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Otoplastia - Orelha de Abano

Otoplastia - Orelha de Abano

Quando se fala em cirurgia para corrigir orelhas de abano, a recidiva é sempre a complicação mais temida pelos pacientes. Os riscos de insucesso nos resultados, no que se refere à volta do problema, podem ocorrer meses depois do procedimento e chegam a atingir até 15% dos casos. Para evitar essa situação, o cirurgião plástico Mauro Speranzini criou e uniu técnicas capazes de reduzir a zero a recidiva nas otoplastias.

Também criador da “Técnica do Enxerto em Sanduíche” – que reduziu a chance da extrusão de pontos de 5% para apenas 1% dos casos -, Speranzini associou técnicas cirúrgicas para aprimorar os resultados das cirurgias de correção de orelha de abano, também capazes de evitar a recidiva

De acordo com o médico, em uma única operação, podem ser associadas de uma a sete técnicas para garantir melhores resultados na cirurgia, com a consequente redução de complicações. Dentre as quais se destacam a Técnica do Enxerto em Sanduíche, onde a cartilagem retirada da concha é usada para acolchoar os pontos de nylon, evitando a sua extrusão; e a Técnica de Enfraquecimento da Antélice com a micro lâmina, que é usada para enfraquecer a cartilagem e reduzir a chance recidiva. A associação das duas técnicas reduziu essa chance de 15% para zero (nos últimos cem casos).  “Com a micro lâmina, as incisões são uniformes, rápidas, eficientes”, explica o médico.

O médico descreve também sobre técnicas, ainda sem nome, para corrigir a hipertrofia do antitrago, uma alteração que pode comprometer o resultado final da otoplastia. “Normalmente o problema é ignorado por médicos, que não sabem como tratar e desconhecem a existência de técnica para essa correção”, comenta. Há ainda método cirúrgico que trata a alteração do ângulo da orelha por meio de um ponto na eminência triangular na fáscia temporal. “Nesse caso, corrige uma alteração no terço superior da orelha e reduz a chance de recidiva”, explica.

O conjunto de técnicas desenvolvido por Speranzini conta com a descrição de um método para determinar com precisão milimétrica a largura do fuso de cartilagem que deve ser retirado nos casos de hipertrofia de concha. O uso de plugues de silicone (usados por nadadores) que são colocados na concha, ao final da cirurgia, para diminuir a chance de hematoma no pós-operatório é um detalhe simples e eficiente, que pode fazer diferença no resultado final.

O cirurgião plástico explica que, a combinação de algumas dessas técnicas pode ser a solução para evitar a recidiva neste tipo de cirurgia e ainda trazer benefícios nos resultados para pacientes de otoplastia com aparência mais natural. “Hoje em dia é possível pensar em correção de orelhas de abano com maior conforto e segurança de resultados, desde que o médico esteja atento às novas possibilidade cirúrgicas”, destaca o cirurgião.

 

Nosso convidado, o cirurgião-plástico Mauro Speranzini, formou-se na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) em 1987 e especializou-se em Cirurgia Plástica no Hospital dos Defeitos da Face. Obteve o Título de Especialista na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, onde é Membro Titular com tese de dissertação sobre cirurgia da orelha, é também membro da American Society of Plastic Surgeons. Em 2000, obteve o Título de Mestre pelo Departamento de Cirurgia da FMUSP com sua tese de Mestrado, sobre a “Correção de Orelhas de Abano”, aprovada com distinção. É o criador das Técnicas de Enxerto de Cartilagem em Sanduíche e de Enfraquecimento da Antélice com a Micro-lâmina, reduzindo a recidiva de 15% para zero (nos últimos cem casos).  Escreveu ainda o capítulo: “Correção de orelhas de abano” no livro Cirurgia Plástica – Dr. José Marcos Mélega, publicado em 2011 e do livro “Cirurgia Plástica na infância e Adolescência”, do Dr. Juarez Avelar – a ser publicado em 2016.