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Pepe Vargas: ' Tem que abrir a UPA'

Pepe Vargas: ' Tem que abrir a UPA'

PERGUNTA Pepe Vargas é médico, tem 57 anos, e é o único candidato que já foi prefeito de Caxias do Sul, por duas vezes, eleito em 1996 e no ano 2000.Antes disso, ele começou a vida pública como vereador em 1988  e foi deputado estadual em 1994. Depois de sair da prefeitura caxiense sem conseguir eleger seu sucessor, foi deputado estadual em 2006, reeleito em 2010. Neste período também foi ministro de Desenvolvimento Agrário, de Relações Institucionais e da Secretaria de  de Direitos Humanos durante as gestões  da ex-presidente, agora cassada,  Dilma Rousseff. Sei que o senhor está convalescendo de uma cirurgia em que retirou pedras da vesícula, como está sua saúde?

 

PEPE VARGAS Boa tarde, Rogério. Boa tarde a todos que nos prestigiam com sua audiência. Prazer estar aqui, queria parabenizar pela iniciativa. Na realidade foi uma pedra nos rins. Fiz um procedimento cirúrgico no sábado. Ainda estou com um certo cuidado. Ainda tem um cateter para fazer a retirada, que vou fazer na semana que vem. Está atrapalhando, obviamente a campanha. Não posso fazer aquele corpo a corpo, atividade de rua.

 

P-  Literalmente uma pedra no caminho.

 

PV – Uma pedra no caminho. Já foi tirada a pedra, mas agora tem que deixar as coisas voltarem ao normal. Então estou com poucas atividades. O meu candidato a vice, o companheiro Gerônimo Dani, está fazendo as atividades de rua, me representando em várias atividades, mas eu desde de quarta-feira já comecei devagarinho algumas atividades que não exigem grande esforço físico e a partir da semana que vem já vai dar para estar integralmente na campanha.

 

P- Também por essa convalescência  agente agradece sua presença aqui. Candidato, já que estamos falando em saúde vamos começar tratando da saúde, dessa vez da população caxiense. Uma das principais demandas da nossa população nessa área é, sem dúvida, colocar a UPA Zona Norte em funcionamento. Já está há dois anos o prédio pronto , há uma ação inclusive do Ministério Público Federal que exige o imediato funcionamento daquela unidade de pronto atendimento. Agora, recentemente, a justiça definiu uma nova audiência de conciliação para outubro, ou seja, posterior às eleições, para definir essa questão. Qual é o seu encaminhamento neste sentido?

 

PV Nós vamos abrir o mais rapidamente possível. É um absurdo, a UPA já podia estar aberta desde 2014. Houve recursos do governo federal, que dizer o candidato da situação critica tanto o governo federal , mas o governo federal ajudou muito o município de Caxias do Sul. Mandou recursos para essa UPA, o governo do estado também mandou, é verdade. Mas mais do que isso, os recursos para pro sistema integrado de mobilidade, todas essas obras que foram feitas no centro, são financiamentos feitos pelo governo federal, com taxas subsidiadas. As obras  da barragem das Marrecas  têm recurso do governo federal. A obra lá do Fátima Baixo, que falam tanto, foi dinheiro a fundo perdido, ou seja, foi mandado recurso, então, mesmo que eles digam que o governo federal tem que mandar dinheiro, bom, eles apoiaram o impeachment e apoiam o atual governo Temer. Então porque o Temer não manda o dinheiro? Mas o que eu tenho dito que independente do governo federal mandar ou não mandar o dinheiro tem que abrir a UPA. Tu falastes que eu fui prefeito oito anos. Com toda humildade, mas também reconhecendo o que a gente fez, na verdade nós implantamos o SUS em Caxias do Sul durante a minha gestão.

 

P- A municipalização da saúde?

 

PV- Não só isso. Nós concluímos um conjunto de coisas que haviam sido avançadas pelo governo Mário Vanin. E mais do que isso, fizemos todos os concursos. A prefeitura de Caxias de Sul tinha um quadro de servidores na área da saúde extremamente pequeno. Os médicos eram cargos de confiança. Então fizemos os concursos públicos, criamos o quadro, abrimos o hemocentro, abrimos o pronto atendimento 24 Horas, construímos mais de uma dezena de novas  unidades básicas de saúde, ampliamos tantas outras, concluímos no nosso governo, ao contrário do que disse o programa de televisão dos nossos oponentes no outro dia, nós concluímos 38 unidades básicas de saúde de Caxias, e não 20 como eles disseram. E o governo federal, não mandava todo o dinheiro para isso. Se nós fossemos esperar o governo federal mandar o dinheiro na frente. Não teríamos feito tudo isso. Então tem que abrir a UPA imediatamente, credenciar ela junto ao governo federal, daí o governo federal começa a mandar os recursos e depois do credenciamento tem outro processo que é o processo de qualificação, que depois você qualifica, são algumas exigências de prestação de serviços que tem que ser feitos lá. Aí o Ministério da Saúde qualifica e vem mais dinheiro ainda. Tudo isto está regrado em normativas do Ministério da Saúde. Então vamos abir imediatamente. Agora, eu quero alertar a comunidade da Zona Norte que abrir a UPA não significa fechar as unidades básicas de saúde. Porque a UPA é atendimento de urgência e emergência e a unidade de saúde é para fazer a atenção básica que é o principal problema hoje da cidade. Por que tem fila no postão? Por que tem fila no atendimento de especialidades? Por que o programa saúde de família tem muito baixa cobertura em Caxias, apenas 30% da população tem cobertura pelo programa saúde da família.

 

P- Nós já vamos tocar neste assunto Pepe, mas eu quero saber em relação a esse financiamento, para um funcionamento específico da UPA, o senhor fala que foi recebido dinheiro estadual e federal para a construção dela né?

 

PV – Exatamente.

 

P-E o dinheiro para a manutenção só funciona, evidentemente, a partir da homologação pelo atendimento do SUS, que pode levar três até seis meses, em média, tem acontecido isso, as UPAS demorarem seis meses atendendo para depois serem homologadas pelo SUS. Neste momento, neste ínterim, o município precisa cumprir o 100% da totalidade desse financiamento. A prefeitura de Caxias diz hoje que não abre a UPA porque não tem recursos . Da onde tirar os recursos para colocar a UPA em funcionamento  com sua manutenção? E outra, será preciso contratar um outro corpo clínico ? Como fazer isso?

 

PV -Olha, primeiro lugar, o prefeito não pode terceirizar responsabilidade. O que eu vejo é que faz 12 anos que tem o mesmo grupo político que administra a cidade e encheram a prefeitura de cargo de confiança, eles conseguiram ARREGIMNETAR 21 partidos, porque eles foram dando cargos de confiança para um monte de gente. Aí colocaram 21 partidos , mas aumentaram, criaram novos cargos desnecessariamente. Nós vamos reduzir esses cargos de confiança. Só ali já dá uma grande economia, mas além do mais, é importante dizer o seguinte, não é que faltam recursos, se tu dizes que saúde é prioridade, tu priorizas, nem que momentaneamente tu deixes de fazer outras coisas . Há recursos para abrir a UPA, o recurso do custeio é perfeitamente possível ser absorvido , nem que tu fiques dois,três, quatro, cinco meses fazendo isso, depois o governo federal vai credenciar e vai qualificar a UPA. Pelotas fez isso. Pelotas tem uma UPA que não foi ainda credenciada , mesmo assim o prefeito decidiu abrir corretamente. Agora aqui, o que eu vejo, é uma terceirização da responsabilidade Ah porque não mandam dinheiro…

 

 

P-Temos um exemplo aqui perto. Bento Gonçalves fez a mesma coisa

 

PV -Exatamente. Então o que está se fazendo é terceirizar responsabilidade. Então nunca a responsabilidade é da administração municipal, sempre tem algum culpado, quando o governador era o Tarso,  a culpa era do Tarso, agora que é o Sartori, a culpa é da Dilma, mas agora não é mais a Dilma, agora não, faz desde maio que não é a Dilma, então agora é o Sartori e o Temer, apoiado por eles. Então agora eles vão colocar a culpa em quem? No Fundo Monetário Internacional, no Secretário-Geral da ONU.

