Memória LEOUVE

O ano da resiliência

O ano da resiliência

Finalmente chegamos ao final de 2016, talvez os dias mais esperados desse ano que, definitivamente, não foi nada fácil, nos colocou à prova todos os dias e nos fez de todos sobreviventes.

 

Tenho mesmo pra mim que este ano testou nossos limites até a exaustão como nenhum outro, nos fez usar toda a nossa capacidade de adaptação e nos ensinou o verdadeiro significado de uma palavra que tanto está na moda: resiliência.

 

Taí: talvez essa seja mesmo a grande definição de 2016: o ano da resiliência.

 

E é mesmo essa capacidade que um só homem ou mesmo uma população inteira tem de conseguir se adaptar e evoluir positivamente diante de uma situação de adversidade é que encerra 2016 e abre as portas do próximo ano como um desafio permanente.

 

 

É certo que é mesmo sempre difícil fazer um balanço de um ano que teima em impor situações limite, cheio de idas e vindas, insanidades, tragédias e más notícias e que, mesmo diante de seu fim, insiste em não terminar.

 

Um ano que trouxe uma transformação que se fez inevitável, mas que ainda não apontou um caminho sereno e sustentável. Um ano que apresentou dificuldades em todas as áreas, mas que ainda não apontou saídas para as crises moral, econômica e política que assola municípios, estados e o país inteiro.

 

Mas também um ano que nos fez encarar nossos problemas e finalmente enfrentá-los, ainda que não tenhamos conseguido identificar perfeitamente a verdadeira face do inimigo, a propina, a corrupção, o caixa dois, o fisiologismo.

 

Mas hoje eu não vou reclamar. Hoje não. Porque essa é a última vez que uso este espaço em 2016 e, porque eu só volto no ano que vem, vamos deixar os assuntos corriqueiros e comezinhos pra 2017.

 

Mas, principalmente, porque nós não estamos apenas inaugurando um novo ano, mas também um novo ciclo.

 

 

Um novo ciclo que precisa ser, definitiva e fundamentalmente, virtuoso.

 

Por isso, o que importa hoje é estarmos juntos de quem realmente importa, da família, dos filhos, dos amigos, e poder dizer que ama sem rodeios e pedir perdão sem receio.

 

E é exatamente isso o que faço agora: peço perdão a você pelos meus exageros, pelos meus erros de avaliação e meus arroubos de indignação, e reafirmo que mesmo esses erros são frutos de um amor imenso pelo que faço, pela responsabilidade do jornalismo, pela verdade e pela vida.

 

 

Afinal, se 2016 nos ensinou que a vida não segue um roteiro definido, e que a cada dia a gente escreve um novo capítulo que vai nos levar inevitavelmente a um novo final, o que importa é que esse final de ano seja tão leve quanto possível, e que 2017 seja mais, muito mais generoso.