Operação desarticula quadrilha de tráfico internacional de drogas na Serra - Leouve

Após longo tempo de investigações, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Decode, que cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Caxias do Sul, São Marcos e Florianópolis/SC, na manhã desta terça-feira, dia 21 de junho.

Ainda há mandados de sequestro de bens que superam R$ 2 milhões entre casas, apartamentos e carros em Caxias e Florianópolis. São três casas em Caxias e três apartamentos e uma casa em Florianópolis. Os carros sequestrados são de Caxias.

A investigação foi iniciada no momento em que três presos fugiram da Penitenciária Industrial de Caxias do Sul (PICS) no dia 3 de janeiro deste ano.

Um dos detentos que escaparam naquela data atuava no tráfico internacional de drogas e roubava em Santa Catarina. Dois deles haviam sido presos no dia 7 de abril, após o assalto a um hotel em Florianópolis.

Durante a investigação, foram onze presos no total. A apreensão de 12 Kg de cocaína no dia 21 de abril, em Vacaria, foi determinante para o andamento do Inquérito, na medida em que a droga era trazida do Paraguai e os responsáveis pelo tráfico foram ouvidos.

O grupo traficava essencialmente crack e cocaína. Uma quantidade de cocaína foi apreendida durante as buscas em São Marcos nesta manhã de terça.

A Polícia Federal do Rio Grande do Sul informou pelo twitter que todos os mandados de prisão e de busca foram cumpridos.

Em entrevista coletiva, o delegado Noerci Melo disse que o detento Ariovaldo Bopsin da Silva, que fugiu da PICS, foi acompanhado desde a fuga de janeiro. Ele fugiu para Santa Catarina, fez o assalto em Florianópolis e foi preso em abril, quando eles se organizavam para fazer outro assalto. Antonio Volmir Bopsin da Silva, irmão de Ariovaldo, seguiu trabalhando especificamente no tráfico. Ele e a esposa foram presos na manhã desta terça-feira, em Caxias. Mais um casal foi preso. Eles pegavam a droga com Antônio e distribuíam em São Marcos. O homem foi preso em São Marcos e a mulher em Florianópolis. Ela será trazida para Caxias do Sul.

"Foram 11 pessoas presas no total da operação. Quatro nesta terça-feira e outras sete desde janeiro. Os irmãos Bopsin têm um histórico no tráfico que se estende por longo tempo. Com os dois irmãos presos acreditamos que essa quadrilha, pelo menos por hora, esteja desestruturada. É uma das quadrilhas importantes que a PF vem mapeando. É difícil precisar o número de quadrilhas que atuam no tráfico internacional", disse Noerci Melo.

"Há muitos intermediários no comércio de drogas que vêm do Paraguai atualmente", explicou o delegado. Ele disse que os modelos de tráfico mudaram ao longo do tempo. Segundo o delegado, muitos dos antigos traficantes foram mortos em confrontos com outros criminosos nos últimos anos na Serra, mas que houve uma renovação no número de envolvidos.

O delegado disse ainda que mais pessoas serão presas nos próximos dias devido ao vínculo com essa situação, fruto de outras apreensões feitas recentemente. Dentre elas estão as apreensões da PRF na BR-470.

"As principais rotas que temos é via Foz do Iguaçu e Pontaporã, via Pedro Juan Caballero", disse o delegado. "O consumo de ecstasy também tem sido muito consumido diariamente nas festas. A droga entra no Brasil, chega em Curitiba e dali é distribuída para todo o Brasil por ônibus e via aeroporto. Recentemente apreendemos seis mil comprimidos de ecstasy que estavam vindo para cá via rodoviária, em Vacaria", lembrou.

"Os Bopsin sempre tiveram uma relação com Santa Catarina na atividade criminosa deles. Tanto que o Ariovaldo foi preso em 2014 já em Santa Catarina. Tanto que eles tinham residência lá. A guria presa hoje estava lá. Os imóveis que eles investiam dinheiro do tráfico era lá. Quando o Ariovaldo fugiu, eles adotaram a prática de arrumar dinheiro com roubos e furtos para voltar para o mercado da droga. Foi por isso que foram para lá", finalizou.

Ouça a entrevista coletiva do delegado:

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