 

P-Será preciso contratar mais médicos, Pepe?

 

PV – Precisará contratar mais médicos até porque falta médico em unidades básicas de saúde.

 

P-Faltam médicos ou o horário que eles cumprem é menor, ou não cumprem os horários. Hoje, se diz informalmente que eles prestam um número “x” de atendimentos . Essa é uma outra questão que a população reclama bastante  né? Não há uma fiscalização  que parece adequada para esse cumprimento do horário dos médicos, do atendimento efetivo nas UBSs  e isso também vincula com o, senhor falava, com o programa saúde da família e a Estratégia da Saúde da Família, que ainda é incipiente na cidade.

 

PV -Programa Saúde da Família dá cobertura para 30% da população. Tem que dar cobertura pelo menos para 70% . Se tiver 70% da população tendo atenção básica à saúde , segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% dos problemas de saúde são resolvidos na atenção básica. E não é um médico, é um trabalho de equipe, uma equipe multidisciplinar , médico, dentista. Quando eu digo que nós vamos ampliar o Programa de Saúde da Família para pelo menos 70% da população é não só o médico, é a equipe multidisciplinar, inclusive com odontólogo, que hoje é um grave problema também que as pessoas não têm acesso a atendimento odontológico de forma adequada. Então nós vamos ampliar o número de equipes da saúde da família e inclusive com odontólogo, e o trabalho tem que ser em equipe, é o médico, o odontólogo, o enfermeiro, o assistente social, o nutricionista , enfim, é uma equipe multidisciplinar. Essa equipe multidisciplinar, havendo trabalho em equipe, ela cria um vínculo com os pacientes que são atendidos na atenção básica. Agora, o grande problema é que se hoje tu perguntares qual é o modelo tecno-assistencial que é aplicado em Caxias do Sul eu estou para te dizer que o prefeito não sabe . Tu tens que escolher um modelo tecno-assistencial . O nosso modelo tecno-assistencial é o modelo tecno-assistencial que coloca a atenção básica como prioridade , a equipe multidisciplinar , criando vínculo, acolhimento e responsabilização em relação aos pacientes . Aí tu resolves esse problema de horários pelo trabalho em equipe, mas mesmo assim é importante dizer que vai ter que contratar mais médicos e há recursos para isso. Quem está dizendo que não há recursos para isso é porque não está querendo priorizar a saúde .

 

P- Eu preciso perguntar essa questão. O senhor falou que é uma questão de priorizar os recursos ,a utilização dos recursos. O senhor está prometendo abrir a UPA, contratar médicos e ampliar a Estratégia de Saúde da Família ou a abrangência desse programa até chegar a 70% , sei que o senhor não disse que vai fazer isso em seu mandato , mas é….

 

PV -Não, nós vamos fazer a que tenha pelo menos 70% , são compromissos que faremos.

 

P-  Como fazer? De onde sairão os recursos?

 

 

PV – Do orçamento municipal. Caxias tem um orçamento considerável…

 

P-  Mas então o que ficará de recursos?

 

PV – Se a arrecadação não permitir fazer uma pavimentação a mais e para manter o custeio da saúde , nós vamos fazer o custeio da saúde, obviamente. Assim, como vamos garantir vaga para todas as crianças de quatro a cinco anos porque é obrigação do município.

 

P-As escolas, já vamos falar sobre isso.

 

PV -Então se a saúde e a educação são prioridades e não tiver dinheiro para tudo, você vai colocar o dinheiro para saúde e para educação. Eu vou fazer isso. Nós vamos fazer isso. Bom , se o dinheiro não der para outras coisas , têm outras coisas que vão esperar o dinheiro para poder ser feitas . Agora, esta é a forma responsável de dizer que as coisas vão ser feitas , o que eu quero dizer, até porque eu conheço a prefeitura de Caxias do Sul é que há recursos  para priorizar a saúde , a educação e ainda haverá recursos para fazer outras coisas , talvez não tudo, bom, se houver crescimento econômico, melhora da arrecadação, vai dar para fazer outras coisas também, mas quando a gente diz que saúde  e educação são prioridades têm que ser prioridade e não ficar delegando responsabilidade, dizendo que a culpa é , daqui uns dias, vai ser de sei eu de quem. Você tem que enfrentar o problema e resolver. 

 

P-No seu governo é possível então que a população, tenha um outro problema que hoje existe que é a demora das consultas , as especialidades médicas , a demora para a realização de exames de média complexidade  e a demora para cirurgias eletivas . Tudo isso, o senhor acredita que é possível sanar?

 

PV -Primeiro é importante ter a seguinte compreensão, Rogério. Quando tu priorizas a atenção básica de saúde , boa parte dos problemas que iriam para o especialista já não precisarão ir para o especialista . Boa parte dos problemas que iriam para uma unidade de pronto atendimento já não irão mais para a unidade de pronto atendimento . Resolve ali. Eu sou médico de profissão . Então eu conheço a área. Já fui prefeito . Então também conheço como gestor e não só como médico . É s[o pegar o que diz o Ministério da Saúde , a Organização Mundial da Saúde , qualquer especialista em saúde vai dizer o seguinte: com atenção básica à saúde que não funciona , nada funcionará . A nossa atenção básica deixa a desejar . O problema que como quem está no governo não é capaz de reconhecer esses problemas,  eles não resolvem esses problemas . Por isso que tem que haver uma mudança político-administrativa na prefeitura de Caxias  do Sul., porque quem está lá não conhece isso. Não reconhece que deixou chegar a essa situação. Então há recursos para fazer isso . Agora, no que diz respeito às especialidades a nossa proposta é, há muitos anos já devia ter sido descentralizado o serviço de urgência e emergência . Não é só agora por causa da UPA da Zona Norte . Vem tardiamente a descentralização de serviço porque a cidade cresceu enormemente e a estrutura de saúde ficou praticamente estagnada . Por isso que estamos também enfrentando esses problemas . O que nós estamos propondo?É a criação de policlínicas junto a essas unidades de pronto atendimento . Colocando lá aquelas necessidades que são as mais necessárias . Boa parte dos problemas de saúde  são doenças cardiovasculares . Então tem que ter o especialista me doença cardiovascular . Outra parte importante é  a traumatologia e ortopedia. Tem que ter a traumatologia e ortopedia. Então nós vamos pegar as principais especialidades e vamos criar aquilo que a gente chama de policlínica, aproveitando estruturas já existentes , ampliando essas estruturas . Não haverá necessidade de fazer grandes edificações, mas lá viabilizando estruturas que permitam o atendimento a especialidades descentralizadas em algumas regiões da cidade , não só na zona central, e também tendo acessoa  exames. Quem abriu a central de exames em Caxias do Sul foi o meu governo. Nós abrimos a central de exames não com a ideia de que a central de exames pública atendesse todos os exames, mas para a gente ter noção de preço para também saber comprar com o preço mais barato da iniciativa privada o que tem que ser comprado. De certa forma nós regulamos os preços de mercado e economizamos recursos públicos. Então tem que ter gestão na saúde. O que eu vejo é muita falta de gestão. Muito desperdício de dinheiro que precisa ser corrigido, então parte disto resolve com a gestão, parte disso tu resolves com o modelo assistencial que prioriza a atenção básica e parte disso tu resolve dizendo o seguinte: bom eu vou priorizar no orçamento a saúde. 

