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“Operação Desmanche” gera reclamação de empresários em Caxias do Sul

“Operação Desmanche” gera reclamação de empresários em Caxias do Sul

Os responsáveis por dois estabelecimentos de autopeças que foram interditados na última quinta-feira, dia 6, durante a 22ª edição da “Operação Desmanche”, reclamam da falta de agilidade do Detran/RS em regularizar a situação cadastral das lojas. 

 

A ação, coordenada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, fiscaliza e autua os locais que vendas de peças usadas que não estão cadastrados junto ao órgão estadual, desde a implementação da Lei Federal 12.977 (Lei dos Desmanches), que entrou em vigor em 20 de agosto de 2015.

 

De acordo com Marieli Mercali, sócia-proprietária de uma loja que fica na rua Tronca, em Lourdes, os últimos documentos para cadastrar a empresa no Detran foram enviados no dia 29 de agosto e, desde lá, não obtiveram resposta do órgão.

 

“Dia 29 de agosto mandei os documentos e nada mais me foi questionado. Na segunda-feira, dia 3, recebemos a visita de dois inspetores do Detran no prédio. Nos informaram de boca que deveríamos ter uma máquina para lavar as peças e uma rampa para expor os veículos e, no outro dia, mandariam ofício das alterações. Até hoje não chegou. A partir daquele momento, disseram que se mantivéssemos as portas abertas seria por nosso risco. Na quinta, estávamos dentro da loja, eu pagando contas e meu pai e um funcionário fazendo a rampa. Eles apareceram para recolher tudo. Não verificaram nenhuma das baixas das mercadorias. Se eles cumprem ordens e leis, eu como sócia deveria ter sido autuada e presa. Vou procurar meus direitos. Agiram com total falta de respeito com quem realmente trabalha”, salienta Marieli.

 

Mercali reforça que também alterou o cnpj e o contrato social da empresa para se adequar.

 

Já Rodolfo Fogaça, representante de uma loja que fica no bairro Mariland, diz que a maior indignação é porque os agentes levaram tudo que eles tinham no comércio.

 

“Eles chegaram e alegaram que faltava um papel que nós já enviamos para o Detran. Eles fizeram mudar três vezes o contrato social e a última vez que enviamos foi em agosto e eles não responderam. Estou tudo certo no meio ambiente. Só fecharam a loja por causa desse papel que faltava. Tenho cnpj, funcionários de carteira assinada, tudo legalizado. Não é uma empresa clandestina. A nossa indignação é porque eles vieram e levaram tudo que a gente tinha aqui. Os carros que eles levaram, foram comprados dentro do leilão do Detran. Mesmo a gente apresentando os papéis de baixa, eles não deixaram a gente ficar com os carros. Levaram tudo que eu tinha. Deixaram a família sem ter nada pra trabalhar. Vendemos carros da família para investir aqui no comércio e a gente ficou sem condição de prosseguir. Só queríamos um prazo pra legalizar e ficar de porta aberta. Não tenho irregularidade. Nenhum produto de roubo e furto. Levaram oito carros que eu tinha e que estavam ok”, ressalta.

 

Através da sua assessoria, o Detran/RS explica que a “Operação Desmanche” é organizada pela Secretaria de Segurança Pública e é o setor de inteligência que determina quais os comércios serão fiscalizados. Se os estabelecimentos não atenderem as exigências da legislação na data em que ele é vistoriado ele é interditado e tudo é recolhido. Mesmo que a empresa já tivesse encaminhado alguma coisa para a regularização, ela não tinha a concluído. Não estando regular no Detran, ele não pode estar funcionando. Se estivesse em processo de regularização no Detran, ele deveria ter esperado a conclusão para atuar corretamente. A interdição foi apenas administrativa, tanto que não teve prisão. O recolhimento do material está previsto pela pena administrativa, porque só estabelecimento cadastrado no Detran pode vender. 

 

 

A Operação Desmanche é uma força-tarefa que engloba diversos setores de segurança. O Instituto Geral de Perícias (IGP) tem a função de identificar peças roubadas e atua na parte criminal das operações, unido à Polícia Civil, que efetua as prisões. O Detran/RS autua administrativamente e a Brigada Militar faz a segurança da operação