Neilene Lunelli é professora de Educação Física,tem 53 anos e concorre pela primeira vez à prefeitura de Bento Gonçalves, pela coligação composta pelo seu partido, o PT, pelo PC do B, e pelo PT do . Vereadora em segundo mandato, Neilene substitui na disputa o irmão, o ex-prefeito Roberto Lunelli, morto em um acidente automobilístico, em agosto.
Pergunta – Como a senhora está se sentindo nesta campanha?
Neilene Lunelli – Como estou me sentindo neste momento? Com muita força, movida a muita coragem, e vontade. Diante dos fatos ocorridos, eu diria que precisei tomar uma decisão muito rápida, porque a lei eleitoral me obrigou a isso. Então, diante dos fatos, tomei uma decisão com o apoio dos partidos da minha coligação, com o apoio da minha família, com o apoio dos meus amigos, que é bem importante destacar, da minha comunidade e, em especial, quero agradecer ao meu vice Paulo, que também nos deu muito apoio.
P – Candidata, vamos tratar de um problema que eu julgo ser um dos principais , em Bento Gonçalves, hoje, que é a saúde pública. Uma das principais demandas da população na área da saúde é a construção de um hospital público, cujo projeto foi encaminhado durante o governo do PT na prefeitura de Bento. A senhora pretende continuar com este projeto atual, que foi modificado pela atual gestão, e de que maneira a senhora pretende encaminhar a construção e a viabilização do funcionamento deste hospital? Mais, no seu entendimento, que áreas de atendimento deverão ser priorizadas? Eu lembro que na época do lançamento do projeto, a ideia era chegar até a média complexidade, Neste momento se fala também em alta complexidade. Como manter o hospital garantindo o funcionamento adequado, arcando com os custos com as equipes médicas e os equipamentos, ou seja, o financiamento do funcionamento do hospital?
NL – A prioridade nossa é o término da construção do hospital , mas ele precisa ser do jeito que nós programamos o hospital. Hoje, a gente tem a UPA que é a porta de entrada. Nosso projeto é a reforma dos laboratórios, inclusive essa reforma dos laboratórios, tínhamos uma verba e essa verba foi perdida. O setor de imagem, que é o setor de tomografia.
P – Laboratórios que ficam ali no antigo prédio do Galassi?
NL – Isso. A reforma do setor de endoscopia, a unidade de internação de agudos. Eles seriam tratados ali e depois encaminhados para a fazenda terapêutica. Esse era o nosso projeto original, que nós vamos tirar do papel. Também temos que contemplar ali a área de ambulatório e especialidades. Também temos dois blocos cirúrgicos, que são duas salas, inclusive, um bloco cirúrgico seria somente ortopedia, que é o que mais tem hoje na fila de espera para fazer as cirurgias.
P – Nas cirurgias eletivas?
NL – Nas cirurgias eletivas. E o último seria o setor de internação, a construção dos 120 leitos do nosso hospital.
P – Que eram 104 leitos originalmente?
NL – É, mas são 120 leitos, 119, 120 leitos seriam contemplados.
P – De onde saem os recursos para isso candidata?
NL – Tem recursos parados lá, em torno de R$ 2,5 milhões , para a construção do hospital. Todos recursos federais.
P – Recurso parado onde?
NL – Na Caixa. São verbas dos nossos deputados federais, Henrique Fontana, Maria do Rosário e Pepe Vargas, que foi colocado para o término da construção do hospital.
P – Verbas de emendas parlamentares que não são utilizadas em um ano, elas voltam e tem que ser reapresentadas.
NL – É, a gente tem medo que se perca nessas verbas até o final do ano e é uma pena porque R$ 2,5 milhões é muito dinheiro e dá para terminar de construir o hospital.
P – Uma coisa é construir o hospital. Outra é colocá-lo em funcionamento, com equipes médicas, com equipamentos. Muito se perdeu no período em que as obras ficaram paradas. Houve desperdício de dinheiro público, uma série de questões ali vinculadas principalmente aos problemas financeiros da prefeitura e a indicação do Ministério Público, determinação do Ministério Público para que as obras fossem paralisadas. Depois houve a troca de governo, nós sabemos que ficou parado durante três meses pelo menos aquele material se perdendo ali. Então como manter o hospital , garantindo esse funcionamento . A senhora pretende contratar médicos especificamente para esse projeto?
NL – Em primeiro lugar a prefeitura não é cabide de emprego. Nós vamos começar a diminuir o número de CCs, tirando secretário-adjunto. Nós vamos pegar esse dinheiro e investir especialmente na saúde e segurança. E dizer que a contratação de médicos , nós vamos fazer concurso público, e se não tivermos o suficiente no concurso público, nós vamos terceirizar os médicos. Com certeza, eu diria que na nossa gestão não tinha falta de médicos em posto algum. A construção, como eu disse, e os próprios aparelhos, através do governo federal. Tudo se consegue do governo federal, embora se diga que tenha uma crise, tudo se consegue através de projetos. Nós vamos reativar nossa central de projetos, que tínhamos, para conseguir tudo isso dentro do hospital público.
