Memória LEOUVE

Para Simecs, segundo semestre ainda deve ser de dificuldade econômica em Caxias

Para Simecs, segundo semestre ainda deve ser de dificuldade econômica em Caxias

As dificuldades econômicas pelas quais a indústria de Caxias do Sul passa devem seguir, no mínimo, até o final do ano. Esse é o posicionamento do Consultor de Planejamento do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico – Simecs, Rogério Gava. Na tarde desta quarta-feira, dia 20, o Simecs promoveu a palestra Perspectivas Econômicas para o Segundo Semestre de 2016.

 

Um auditório lotado de empresários e executivos das empresas metalmecânicas de Caxias do Sul ouviu atentamente a exposição de Rogério Gava, que não trouxe boas notícias. Doutor em economia, Gava defendeu que os números da largada de 2016 dão mostras de uma queda de 0,3% do PIB no primeiro trimestre em relação aos últimos três meses de 2015.

 

O resultado, em comparação com o mesmo trimestre do ano passado (-5,4%), foi o segundo pior dos últimos 20 anos. Para o ano cheio, as projeções da pesquisa Focus do Banco Central do Brasil seguem mostrando uma queda no PIB da ordem de 3,5% e de quase 6% na atividade industrial. A inflação, embora em queda por força da estagnação econômica, ainda passará longe do centro da meta de 4,5%. A estimativa é de 7,25%.

 

Rogério Gava ainda salientou que a redução do consumo das famílias no primeiro trimestre, de 1,7%, é outro indicador que mostra a permanência da recessão neste ano. Outro fato é o da disseminação da queda no PIB nos três setores produtivos (Indústria, Agropecuária e Serviços), com quedas respectivas de 1,2%, 0,3% e 0,2% no primeiro trimestre de 2016.

 

Retomada em 2017

 

Conforme Gava, para o próximo ano a perspectiva dos analistas de mercado é de uma retomada tímida no crescimento, em torno de 1% positivo para a produção interna bruta. Entidades mundiais, no entanto, são menos otimistas. O FMI, por exemplo, piorou a perspectiva de queda da economia brasileira em 2017, não enxergando mais uma retomada do crescimento no próximo ano.

 

O Fundo projeta estagnação econômica, ou seja, crescimento zero para o país. Já o BIRD – Banco Mundial – é ainda mais cético quanto à melhora da economia do Brasil para 2017, apontando queda de 0,2% no PIB. Segundo os dois organismos, o início de recuperação da economia do país ficará, ao que tudo indica, somente para 2018.