 

P- O senhor toca em um ponto, para mim nevrálgico, que é a infraestrutura da saúde. O senhor afirma que há muito tempo não se investe o adequado para ampliar a infraestrutura de atendimento á saúde da população. A gente vê isso muito no interior ,onde ainda faltam unidades básicas de saúde  em várias localidades, gente que precisa se deslocar muitos quilômetros para atendimento….

 

 

PV Quando eu entreguei a prefeitura para o Sartori, nós tínhamos atendimento à saúde em todos osa distritos da zona rural do município , todas as sedes distritais tinham atendimento à saúde . Hoje, não tem mais. Em alguns lugares está faltando médico. Quando eu digo que a gente vai fazer isso , a gente já fez isso. Se perguntar para qualquer pessoa …

 

P-  No seu governo a situação não é o ônibus amarelo ir atendendo a comunidade?

 

PV Não, não, não. O ônibus amarelo atender a comunidade só se for em uma situação emergencial. Você tem que ter a estrutura lá, atender lá. É possível fazer isso. Nós tínhamos até atendimento à saúde em todos os distritos rurais  e nós vamos retomar isso , com certeza, a população rural também tem o direito a essas questões.

 

 

 

P-  Pepe, nós temos a universalização ao atendimento à saúde e Caxias hoje é referência para mais ou menos 50 municípios da região da Serra Gaúcha…

 

 

PV Não é de hoje, sempre foi assim. 

 

P- Sim. Muito se diz que é preciso uma contrapartida dos municípios para viabilizar este atendimento. O senhor tem esse entendimento também? Pretende negociar essa possibilidade com outros municípios?

 

PV Tenho esse entendimento e acho que é importante pactuar regionalmente o que é feito. Por exemplo. Bento Gonçalves tem uma estrutura razoável de saúde que pode e também absorve parte da região, é importante que se diga isso. Também tem gente de municípios do entorno que vai ser atendido lá em Bento Gonçalves. Então nós temos que pactuar regionalmente. Quem tem que fazer essa pactuação? Quem tem autoridade para fazer essa pactuação?É o gestor estadual. É o governo estadual. Precisa a Secretaria Estadual da Saúde, o governador do Estado chamar os prefeitos e criar mecanismos dizendo o seguinte: bom, os repasses de recursos para as prefeituras , que o governo do estado fará, terá dois tipos de repasses. Terá repasses que serão feitos em volumes maiores para municípios que aderirem pactuações regionais e os municípios que não quiserem aderir vão receber menos.  Então tu faz uma indução à pactuação regional, onde os municípios assumem as responsabilidades coletivamente. Se não houver essa postura por parte dos gestor estadual, tu não consegues fazer isso de forma adequada porque o prefeito de Caxias não tem o poder de dizer para o prefeito do município vizinho o que ele tem que mandar para Caxias. Tem que ter um nível mais elevado de governo para fazer isso. 

 

P- Vamos falar dessa questão de educação que o senhor tocou em uma das respostas, dizendo que vai tratar como prioridade a carência de vagas, a solução para a carência de vagas na educação infantil que hoje é maior do que cinco mil vagas. É metade do que oferece a rede pública municipal, que oferece 10, 2 mil vagas, se não me engano , ou um número muito próximo a isso. O município diz que oferta à educação 30% do seu orçamento, quase R$ 500 milhões. Mesmo assim, tem que comprar R$ 3,5 mil para suprir a demanda e não supre toda demanda. Essa demanda judicial, diga-se de passagem, espera entrar na justiça para oferecer a vaga. Qual ser´a apolítica de um eventual governo Pepe Vargas neste sentido?

 

PV Quando espera a justiça determinar custa mais caro. Porque daí tu tens que contratar emergência e tu não tens como estabelecer o preço do que será contratado. É óbvio que não vai ser da noite para o dia que teremos as escolas de educação infantil todas criadas. Agora, tem uma importante mudança que foi feita a partir de 2007, entrou em vigor a partir de 2008, quando eu fui prefeito, não tinha o Fundeb. O governo federal não mandava um centavo para a educação infantil.Era só para o ensino fundamental. Então a educação infantil, quatro, cinco anos de idade, não tinha um centavo do governo federal, a prefeitura tinha que arcar e não era obrigação. Também é verdade dizer que não era obrigação . A partir da criação do Fundeb passou a ser obrigação e é um direito da criança. Não é só um direito da mãe, do pai, poder ir trabalhar sabendo que os filhos estão em um local adequado. A educação infantil é um direito da criança . Isso está mais que comprovado que a criança que tem estímulos precoces, quando entra na educação infantil, nos anos seguintes da sua vida escolar , ela tem melhor aproveitamento escolar e será depois um adulto muito melhor na sua profissão, na sua atividade econômica, se desenvolve mais. Então é um direito da criança, que precisava ser feito. Agora, o governo federal não manda todos os recursos , mas ele manda recursos pro custeio e também é possível através do Fundo…

 

P-   Por número de matrículas

 

PV  Por número de matrículas, é o censo escolar que determina. Vem um valor para a merenda escolar, um valor para cada aluno. O município tem que complementar obviamente. E também é possível captar recursos para a construção de escolas junto ao FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino. Então o que nós vamos fazer? Nós vamos buscar, paulatinamente, construir as escolas. Tu não constróes uma escola em uma semana ou em 30 dias. Então vamos ter que construindo as escolas, tanto com recursos próprios como tentar captar recursos no Fundo Nacional do Desenvolvimento do Ensino . Enquanto não tivermos essas vagas em escolas públicas também podemos ampliar onde é possível ampliar escolas já existentes da educação infantil. Então escolas novas e ampliação de escolas já existentes, mas isso não resolverá o problema de imediato. De imediato o que vamos fazer? Vamos ter que ampliar os convênios com entidades não governamentais que atuam nessa área para viabilizar vaga para todas as crianças. Se não tivermos vagas para todas as crianças tem que fazer um edital público de qualificação de escolas privadas para receber essas vagas , mas aí tu te preparas, define o preço e custa mais barato para evitar a judicialização. A judicialização torna mais cara.

 

P-  O senhor pretende antecipar isso?

 

PV  Vamos nos antecipar. Essa é a ideia. Para garantir a vaga, seja em escola pública, seja em convênio com entidades não governamentais , seja comprando vagas na rede privada , mas de forma planejada. E não esperando o seguinte:bom, vamos ver como fica, para ver quem entra na justiça contra o município, porque aí fica mais caro. 

 

P-  Pepe, como tu entendes a questão da educação em tempo integral e do contarturno escolar. Há projetos e a gente vê em algumas escolas que estão localizadas em regiões de vulnerabilidade social que não apresentam essa estrutura adequada para o contraturno, para tirar a criança da rua , para tirar a criança, muitas vezes, da fome, da miséria e até da drogadição. 

 

PV   Então, a escola de tempo integral é objetivo de futuro, mas veja que em tudo que é eleição tem candidato que diz: vou fazer as escolas de turno integral. E hoje nós temos duas, três escolas de tempo integral, não enche os dedos de uma mão o número de escolas em tempo integral no nosso município. E nós temos mais de 80 escolas no município. Então nós temos que fazer o que, temos que paulatinamente aumentando o turno integral. Por que tu não podes da noite para o dia? Porque tu tens lá uma escola que dá para atender, digamos, 300 crianças. Tu atendes 300 de manhã e 300 de tarde , logo tu atendes 600 crianças, se for fazer turno integral , vão ser 300 crianças só , onde tu colocas as outras 300 . Então tem que paulatinamente ampliando pro turno integral. Enquanto isso não acontece tem que ter as atividades no turno contrário que não precisa ser necessariamente na escola, pode ser em outras estruturas existentes na comunidade, em centros comunitários. O que tem que ser o contraturno da escola?Tem que ser atividades recreativas, de lazer, oficinas de cultura , de esporte, de lazer. Nós podemos aproveitar, inclusive, campo de estágio para estudante de Educação Física, para estudantes de Educação Artística,, para estudantes da área da saúde fazerem também palestras orientativas , enfim, tu ocupas para aqueles que estão chegando perto do ensino médio nos anos finais do ensino fundamental . Tu já podes inclusive pensando alguma coisa em oficinas de capacitação para o trabalho…

 

P-  Tem lugar para isso?

