Memória LEOUVE

O triste fim da CEEE

O triste fim da CEEE

 

 

Quem já foi meu aluno, ou me segue em redes sociais, sabe a minha opinião sobre empresas estatais, ou seja, dar elas de graça, a iniciativa privada, é um grande negócio para Estado.

 

 

Vamos a mais um caso triste, a CEEE anunciou ontem os seus dados financeiros (balanço) e apesar do alarde geral do Lucro de quase R$ 400 milhões de reais temos que analisar alguns pontos.

 

 

A empresa teve uma receita não recorrente de quase R$ 1.300 milhões, decorrente das regras da antecipação dos contratos de concessão das áreas de geração e transmissão, esse valor não entrará novamente nas contas da empresa.

 

 

Outro fator é que esse “bilhão extra” é meramente contábil, não vai entrar no caixa da empresa, isso só começará em a ser pago em 2017 e os pagamentos serão diluídos em 8 anos.

 

 

Não tive ainda acesso ao balanço da empresa, mas pode-se deduzir que o grupo CEEE teve um prejuízo em torno de R$ 800 milhões. Sim, senhor contribuinte, essa empresa não trouxe lucro algum ao Estado e ainda deixou um prejuízo.

 

 

Na renovação da concessão feita no ano passado, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) estabeleceu que para a empresa continuar no mercado com as concessões ela não poderia dar dois anos de prejuízo seguidos.

 

 

Ocorre que a empresa não vê perspectiva de mudar esses prejuízos no ano de 2017, ou seja, praticamente terá os dois prejuízos. Esse fato pode levar a empresa a perder a concessão, o que seria o fim das suas atividades.

 

 

Para não ocorrer isso, a empresa poderia vender ativos (bens), ou os sócios, Governo do Estado (66%) e Eletrobrás (33%) fazerem um grande aporte de recursos. Se o estado optar pelo aumento de capital (nome técnico ao aporte) teríamos então que tirar dinheiro de algum lugar para salvar a empresa. Minha dúvida é: onde o governo encontraria esse dinheiro?

 

 

O problema é se o acordo com a ANNEL (o qual não tive acesso) fale somente em prejuízo operacional, aí o aporte de capital não seria suficiente.

 

 

Sobre quais problemas levam a empresa a esse patamar poderá ser um novo artigo, com mais detalhes.

 

 

Vamos aguardar e ver solução, está na assembleia a autorização para venda da empresa sem o plebiscito, mas senhores, o povo gaúcho acha que não podemos vender empresas estatais afinal elas são NOSSAS. Sim são, mas são quando dão lucro ou quando o prejuízo as levam a falência, e o Estado (com nosso dinheiro) terá que pagar as contas deixadas pela empresa.

 

 

Pense nisso e pressione seu deputado a aprovar a Lei que autorize a privatização dessa empresa.

 

 

Diogo Favero Pasuch