Memória LEOUVE

Os pecados e a reinvenção da esquerda

Os pecados e a reinvenção da esquerda

As eleições municipais realizadas ontem em todo o país trouxeram lições que ainda levarão algum tempo pra serem perfeitamente entendidas, mas a mais clara delas é que o PT sai como o principal derrotado e que o antipetismo venceu.

 

A derrota no primeiro turno em São Paulo foi a maior demonstração da eficácia da política para aniquilar o PT em todo o país, mas aqui no estado, o terceiro lugar na disputa de Porto Alegre e de Caxias do Sul, onde não classificou dois ex-prefeitos pro segundo turno, Raul Pont em Porto Alegre e Pepe Vargas em Caxias, não ficaram atrás em importância.

 

A verdade é que não faltaram advertências, principalmente a partir de 2013, de que o partido se encaminhava para um desastre. Mas as críticas foram recebidas com o menosprezo arrogante de quem restava no poder.

 

E a questão é que tantos anos de poder fizeram muito mal ao PT, que se aliou ao que mais combatia e acabou caindo pelos mesmos erros que antes derrubaram seus adversários: a corrupção e a ganância pelo poder. Porque os pecados são os mesmos, mas quando o pecador é da esquerda, os eleitores se sentem traídos.

 

O certo é que a derrota fragorosa do PT, banido para o Acre na administração das capitais e relegado a cidades de segunda importância deixa as esquerdas órfãs de sua maior liderança, sem saber que caminho seguir e com a necessidade urgente de unir forças e resgatar a origem.

 

Afinal de contas, logo ali, daqui a dois anos, há novas eleições.

 

 

O certo é que a derrota eleitoral foi avassaladora, mas, mais certo que isso, é que ela impõe um desafio do qual a esquerda não poderá fugir: fazer um mea culpa, expiar seus pecados e se reinventar.