 

PV   Tem, te m que pegar na comunidade e ocupar os espaços  da comunidade, ginásio de esportes, centros comunitários, a própria escola então, não precisa ser necessariamente dentro da escola, onde puder ser dentro da escola melhor e tem que priorizar aquelas crianças que estão em situação de vulnerabilidade social porque são justamente essas que se ficarem nas ruas irão ser vítimas das violências mais diversas e também poderão ser alvo fácil para o tráfico de drogas e para a inciiação ao crime.

 

 

P- E manter esse status de violência crescente que a gente vive hoje?

 

PV Exatamente

 

P-  E essa violência está chegando perto das escolas também . Ainda não é o problema de Porto Alegre, mas hoje Caxias do Sul tem índices de violência que percentualmente se aproximam …

 

PV  São duas coisas. A iniciativa da Sipaves é uma boa iniciativa, que envolve a comunidade escolar, precisa ser ampliada, fortalecida. Tem escolas que funciona bem , tem outras que não funciona tão bem . Eu acho que é uma inciativa importante a ser tomada, mas também tem aquilo que ocorre no entorno da escola .

 

P- Isso. É aí que eu quero chegar. Como resolver isso. É possível a gente ampliar a função da guarda municipal , por exemplo, para fazer também essa ronda pelo menos a presença do guarda municipal. 

 

PV Olha, quem criou a guarda municipal, foi na minha gestão que a guarda municipal foi criada. Então criamos a guarda municipal para ela paulatinamente ir cumprindo isso. Na época, não tínhamos uma lei federal que nos respaldasse para dotar a guarda municipal de mais funções , hoje há. Nós votamos em 2014, uma nova lei que dá mais atribuições a guardas municipais, mas ali para…

 

P-  Inclusive para se tornar guarda armada também né?

 

PV  É, mas ai tem que ter todo um certo cuidado. O que a gente está propondo nessa área, Rogério. Nós precisamos intensificar as parcerias com o governo do estado. As pessoas sabem, eu não apoiei o Sartori como candidato a governador, mas eleito prefeito eu não vou estar sendo eleito prefeito para fazer oposição ao governador . Eu vou estar sendo eleito, se me eleger, se a população me der a honra de voltar para a prefeitura, para governar Caxias e vou procurar o governador  e tenho certeza que o governador terá uma atitude republicana para conosco. Vamos conversar para tentar, eu vou tentar ajudar o governador na área da segurança, que a Brigada Militar, a Polícia Civil são as principais forças de segurança. Então eu vou procurar ajudar, vamos fazer convênios , fazer parcerias, acho que é importante a gente reforçar aquela ideia do centro integrado de operações de segurança pública , que a guarda municipal pode cumprir um papel importante lá dentro do centro integrado, liberando os policiais militares que não precisam ficar no centro integrado e podem ir para o policiamento na rua nós podemos fazer o patrulhamento comunitário, envolvendo a guarda municipal, tendo interligação com rádio quando se vê alguma atividade ilícita, quando se vê alguma atitude suspeita. Nas escolas, tem escolas que já tem videomonitoramento,  mas o videomonitoramento não está totalmente interligado . Então temos que interligar esse video monitoramento para também ver atividades suspeitas no entorno da escola e nesses casos mobilizar a guarda municipal ou a Brigada Militar, mas acima de tudo, nessa área da segurança, Rogério, tem que combinar o policiamento, o reforço ao policiamento. Eu tenho preferência ao policiamento comunitário, a repressão ao crime tem que set pelos órgãos de policiamento ostensivo preventivo e repressivo e da polícia judiciária , que é a Polícia Civil, mas tem que combinar as ações de intensificação do  policiamento com políticas sociais e urbanas preventivas . Tem lugares que o poder público precisa melhorar a iluminação pública , precisa fazer alguma obra que melhore o espaço público que está degradado e vira local de encontro de situações indesejáveis.

 

P- A revitalização de uma praça

 

PV A revitalização de uma praça.

 

P- Muitas vezes escadarias.

 

PV Exatamente.

 

P- Isso é fundamental

 

PV Ampliar câmeras de vídeo , em parceria com a comunidade. Acho que é possível fazer isso. As primeiras câmeras de vídeo que foram colocadas em Caxias fi na minha gestão como prefeito. 

 

P- E o sistema ainda é muito pequeno né?A abrangência é muito curta. 

 

PV- É muito pequeno.

 

P- Na época fizemos em uma parceria com o CDL e colocamos na região central da cidade, mas te que ir para outras regiões, pros bairros também.

 

P- O senhor tem um número, um projeto, que áreas o senhor pretende atender?

 

PV- Olha, eu acho que a gente tem que pegar as entradas e saídas das principais regiões da cidade e os principais centros de movimentação das principais regiões da cidade. Nós temos hoje centros de comércio, que não é mais só o centro histórico aqui , acho que essas regiões devem ser priorizadas no que diz respeito a isso. E as políticas sociais preventivas, que nós vamos buscar, Rogério, existem organismos, como o programa nacional, o programa nacional das nações unidas para o desenvolvimento entre outros, que fazem convênios com os municípios e dão assessoramento para o desenvolvimento de planos de redução da violência, da insegurança, utilizando metodologias que envolvem diagnósticos, mobilização comunitária, articulação dos vários entes públicos , união, estado e município, para tentar enfrentar esses fenômenos da insegurança e da violência . Nós vamos buscar esses organismos para nos assessorar e fazer as parcerias necessárias para estabelecer um pano municipal de redução da violência, da insegurança. 

 

P-  Antes para quem das políticas públicas, a gente tem a coisa comezinha, gasolina, do auxílio da residência do policial comunitário , coisas que o município já ajuda , mas que ainda não é suficiente.

 

PV- Sempre ajudou né?

 

P-  E parece que precisa cada vez ampliar mais isso, né Pepe?

 

PV-  Tu sabes que uma vez o Tribunal de Contas da União apontou , o Tribunal de Contas do Estado, aliás, apontou como uma irregularidade, quando eu era prefeito que nós repassávamos recursos para a Brigada Militar , que era direto o repasse . Nós tínhamos um convênio, mas o convênio não estipulava as obrigações do estado . A gente corrigiu isso, enfim….

 

P- Hoje, existe Consepro para isso, que faz essa intermediação.

 

PV–   Então isso vai ter que continuar sendo feito até porque a gente sabe a situação do estado eu acho que, não quero aqui entrar no mérito. 

 

P- O senhor fala em ampliar o policiamento comunitário, que dizer o município hoje…

 

 

PV– Precisa levar para o interior também, porque a zona rural do município hoje está sendo vítima disso.

 

P-  Hoje , nós temos, se não me engano 16 núcleos, mas 16 núcleos com três policiais cada núcleo

 

PV– Mas é aí que eu acho que tem o papel da guarda municipal , junto com a Brigada Militar poder ser utilizada em uma  melhoria do policiamento comunitário. Tem um papel aí para a gente sentar, discutir junto, não só para a área urbana, mas também temos que viabilizar uma situação mais segura para a zona rural porque hoje está acontecendo isso . Tenho um amigo meu que é agricultor , que ele já teve o filho dele levado como refém depois de um assalto na casa dele . Eles levaram o menino, bom depois soltaram …

 

P- A criminalidade está chegando na zona rural.

