
Em mim deu dor de barriga. Depois de tantas e tantas operações que mostraram a vergonha da adulteração do leite no estado, a gente ficou sabendo ontem que, mesmo com a atuação forte do Ministério Público, a fraude segue solta por aqui.
Você já comeu queijo com cheiro de esterco de porco? Pois é isso mesmo.
Agora, quando muitos consumidores acreditavam que o problema estava resolvido, mais uma nova ação do Ministério Público revelou mais de 20 toneladas de queijo apodrecido e impróprio pro consumo sendo preparadas pra ganhar as prateleiras dos mercados e supermercados gaúchos.
E o pior de tudo isso é saber que os empresários e seus funcionários dão risada da nossa cara e brincam com a qualidade duvidosa do produto que eles nem se preocupam em colocar na mesa dos gaúchos.
É um caso de saúde pública, mas é principalmente a falta de caráter que causa engulhos.
Esta é a terceira fase da Operação Leite Compensado e, pelo visto, não vai ser a última, porque, quem devia fiscalizar, muitas vezes ganha participando da fraude. Definitivamente, se o queijo está podre, esse armazém está cheio de ratos.
O certo é que, depois de tantos casos de adulteração, os consumidores ficam cada vez mais inseguros a respeito da qualidade do produto.
O pior é saber que não tem como fiscalizar bilhões e bilhões de litros de leite despejados no mercado todos os dias e toneladas e mais toneladas de queijo e outros derivados produzidos e consumidos a cada dia.
E o problema é ainda maior porque a fiscalização é fundamental, mas precária. Faltam fiscais, falta estrutura, não há materiais adequados, equipamentos suficientes e recursos financeiros disponíveis pra isso ser eficaz.
E sem isso, é ingenuidade esperar que a indústria resolva sozinha esse descaso.
Por isso, se não existir punição, a falta de vergonha na cara e a indecência tomam conta da nossa mesa. E somos nós, consumidores indefesos, que continuamos sofrendo com essa indigestão.