Memória LEOUVE

Pela volta dos orelhões

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Pela volta dos orelhões

O Congresso Nacional deu um importante salto para o passado no dia de ontem. A aprovação de uma emenda à lei de regulamentação dos serviços de transporte por aplicativo – vamos traduzir isto por Uber, mas existem outros similares – acaba ferindo de morte a iniciativa que reduziu a mais de 50% o transporte individual de passageiros.

 

 

Pela emenda o Uber e seus similares deixa de ser uma iniciativa privada e passam a ser concessão pública – assemelhando-se aos táxis. Pagando impostos, exigindo monstra burocracia, enfim vão acabar com a novidade. Um desserviço à criatividade e ao andar para a frente.

 

Vamos indicar novos projetos muito interessantes para a Câmara dos Deputados: que os estados sejam obrigados a reinstalar orelhões; imponha-se pesadas taxas sobre as redes sociais, afinal elas acabaram com o fax; tv a cabo, netflix, jogos de futebol na tv, blogs de notícias. Para tudo. Vão matar setores vitais com o dos jornais impressos, as rendas nos estádios, os fabricantes de aparelhos de fax e por aí afora. Surgiram programas ou aplicativos para aluguel de quarto ou apartamento/casa direto entre pessoas. Nem por isso a cadeia da indústria moveleira parou. Seguem sendo erguidos dezenas de hotéis no estado e uma centena no Brasil – e estamos em crise

 

Sei que os taxistas estão sendo prejudicados e perdendo mercado diante do Uber. Os fumicultores também. Nem por isso vamos voltar a estimular o uso do cigarro nas novelas. E os trabalhadores da indústria moveleira que foram substituídos aos milhares pelas máquinas que produzem em série a partir da programação de dados.

 

Há muitas questões a ponderar. Perdas e ganhos. Os deputados só não podem querer ser mais realistas que o rei. Não dá pra subverter a ordem das coisas. É para a frente que se anda e não de volta ao passado. A não ser o Michael J. Fox.