 

PV- Está chegando na zona rural 

 

 

PV-  Está chegando na zona rural, então é uma questão que vamos ter que envolver a comunidade rural e discutir um programa para a melhoria da segurança na zona rural do município. 

 

P – Ok. Vamos falar de mobilidade urbana. Outro gargalo fundamental para o desenvolvimento de Caxias do Sul , transporte coletivo, a gente vê a implantação , estamos em plena implantação do sistema integrado de mobilidade urbana de Caxias do Sul, o SIM Caxias do Sul. Há uma segunda fase programada já para os próximos anos , com novas estações de transbordo, o senhor programa continuar esse projeto como ele está. Qual é o seu entendimento  do SIM Caxias?

 

PV- Olha, a integração tarifária começou na minha gestão como prefeito. Nós precisávamos fazer a perimetral sul para   fechar o anel perimetral e iniciar o processo de integração tarifária . Nós chamávamos na época de Sistema Troncalizado Integrado de Transporte Coletivo. A gente fez a licitação . Eu fui o primeiro prefeito a fazer licitação do transporte coletivo em Caxias do Sul. Na licitação que a gente fez na época inclusive a gente abriu a possibilidade de consórcio de empresas, para a gente não ficar só com uma empresa, só houve um participante na licitação. Que é quem opera o sistema hoje, mas mesmo assim o novo contrato…

 

P –  E esta licitação está para vencer agora?

 

PV-  Essa licitação venceu durante a gestão do prefeito Sartori e ele, em vez de fazer uma nova licitação, ele renovou essa concessão e vence novamente. Eu defendo que seja feita uma nova licitação, obviamente. 

 

P – Antes do final do próximo mandato?

 

PV- Exatamente. Tem um contrato que vai vencer . A gente tem que fazer a nova licitação, obviamente, vamos fazer a nova licitação. Mas mesmo que tivesse tudo só uma empresa, o novo contrato deu mais possibilidades do poder público exigir coisas da empresa porque tu podes ter uma empresa, tu podes ter três empresas e  virar a mesma coisa. Se o poder público não controla, se o poder público não faz o controle , não faz as exigências necessárias, três viram um cartel . Tendo uma , tendo trê cartelizadas não tem diferença nenhuma. 

 

P -Até porque não há concorrência entre as linhas.

 

PV- Entre as linhas não existe concorrência. Exatamente. Então você tem que ter o controle público. O controle público é dado por um bom contrato derivado de uma boa licitação, mas lá na época nós já prevíamos isso tanto que a bilhetagem eletrônica entrou naquele período para viabilizar a integração tarifária . Então esse sistema, que chamam hoje de sistema integrado de mobilidade, ele foi concebido pela área de planejamento , envolvendo na época a secretaria de planejamento , a secretaria de transportes lá trás ainda. Ficou muito tempo abandonado, felizmente foi retomado. Nós fizemos a perimetral sul e fizemos as primeiras linhas integradas, mas para ampliara  integração, precisava fazer as estações de integração, e que agora algumas foram feitas, terão outras ainda para serem feitas , mais até do que já foram feitas, então vamos dar sequência…

 

P -Mais do que está planejado?

 

PV- A cidade é um organismo vivo. Está sempre se modificando. Aquele planejamento feito lá em 1999 , 2000, para esse processo que estou falando ele teve que ser atualizado, planejamento urbano é uma coisa que tu estás sempre atualizando . Então vamos seguir com a questão da integração tarifária, porque é importante, fica mais barato. A pessoa pega dois ônibus e paga um só. Agora, tem alguns lugares que a integração , em vez de diminuir o tempo de trajeto, que esse é o objetivo, aumentou o tempo de trajeto. Em outros ela conseguiu cumprir bem sua função e diminuir o tempo de trajeto. Então a gente tem que verificar, estudar essas situações, onde  tempo de trajeto aumentou porque não tem sentido tu fazeres uma integração e as pessoas demorarem mais tempo para chegar no seu destino. 

 

 

P – Caxias do Sul é uma cidade que cresce em média 10 mil habitantes por ano. Pelo menos nos últimos 10 anos é essa a média registrada, então é como o senhor diz é um organismo vivo . O senhor fala que construiu a perimetral sul no seu governo . O que o senhor planeja neste momento , até 2020, caso seja eleito prefeito de Caxias do Sul na questão da infraestrutura viária?

 

PV-  A prioridade são as s obras necessárias para ir fazendo a integração tarifária para mais lugares da cidade . Isso são prioridades, novas estações de transbordo, e corredores exclusivos, isso é importante; 

 

P -Esse modelo não muda?

 

PV- Não, porque esse modelo não é uma coisa de agora. É um planejamento que vem de muitos anos  sendo feito. Ele exigiu algumas obras que precisavam ser feitas, cada governo foi fazendo a seu tempo as suas obras . O meu fez a perimetral sul . O atual governo está fazendo isso que fez. Eu não estou fazendo aqui, viu Rogério, um discurso de terra arrasada, não. Caxias teve boas gestões teve prefeitos que fizeram bem pela cidade. Avanços visíveis. A minha gestão eu terminei com 9Fui eleito, reeleito e terminei com 92% de aprovação.

 

P Mesmo assim não fez o sucessor

 

PV- Isso acontece. Tem boas gestões que não fazem sucessor. Isso faz parte da vida, faz parte da eleição, mas o importante é isso, o Ibope da época dizia que eu tinha 92% de aprovação . Tenho certeza que quem viveu aquele período sabe , significa que mesmo quem não votou em mim, reconhecia que  agente fez um bom governo. Então ei estou dizendo muito tranquilamente, obras inacabadas serão concluídas e eu ainda quero ter o prazer, se eu for eleito prefeito eu vou convidar uma obra que foi iniciada pelo atual prefeito, vou fazer como eu fiz com o Mário Vanin, as obras que ele começou e eu terminei  eu convidava ele para a inauguração. Não quero esconder o papel de ninguém. Então obras inacabadas nós vamos concluir. Projetos encaminhados, nós vamos continuar encaminhando. Esse planejamento do sistema de transporte , que já vem de anos, sendo perseguido, vai continuar. Então, se de um lado tem que concluir as obras do sistema integrado de mobilidade, tem uma outra coisa que é fundamental. Se a gente pegar  os centros, as entradas e saídas de várias regiões da cidade hoje, tem congestionamento tanto como tem aqui no centro. Então nós temos que resolver esses gargalos. Progressiva e paulatinamente. Fazendo melhorias viárias, fazendo estudos viários, que mostrem qual a solução, às vezes, a solução é muito simples, às vezes a solução é abrir um pequeno espaço de uma outra rua …

 

P  Criar sistemas binários?

 

PV- Exatamente. Tem várias soluções. Mas tem outros que são necessários obras, então essas obras precisam ser feitas. Não necessariamente viadutos. Onde a gente precisa obras mais importantes é na onde tem estradas que cortam o município, a BR-116, a 122, a Rota do Sol. O que nós estamos , propondo no nosso plano de governo para  isso? Nós vamos propor que todas essas estradas hoje, ou estão com o governo estadual ou com o governo federal, então nós vamos procurar esses órgãos, o Daer, o Dnit, vamos procurar que as áreas urbanas seja feito conveniamento com a prefeitura poder inclusive fazer obras. 

 

P  Inclusive para as passarelas?

