O silêncio

O quanto é importante nos mantermos em silêncio em alguns momentos???

Eu, sinceramente, nunca gostei muito dos momentos de introspeção. Sempre fui do barulho. Sempre gostei de ‘casa cheia’, de risadas, de movimento e som alto.

Sei lá, mas sempre considerei que o silêncio combina mais com a tristeza do que com a alegria. Como me considero uma pessoa desta forma, alegre e descontraída, nunca fui adepto a momentos de absoluta solidão comigo mesmo…

Entretanto, com o passar dos anos, com o ‘avançar’ do tempo, isto foi mudando na minha forma de encarar a vida.

Comecei a valorizar os momentos de uma introspecção plena e cheia de encontros com as minhas ideias, sentimentos, dúvidas e auto-conhecimento.

São nestes momentos que eu consigo me ouvir e, às vezes, encontrar soluções para os meus problemas. Sim, eu tenho problemas. Muitos, entretanto, não me torno vítima deles, muito antes pelo contrário, faço deles o meu trampolim para novos e grandes sonhos e, é claro, a resolução destes pequenos percalços…

Lembro que nas minhas caminhadas (em silêncio, óbvio!) pelo calcadão da ‘minha’ Ipanema, tive ideias que deram muito certo, outras que deram muito errado, é verdade, mas fundamentalmente me deram a real noção da nossa capacidade de valorizar estes nossos encontros absolutamente especiais que podemos ter simplesmente na hora em que quisermos…

Mesmo quando estou me sentindo bem, feliz, faço questão de parar e ficar em silêncio. Sinto falta. Desde que completei os meus 40 anos (em fevereiro deste ano) ainda não tive a oportunidade de parar pra ver o pôr do sol, por exemplo, e só ficar concentrado no silêncio e analisando tudo que tem acontecido na minha vida nos últimos meses…

Preciso encontrar tempo para o ‘meu’ silêncio…

Por muito tempo, o silêncio dos outros me incomodava. Eu não gostava de estar perto de alguém que ficasse ali, quieto(a), sem pronunciar uma palavra, ou falando o estritamente necessário…

Ignorância, a minha.