P – A senhora acredita que é viável então manter o hospital funcionando com verbas da prefeitura e das contrapartidas federais pela homologação com o SUS?
NL – Com certeza. Contrapartida estadual, federal e os recursos humanos da prefeitura.
P – A senhora fala em concurso público. Isso será uma prioridade do seu governo realizar um concurso público para a contratação de médicos e pessoal da saúde?
NL – Como eu sou servidora pública, eu valorizo muito o servidor público. Eu acredito que a melhor forma de ingressar no serviço público é através do concurso. Nós iremos fazer concurso público para todas as áreas, inclusive professores. Dependendo da necessidade nós vamos estar organizando o serviço público,e o que não conseguirmos vamos terceirizar como é feito hoje, para manter o município em andamento.
P – Hoje temos esse contrato terceirizado já há algum tempo , pelo menos há três administrações, temos a Fundação Araucária realizando o serviço de saúde, principalmente em Bento Gonçalves, com a contratação de médicos. Esse contrato hoje me parece que é uma caixa preta . Na verdade sempre foi, porque a gente não tinha o controle de quantos médicos, não se contrata por médicos, por atendimento, a gente não sabe quantas horas eles precisam prestar. Hoje, a gente vê um problema como a carência, alias é uma carência histórica. A senhora diz que no seu governo do PT não havia falta de médicos, mas havia reclamação, atrasos, problemas nas cirurgias eletivas, talvez as filas não fossem tão grandes quanto hoje, mas havia esses problemas e é natural que eles aumentem. Eu lhe pergunto: como abrir essa caixa preta que é o contrato da Fundação Araucária?
NL – Na verdade nós temos que rever tudo isso. Porque sabemos que na nossa época existiam menos funcionários que trabalhavam na saúde, hoje o aumento é considerável, mais ou menos em 50%. Eu acho que isso tudo temos que sentar e rever juntamente com a Fundação, temos que rever o quantas pessoas são necessárias realmente para trabalhar na saúde . Na nossa época, tinha nossos problemas sim. Aqui eu quero citar que hoje tem mais de quatro mil cirurgias em oftalmo paradas, cirurgias e consultas em oftalmo, mais de quatro mil.
P – Entre cirurgias, consultas e exames
NL – Na nossa época, tínhamos o centro de referência em oftalmologia, que ficava no bairro Botafogo, que hoje foi mandado para Nova Prata e também não está funcionando lá. Em 2012, quando encerramos nosso governo, nós encerramos com nenhuma pessoa na lista de espera. E aqui eu quero aproveitar e dizer que a primeira coisa que vou fazer na minha gestão é trazer de volta o centro de referência em Oftalmo.
P – Para toda a região?
NL – Para toda a região. Para isso podemos até trabalhar com os municípios vizinhos para fazermos convênios e dizer mais que esse contrato que foi feito com o Tacchini, das 130 cirurgias, de urgência, nenhuma foi feita até hoje. Nós estamos na metade de setembro.
P – Isso que a atual administração chamou de referência municipal…
NL – Exato. Nenhuma cirurgia está em andamento ainda. As pessoas continuam na lista de espera, inclusive pessoas com casos graves, quem tem catarata e glaucoma muitas vezes não pode esperar. Tem gente tirando dinheiro que não poderia estar gastando para investir em uma cirurgia.
P – Candidata, essa é uma questão que é problema da saúde , com certeza, a carência em especialidades médicas, o que provoca que as pessoas vão para o hospital, a medida em que não tratam com o especialista, os atrasos na realização de exames de média e alta complexidade, principalmente, a questão das filas das cirurgias eletivas. Como a gente pode resolver essas carências, esse gargalo que são esses fatores?
NL – Nós podemos resolver isso através de um matriciamento. O que significa? Um profissional de cada especialidade vai estar visitando todas as UBSs vendo realmente, porque passa pelos postos de saúde, vendo realmente quem tem a necessidade, quem tem urgência. Aí essas pessoas, através desse matriciamento, elas seriam colocadas em primeiro lugar na lista pública, para que essas pessoas realmente pudessem fazer a cirurgia. O que acontece hoje? As pessoas chegam até nós, porque eu sou vereadora de dois mandatos, e elas dizem: vereadora, eu não estou conseguindo fazer a cirurgia, e através desse matriciamento, esse especialista, seja ele de ortopedia, enfim, ou oftalmologia, cardio, ele vai passar nos postos e pegar as fichas dessas pessoas e realmente ver a necessidade e passar essas pessoas na frente da fila.
P – Isso seria uma triagem?
NL – Uma triagem feita por especialista.
P – Este médico não estaria atendendo nas UBSs. A senhora estaria ampliando um problema que já existe?
NL – Não. Ele estaria atendendo, mas também estaria passando nos postos. Uma vez por semana, essa pessoa estaria passando dentro dos postos para ver as necessidades mais urgentes.
P – Isso é viável?