 

PV- Para passarelas, etc, porque o que não dá é a gente ter que ficar esperando um órgão federal, ou um órgão estadual demorar 200 anos para autorizar uma obra que, muitas vezes, é uma rotatória. Tem alguns casos que até sinaleira com semáforo tu resolves o problema .

 

P Redutores de velocidade?

 

PV- Redutores de velocidade, semáforos. Tem lugares que tem que colocar. Tu não vai colocar o dinheiro para fazer o viaduto e não vai ter o dinheiro para fazer uma rotatória grande da noite para o dia. Então, o que tu fazes? Um sistema semafórico .

 

P  O senhor está dizendo que no seu governo, em um eventual governo Pepe Vargas, a população não poderá esperar grandes obras viárias?

 

PV- Não. Não estou dizendo que não esperará grandes obras viárias. Nós vamos fazer as obras necessárias de acordo com o que o orçamento permitir. O que eu não vou fazer é o que fizeram nas eleições passadas. Prometer que vão criar uma estrada , desviar a BR-116, mais ao leste. Não é uma obra que a prefeitura tem que fazer , o governo federal é que faz. Isso eu não vou prometer. O que estou dizendo é que tem coisas que a prefeitura pode, deve e vai fazer. Eu fiz uma grande obra viária, foi a perimetral sul. Sobrou para mim justamente o trecho da perimetral mais caro para fazer, mais longo e mais caro, que tinha desapropriações enormes para serem feitas e fizemos. 

 

P   Os próximos prefeitos vão precisar enfrentar essa questão de ligar norte-sul, leste-oeste por outras vias, não passando pelas áreas centrais. O senhor tem planos para realizar isso?

 

PV-  Nós precisamos, progressivamente, resolver essa questão dos, essas rodovias que cortam o município viraram grandes artérias urbanas, grandes vias urbanas, então nós precisamos, em um conveniamento com coma  união e com o estado, se for o caso, buscar que o município possa ter intervenções nessas áreas. No caso da BR-116, esse trecho urbano teria que virar uma via urbana e de fato a gente buscar  que o governo federal construa um desvio da BR-116, saindo do trecho urbano aqui de Caxias . É uma obra cara, mas a gente tinha que incluir uma obra dessa em uma espécie de PAC , o Programa de Aceleração do Crescimento. 

 

P    Há outras questões que me parecem que seriam viáveis, a gente asfaltar vias secundárias dos bairros para tirar …

 

PV-  Quando eu digo que nem tudo é viaduto é isso que eu quero dizer. Ás vezes tu abres um pequeno trecho , tu asfaltas um trecho que não está asfaltado. Aquilo vira uma alternativa, tu fazes um sistema binário , vem em um sentido outro vai em outro, e isso desafoga o trânsito. O que nós precisamos é nessas regiões onde há congestionamento , envolver engenharia de tráfego e trânsito e fazer  as soluções mais baratas possíveis . Agora, sempre sobrarão obras caras para serem feitas, isso é inescapável. 

 

P    Hoje, o que seu programa de governo pretende fazer efetivamente , que a gente possa dizer para o nosso internauta agora, Pepe Vargas vai fazer isso se eventualmente for prefeito nessa área de ampliação da infraestrutura viária da cidade?

 

PV-   Eu quero deixar claro que eu vou priorizar a saúde e educação. Se eu priorizar a saúde e educação e faltar dinheiro para outras coisas eu não vou poder, não vou tirar dinheiro da saúde para fazer um asfalto . A gente tem que ter honestidade para fazer isso para as pessoas. Se não tiver dinheiro para o asfalto e para a saúde, a saúde vem em primeiro lugar. Eu não digo que não vai dar para fazer, vai dar para fazer asfalto, se não der para fazer todos os asfaltos, …

 

P    O senhor não vai prometer, é isso?

 

 

PV-  Nós vamos trabalhar com muita responsabilidade. O que estou dizendo é o seguinte, dá para fazer muita coisa. Olha, eu governei Caxias, Rogério, talvez em um dos piores momentos da vida do país , o Brasil quebrou duas vezes quando eu fui prefeito. Quebrou em 98 e quebrou em 2002 . Quando eu digo quebrou foi porque o governo brasileiro não tinha dinheiro para pagar os seus compromissos externos. Aí ele teve que ir lá no Fundo Monetário Internacional e pedir empréstimo para o Fundo Monetário Internacional . O desemprego chegava a 16% da população. O governo federal não mandava um pila para município nenhum desse país . Não tinha os programas que hoje os municípios podem acessar. Bom, hoje tem uma crise, mas o Brasil não vai quebrar 

 

 

P    Já anunciou o congelamento por 20 anos de verbas públicas para a saúde.

 

PV- Mas é um absurdo. Nós vamos lutar contra isso no Congresso Nacional. Essa PEC 241 não pode ser aprovada de jeito nenhum. Significa que o governo federal não vai mais ter obrigação de ter um valor mínimo que ele tem que investir em saúde, em educação, o que é isso?

 

 

P   Por 20 anos 

 

PV-  Por 20 anos. Eu acredito que não vai passar isso, inclusive. Acho que o Congresso Nacional não vai aprovar isso aí . Então veja bem, nós governamos em um momento extremamente difícil  Minha Casa Minha Vida não existia . Nós tínhamos que fazer política habitacional com recurso próprio do município . Recurso para o Sistema Integrado de Mobilidade não tinha. Não tinha financiamentos do município. Era com recursos próprios. Nós fizemos obras importantes como a perimetral sul , nós revolucionamos a saúde na cidade, as pessoas reconhecem isso nas ruas, até hoje em dia o que a gente fez na saúde. E fizemos muitas obras através do Orçamento Participativo que nós vamos retomar com muito vigor , discutindo com as comunidades as prioridades dos investimentos. Dá para fazer coisas. Eu quero deixar claro o seguinte, se não der para fazer tudo ao mesmo tempo, nós vamos priorizar a saúde e a educação . Então vamos fazer algumas obras em um ano , outras obras no outro ano, outras obras no outro ano, para priorizar a saúde e a educação. Para que todas crianças tenham acesso à escola,as pessoas que precisam da saúde tem acesso à saúde. Quem precisa da escola pública e da saúde pública? É quem não tem dinheiro para pagar uma escola particular , é quem não tem dinheiro para pagar um plano particular .

 

P  Cada vez mais a gente vê pessoas entrando nessa faixa , principalmente por conta do desemprego, que tem aumentado muito.

 

PV- Mas Rogério, não vamos muito atrás, se tu pegares 2006    ou se tu pegares 2003, pega o ano que tu quiseres e pega o número de empregos com carteira assinada em Caxias do Sul e pega o que tem hoje. Hoje estamos aqui com alguma coisa em torno de 160 mil empregos com carteira assinada. Em 2006, tinha 134 mil.

 

P Mas a gente não pode negar que mais de 10 % desse pessoal perdeu o emprego nos últimos cinco anos 

 

 

PV-Ok, mas eu quero dizer o seguinte, é óbvio que esse é um grave problema , é óbvio que isso é decorrente de uma política econômica equivocada.

 

P  Mas que as consequências estão aqui no município.

 

PV- Mas o que eu estou querendo dizer é o seguinte, há um discurso que diz o seguinte:  mas como tem gente que perdeu o emprego, tem menos gente com plano de saúde, é verdade. Só que se tu pegares 10 anos atrás o número de pessoas que tinha plano de saúde em Caxias é menor do que é hoje, mesmo com esse desemprego que aconteceu. E também tem uma outra realidade, que a maioria das pessoas que tem um plano de saúde tem um plano básico. Esse plano básico não cobre tudo. Quando tem um tratamento mais caro , quando tem um exame mais complexo, o plano não cobre, ou tem uma diferença muito grande que as pessoas não podem pagar . Então essas pessoas, mesmo quem tem plano de saúde procura o SUS. A ampla maioria das pessoas não tem plano de saúde.E essas pessoas que precisam um sistema único que funcione, quando eu digo que nós vamos priorizar a saúde, é que vamos priorizar quem mais precisa.

