Memória LEOUVE

O mês do desgosto

O mês do desgosto

Depois de entrar na Justiça contra o aumento dos servidores do Judiciário, promulgado pela Assembleia depois que os deputados derrubaram o veto do governador, Sartori inaugura uma queda de braço inédita com o Legislativo que pode cobrar um preço alto do governo logo ali adiante.

 

É que o governo vai precisar de todo o apoio pra aprovar um novo pacote de medidas pra sair da crise, com algumas iniciativas que vão provocar chiadeira geral.

 

O governo ainda faz mistério, mas os gaúchos podem esperar aumento de impostos, privatizações, congelamento do salário de servidores e venda de ações de estatais.

 

A ideia do governo é promover um novo tarifaço, com um aumento linear dos impostos, o que pode penalizar todos os setores produtivos gaúchos e principalmente os bons pagadores de ICMS em detrimento de quem sonega imposto.

 

Além do tarifaço, o governo estuda um pacote de privatizações deve levar de roldão empresas importante e estratégicas para o estado como a Corsan, a companhia de mineração, a Cesa e a Sulgás.

 

É a retomada de uma agenda praticada por outros governos do PMDB, principalmente o de Antonio brito, que privatizou a CRT, a CEEE, criou um programa de demissões voluntárias, adotou um programa de concessão de rodovias que mais tirou dos gaúchos do que ofereceu em troca melhorias na infraestrutura e extinguiu a caixa econômica estadual, sem no entanto sanear as finanças do estado.

 

Naquela época, Sartori era o líder do governo na Assembleia, e comandou a aprovação de todos esses projetos.

 

Agora, o buraco é mais fundo: em rota de colisão com a Assembleia, Sartori vai precisar reconstruir a base de apoio na assembleia pra conseguir passar medidas impopulares em plena época de campanha eleitoral nos municípios.

 

 

E todo mundo sabe que medidas impopulares não combinam com a caça aos votos. Pelo visto, agosto pode ser mesmo o mês do desgosto pra Sartori.