Para uma semana de Carnaval, até que chegamos ao final com uma safra de notícias pra fazer inveja a qualquer tsunami arrasador. Teve novo depoimento de Marcelo Odebrecht e uma frase de derrubar queixo: “eu era o bobo da corte”.
Ah, me desculpe seu Marcelo. Aqui me parece aquela velhinha que vai à missa todo o domingo e na segunda-feira caiu no conto do bilhete. Perde a grana porque viu possibilidade de lograr alguém.
Neste jogo de corrupção das grandes empreiteiras só o povo é que definitivamente sai lesado. Nós é que somos os bobos. É dinheiro de imposto que vai pra obra superfaturada e acaba dividido entre políticos, gestores e os próprios empreiteiros.
Com a devida vênia, Odebrecht, não dá para chamar de bobo da corte quem repassa em oito anos 300 milhões de reais a um ou dois governos e sabe-se lá quantos partidos. Deve ter sobrado uma boa beirada para o repassador, não é mesmo?
Este caso não tem mula santa ou ingênua. Não há ignorantes. Todos são letrados, estudaram nas melhores instituições e aceitaram entrar neste jogo sujo em nome de dinheiro e poder. Esta opção não é dada ao trabalhador que recebe três mil reais mensais e ainda assim precisa declarar imposto de renda, que há anos não tem a tabela corrigida. Tira-se do trabalhador que vende o almoço para pagar o jantar e no alto escalão a disputa é pra ver quem rouba mais.
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Todos os principais partidos estão envolvidos. O caso só ficou mais sério para o lado do PT porque era o Governo da vez. Sei, tem gente que acredita que o PT se corrompeu mais. Pode até ser, mas aprendeu com alguém que o antecedeu. E, sobretudo, por gente que não gostou de ver estes esquerdistas entrando no clubinho do bilhão. Prenda-se a estes e àqueles.
E pra fechar a semana vem esta bomba – sobretudo pra quem está no exterior, afinal aqui ninguém duvida de mais nada: as olimpíadas do Rio foram compradas. Mas é lógico que sim. Só resta um consolo. Desta vez quem corrompeu foi brasileiro, mas na parte passiva estão estrangeiros, Uma vergonha.
E pensar que as instalações olímpicas estão em desuso e começando a ruir. E pensar que o Maracanâ precisou agora de dois milhões de reais em investimentos pra poder receber um jogo do Flamengo pela Libertadores.
Um país que não pode escoar a safra de soja no interior do Pará porque as estradas viraram atoleiros, um país em que a saúde está o caos, onde o desemprego prospera e a corrupção grassa.