 

P   Nós entendemos sua prioridade. Nosso internauta, com certeza quer saber sobre essa questão do desemprego. O que um eventual governo Pepe Vargas pode fazer, por exemplo, para ampliar a geração de empregos e manter empresas que hoje a gente vê saindo de Caxias do Sul?  Antes de trazer novas empresas, manter as empresas que estão aqui. 

 

PV Pois veja bem que elas não foram para nem para a China. Foram para Flores da Cunha, foram para Farroupilha. Para o nordeste acho que não teve nenhuma mais recentemente né?Teve lá nos anos 90 o caso da Grendene que foi para Sobral, aqui em Farroupilha. Aqui a gente está perdendo para os municípios vizinhos. O que está acontecendo aqui , nesse caso, precisa fazer uma revisão do plano diretor urbano tem que encontrar mecanismos de coibição à especulação imobiliária porque o preço da terra está muito caro e o sujeito vai lá e não consegue um terreno mais barato, como para a produção de moradia e de lotes para a instalação de empreendimentos . Nós vamos criar aquilo que a gente chama de distrito empresarial. Criar um programa, que viabilize, através do poder público oferta de áreas para aquisição, não é para dar de presente, nós podemos financiar aquele empresário.

 

P   Áreas que hoje são públicas?

 

PV Não, a gente pode desapropriar, inclusive, identificar, pode fazer um edital público, ver as empresas que têm interesse, a necessidade que tem , a partir daquilo que tu podes desapropriar e tu financias a empresas para adquirir e esse terreno e ela permanece na cidade. Então, revisão do plano diretor urbano, um distrito empresarial nesses moldes. Nós vamos buscar todos os setores da atividade econômica, vamos pegar dois ou três exemplos, o setor metalmecânico,o setor da indústria do plástico, o setor da indústria da moda, confecção e moda. Vamos criar câmaras setoriais para cada um desses setores. Quem vai participar da câmara setorial? As entidades empresariais, dos trabalhadores do setor, o poder público municipal, vamos chamar as instituições de ensino superior e tecnológico existentes no município. Vamos discutir quais são os problemas,quais são os gargalos desse setor. Onde a gente pode buscar inovação tecnológica, onde a gente pode eliminar um gargalo que está acontecendo para esse setor se desenvolver, buscando que façam inovação tecnológica , como se pode fazer para atrair novos investimentos e pactuar com o setor. Vamos criar, de forma muito amplificada, o processo da sala do empreendedor para desburocratizar. Esse é o problema. Para licenciar um loteamento , seja para moradia, seja para áreas de produção econômica, que demora um ano, dois anos isso é custo, que vai para o preço final. Então essas questões nós vamos desburocratizar, diminuir o prazo dessas licenças, quero criar inclusive uma câmara envolvendo a inciativa privada e o poder público para discutir esses gargalos e reduzir esses gargalos da burocracia dos licenciamentos e e vamos criar um Fundo Municipal de Apoio à Inovação Tecnológica . Queria só dizer uma outra coisa,eu fui presidente da frente parlamentar mista da micro e pequena empresa , que modificou o simples e beneficia mais de 95% das empresas de Caxias do Sul  e criamos, lá naquela época, o microempreendedor individual . Agora, na prefeitura, nós vamos para todo o microeempreendedor individual e toda microempresa que quiser abrir seu negócio como microempresa ou microempreendedor individual, nós vamos isentar de pagamento de taxas e vamos isentar no seu primeiro ano de funcionamento de qualquer imposto municipal. Para estimular o empreendedorismo das pessoas .

 

P   O senhor vai propor essa lei no primeiro ano de governo?

 

PV- Se eu assumir no dia 1º, no dia 2 estarei encaminhando o projeto de lei.

 

 

P   Depois do recesso o senhor encaminha o projeto de lei?

 

PV-  Não precisa esperar o recesso, eu posso encaminhar antes do recesso. Porque não tem sentido, Rogério, veja bem, muitas pessoas que iniciam o empreendimento dessa natureza depois o empreendimento não está certo. Outras, felizmente, dá certo. Para aquele que não deu certo, não deu certo o negócio dele e o cara ainda fica com uma dívida pendurada na prefeitura . Não tem sentido. Aquele que deu certo, muito que bem, a partir do segundo ano então vamos cobrar o tributo dele. Então não vamos cobrar as taxas de abertura  e vamos isentar no primeiro ano as micro e pequenas empresas  e microempreendedores individuais que abrirem seu negócio.

 

P  Pepe, ainda nessa questão eu queria saber quais são os planos de um eventual governo que o senhor comande novamente Caxias do Sul para transformar a matriz produtiva de Caxias do Sul. Muito se diz que Caxias sente mais a crise porque ela é muito dependente de um setor econômico?

 

PV- Olha, eu tenho certeza que tem muito município com inveja de Caxias pelo dinamismo da indústria, do comércio e dos serviços de Caxias.Não vamos lavar a criança , pegar água, bacia  e o sabonete, jogar tudo fora com acriança dentro. Nós temos um senhor polo econômico em Caxias do Sul que precisa ser, em primeiro lugar, fortalecido. Por isso que eu proponho câmaras setoriais para dialogar com os setores econômicos que a gente já tem hoje, discutir, junto com eles aquilo que é papel da iniciativa privada, aquilo que é papel do poder público , o que a gente tem que procurar o governo do estado, o que a gente tem que procurar o governo federal, o que o município tem que fazer para a gente discutir os gargalos que cada setor tem . Para que eles possam reduzir seus custos , para que eles possam fazer inovação tecnológica e, consequentemente, tu vais atrais novos investimentos, novas empresas para Caxias do Sul.Essa é a nossa proposta.

 

P  Pepe falar um pouco de política e da questão da sua coligação. O senhor, hoje, concorre em chapa pura, com o vereador petista Gerônimo Dani como vice, porque o PT não conseguiu neste momento construir uma coligação forte para disputar as eleições deste ano, até com seus partidos que tradicionalmente são parceiros?

 

PV-  Primeiro porque nós procuramos poucos partidos por uma questão de coerência. Nós procuramos o PC do B, o PSOL,, procuramos a Rede. Foram três partidos com quem a gente efetivamente conversou  e procurou ver se havia possibilidade de fazer alianças. Cada um optou por ter sua candidatura própria, o que é legítimo. Temos uma eleição em dois turnos . Acho que é bom que tenha mais candidaturas. Acho que podemos ter divergências entre os vários candidatos , mas acho que temos seis candidatos que são pessoas honradas, que cada uma defendendo as suas propostas .

 

 

P  O senhor acha que isso pode refletir de alguma maneira o desgaste o seu partido por conta das denúncias de corrupção, por conta da cassação  da presidente Dilma e que pode afetar também, em que medida, pode afetar a sua imagem, a medida que o senhor foi ministro deste governo?

 

PV Olha, o candidato da situação, tem 21 partidos junto com ele . Se tu pegares o número de pessoas presas , o número de pessoas investigadas , próprio Temer né, o vice-candidato é do partido do Temer , o Antônio Feldmann é do partido do Temer, é do partido do Eduardo Cunha, porque eles não têm desgaste com a corrupção do Eduardo Cunha.

 

P Isso eu perguntei para eles, candidato. Estou perguntando sobre o desgaste da sua candidatura. 

