órgão federal, Lilian Amâncio Valadares Moreira, o filho do governador do Pará, Simão Jatene, e outros dois advogados também são alvos da operação.