Memória LEOUVE

O STF, a queda de Cunha e o ministério Temer

O STF, a queda de Cunha e o ministério Temer

Pois acordamos hoje todos com uma notícia daquelas fora da curva que me fez até mudar este comentário de hoje: o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no tribunal, determinou, na manhã desta quinta-feira, dia 5, o afastamento do Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato de deputado federal e, consequentemente, da presidência da Casa,

 

O afastamento é provisório, porque foi concedido em caráter liminar e pode ser derrubado a qualquer momento, mas a decisão demonstra que ainda há alguma esperança de moralidade no ar.

 

Se a coisa é mesmo séria e vai adiante a gente vai ficar sabendo na tarde de hoje, quando o Supremo julgar o pedido da Rede Sustentabilidade para afastar definitivamente o deputado da presidência da Câmara.

 

A ação afirma que, pelo fato de cunha ser réu em uma ação penal da lava jato, ele não pode estar na linha sucessória à presidência da República.

 

O julgamento da ação hoje foi decidido porque o tribunal julgou que a medida é extraordinária, e a urgência está caracterizada porque, na próxima quarta-feira, dia 11, o relatório da comissão do impeachment no Senado será julgado no plenário.

 

Como o relatório apresentado ontem pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) pede a abertura do processo no Senado, se a definição for contra a presidente Dilma Rousseff isso definirá o afastamento do cargo por pelo menos 180 dias, e o vice-presidente Michel Temer assumirá.

 

Enquanto isso, as articulações para a composição do novo ministério de Temer seguem em velocidade máxima, mas a visão que aparece no horizonte não é das mais claras.

 

Eu cada vez mais me convenço de que a única saída pra essa barafunda em que nos metemos há décadas e décadas é a convocação de uma Constituinte exclusiva para debater a reforma política. Mas é preciso que ela seja composta por membros da sociedade organizada em igual número de indicados por partidos. Mas quem terá coragem pra comprar essa briga?

 

 

O fato é que ainda será preciso que o STF tome outras providências moralizadoras no país, porque um eventual governo Temer, que também está sendo investigado no caso do petrolão e com ministros que também estão na mira da Polícia Federal, mesmo sem Eduardo Cunha, não vai representar um novo caminho pra política brasileira, um caminho mais honesto, mais ético edigno, e finalmente voltado ao bem comum.