 

PV O que eu tenho para dizer, Rogério, é o seguinte, eu sou um apessoa honesta, tenho vários anos de vida pública , nunca respondi a nenhum processo por corrupção, O Nespolo também não. O Daniel Guerra também não. O Vitor Hugo Gomes também não. O Francisco Corrêa também não. O Assis Melo também não.Nós temos seis candidatos honestos. Infelizmente há pessoas em todos os partidos que fizeram coisas erradas , em todos. O PDT do Néspolo tem o Bassegio que foi cassado como deputado estadual, agora isso quer dizer que o Néspolo é uma pessoa desonesta? Não. O Néspolo é honesto . Essa campanha em Caxias do Sul não tem ninguém que seja ficha suja e partidos políticos têm pessoas  em todos os partidos que fizeram coisas erradas , até em uma família eventualmente tem alguém que fez alguma coisa errada. Não quer dizer que todos os membros da família sejam errados ,

 

P  Candidato, nenhuma campanha coloca a imagem do Bassegio para colocar críticas no candidato Néspolo 

 

PV Mas isso é da disputa política.

 

PEntão eu lhe pergunto isso, de que maneira…

 

PV  O Eduardo Cunha não gera desgaste para o Néspolo?

 

P Não está no seu programa acusando o Eduardo Cunha para a gestão do Néspolo, por exemplo, 

 

PV Ele é do PMDB

 

P O que eu quero dizer é que o contrário existe.

 

PV Eu não vou fazer da eleição aqui, Rogério, um debate desqualificado desta natureza . Eu tenho uma vida honrada. Tenho um patrimônio não vou dizer escasso, mas também não é… tenho um apartamento um automóvel

 

P Como dissociar essa imagem..

 

PV A minha imagem , eu não tenho imagem de uma pessoa desonesta 

 

P Não estou dizendo isso, de maneira nenhuma. O senhor tem imagem de um homem  que fez parte do governo que foi cassado.O senhor foi vaiado na Festa da Uva deste ano por conta disso.

 

PV Não, não. Quem foi vaiado foi o ministro  Rossetto, eu não fui vaiado. 

 

P O senhor somente subiu do lado dele?

 

PVO Temer é vaiado por onde ele anda. O Sartori é vaiado.O Rigotto foi vaiado. Eu já fui vaiado como prefeito. Vaia não é o problema. Acho que problema é quando as pessoas transbordam para violência. Aí não dá. Vaia não é problema. Isso faz parte da torcida. Vaia tem em um estádio de futebol, para o time adversário, então a vaia faz parte da torcida . Essa não é a questão central Rogério. A questão central é que eu não vou transformar essa eleição na tentativa de desqualificar moralmente os cinco candidatos que disputam comigo porque eles são pessoas honradas . Eles têm família. Eu não vou rebaixar a campanha a esse ponto . Espero que todos tenham o mesmo comportamento em relação a mim. Qualquer um que queira discutir, apontar o dedo, de  alguma pessoa do meu partido que tenha um ato de corrupção eu aponto o dedo para o ato de corrupção  de algum correligionário do partido dele e todos têm. Ninguém pode dizer que tem isso. Que tenha algum partido que não tenha alguém que tenha cometido algum erro . Nas atividades políticas, assim como em várias atividades econômicas, tem empresários que estão sendo presos por corrupção, quer dizer que todos empresários são corruptos? Não. Tem políticos que estão sendo presos por corrupção? Tem. Quer dizer que todos são corruptos? Não . Então eu enfrento com muita tranquilidade esse debate . Agora, esse debate não vai resolver os problemas de Caxias do Sul . Este debate não vai resolver os problemas de Caxias do Sul. Quem quer fazer este debate quer fugir da responsabilidade de ser governo há 12 anos, quer passar a ideia à população que Caxias é um mar de rosas , que fugir da responsabilidade e  terceirizar a responsabilidade, sempre para outros, nunca é deles. Nós não vamos permitir que isso aconteça. Eu também não vou fazer aqui e não estou fazendo  um discurso. Quem assiste os programas eleitorais pode ver que estamos pontuando os programas, os problemas que a cidade tem. Não estou agredindo ninguém. Não estou atacando ninguém.E quero seguir na campanha assim. Eu quero discutir os problemas de Caxias . Tem coisas que funcionam e eu vou manter e vou aperfeiçoar. Agora, aquelas coisas que não estão funcionando  e tem fila na saúde, não funciona,  e tem problema na educação, tem problema na segurança, tem problema na administração pública , não se modernizou. Pega o site da prefeitura e tenta ter acesso a algum serviço online para vereador

 

 

P Transparência 

 

PV Tem que dar um banho de transparência no site da prefeitura. Tem que dar um banho de transparência em serviços  online para que a população não tenha que ir até a prefeitura acessar determinado serviço. Tem problema. Eu quero discutir esses problemas . Quem vem querer discutir essas questões, querendo atribuir a mim uma corrupção que eu não pratiquei é porque quer fugir de sua responsabilidade.  

 

P Candidato, a gente está encerrando esta entrevista  e gostaria que o senhor me respondesse, o senhor volta a disputar a prefeitura de Caxias 12 anos depois do final do seu último mandato. O que mudou no Pepe Vargas  e o que muda em Caxias para receber novamente, eventualmente, o Pepe Vargas prefeito.

 

PV Olha, eu sou uma pessoa mais madura, obviamente. Quando eu fui eleito prefeito eu tinha 38 anos. Eu fui o prefeito mais jovem eleito. Nós tivemos o Vanin , que foi prefeito um pouco mais jovem do que eu, mas ele tinha sido eleito vice-prefeito com o Mário Ramos, aí o Mário Ramos virou secretário de turismo de estado e o Vanin nos últimos dois anos ficou de prefeito . Depois no Vanin foi eleito, mais adiante, com uma idade já mais avançada . Eu fui o prefeito mais jovem eleito em Caxias do Sul . Então, primeiro que estou mais maduro , a vida nos traz mais maturidade tenho mais experiência. Eu fui ministro do Desenvolvimento Agrário. Ajudei muito Caxias , quando eu fui ministro do desenvolvimento agrário , Rogério, eu fiz um programa de doação de máquinas para prefeituras de menor porte que não tinham recursos financeiros para comprar máquinas . Todo o município, até 50 mil habitantes, significa que na nossa região ficou fora só Caxias, Bento, Farroupilha e Vacaria. Todos os demais municípios foram beneficiados . Nós doamos máquinas para essas prefeituras cuidarem de estradas vicinais, o escoamento da agricultura familiar , eu era ministro do Desenvolvimento Agrário. A Randon vendeu em torno de uma mil máquinas , portanto nós geramos emprego aqui em Caxias, geramos renda aqui em Caxias com esse programa. Nós colocamos o Pronaf, que é o programa de financiamento para o agricultor familiar e todos os agricultores da nossa região são praticamente agricultores familiares , mais de 90%. O agricultor fazia financiamento da 2% para comprar trator , máquinas, equipamentos . As nossas indústrias de máquinas e equipamentos , as indústrias que fornecem componentes para indústrias de máquinas e equipamentos , a Agrale, foi altamente beneficiada por este programa, gerando emprego e renda aqui . O programa Caminho da Escola e o programa Educação para o Campo , que nós conduzíamos dentro do governo junto com o Ministério da Educação permitiu que a NeoBus e a Marcopolo vendessem milhares de ônibus, gerando emprego aqui em Caxias. Como ministro eu ajudei Caxias em todos os seus pleitos, para viabilizar os recursos do SIM, para viabilizar os recursos do programa de asfaltamento do interior para viabilizar recursos da Festa da Uva. Não teve uma demanda de Caxias que como deputado ou prefeito eu não tenha apoiado. Portanto eu tenho mais experiência  e acho que posso ajudar muito a nossa cidade nos próximos quatro anos.