NL – É viável. Já tenho conversado com nosso ex-secretário da Saúde e é viável.
P – Com o número de médicos que temos hoje?
NL – Sim. Ele somente faria esta triagem. Passa nos postos e faria esta triagem de quem realmente tem urgência nas cirurgias.
P – Com relação a questão das especialidades médicas, hoje há carência de médicos nessa área de atendimento. Como resolver? Contratando simplesmente, ampliando o contrato com a Fundação Araucária? Como a senhora imagina isso? E centralizando esse atendimento? Criando uma central de especialidades? Lembro que uma das especificidades do projeto apresentado , se não me engano em 2011, do primeiro projeto do hospital público apresentado, no governo do PT, , havia a ideia de uma central de especialidades. Isso ainda se mantém? Como a senhora percebe essa necessidade?
NL – A gente vê que a carência está na ortopedia, mais a gente percebe. Eu diria que temos que sentar e rever tudo isso, porque a gente percebe na nossa época, nós tínhamos médicos trabalhando o dia todo, tanto no interior, quanto dentro dos bairros, . A gente tinha esse controle que tínhamos médicos dentro dos bairros, . Acho que temos que discutir junto com a comunidade, junto com o técnico que vai assumir a Secretaria de Saúde para como nós vamos resolver essa situação. Eu sei que tem muitas pessoas esperando. É um caso grave eu diria, porque a população espera dos gestores uma conclusão, algo que lhes diga como vai ser feito, mas eu lhe diria que temos que sentar sim com o secretário da saúde e rever tudo isso. É viável sim, de repente, uma central para a gente trabalhar todo esse lado de cirurgias que a gente sabe que estão todas acumuladas.
P – A senhora fala do atendimento mais perto de casa, do atendimento à população, o que se dá nas ESFs, nos programas de saúde da família e também nas UBSs . A gente ainda tem localidades atendidas pelo ônibus, pleo ônibus amarelo, Nós temos novas UBSs sendo construídas e inauguradas . Este ano tivemos uma série de UBSs concluídas. A gente lembra que na administração do PT, tínhamos as UBSs de lata, que foram apontadas como irregulares, foram substituídas, e isso atrasou ainda mais o atendimento. Qual seu entendimento para poder ampliar essa rede de atendimento à saúde , tanto nas localidades do interior que ainda não tem esse serviço quanto em bairros , por exemplo, o Glória que até hoje não tem uma unidade de saúde?
NL – Nós construímos três postos de saúde. Nós iniciamos o da Fenavinho, Cohab, Tancredo e Vila Nova, concluímos o do bairro Progresso e nós começamos os postos do Vale dos Vinhedos e São Pedro , junto à subprefeitura. Nós temos a intenção de construir novos postos, mas essa questão dos novos postos, vamos voltar a trabalhar a questão do orçamento participativo , que é onde o povo vai poder opinar, onde o povo vai poder participar, junto à comunidade. Isso é uma característica do nosso partido. Trabalhar a democracia. Trabalhar ouvindo o povo.
P – Para indicar as prioridades?
NL – Para indicar as prioridades. Dos locais onde seriam construídos esses postos.
P – Quantos postos a senhora pretende fazer?
NL – Mais três postos. No nosso plano de governo constam mais três postos de saúde.
P – Em quatro anos, a construção de mais três postos de saúde?
NL – Sempre ouvindo as demandas da comunidade. Também quando se fala na unidade móvel, a unidade móvel, aqui quero destacar que levávamos a unidade móvel dentro do Minha Casa Minha Vida , no Novo Futuro. Hoje, a unidade móvel não está mais indo no Novo Futuro. Então quero dizer que na nossa gestão, a unidade móvel vai voltar para o Novo Futuro. São 420 famílias. Dá em torno de três mil moradores que eram atendidos dentro do Novo Futuro. A unidade móvel ia também nos Caminhos da Eulália, bairro próximo aqui. Ela ia, se não me engano, duas vezes por mês, e hoje não está mais indo. Eu quero dizer àquela comunidade, que inclusive foi uma luta minha como vereadora, que essa unidade fosse até os Caminhos da Eulália. Esta unidade móvel vai retornar sim para os Caminhos da Eulália. . Nós que conseguimos o Samu, a ambulância básica e a avançada. . Nós vamos tentar buscar a central mais próxima, que hoje a gente sabe que a central fica em Porto Alegre. Nós vamos tentar a central mais próxima, Caxias ou Bento para atender melhor nossa população. Além de nós construirmos mais três postos, a gente vai fazer com que os médicos trabalhem realmente as quatro horas e as oito horas que atenda toda a comunidade.
P – Isso vai estar constante no contrato com a Fundação Araucária?
NL – Exatamente. A fiscalizadora vai ser a Fundação Araucária, se for terceirizado , mas a prefeitura também deve fiscalizar. Por que hoje o que acontece? Dentro do posto de saúde são distribuídas 12 fichas, são atendidas 12 fichas, atendida em uma hora, não se cumpre o resto do horário. Eu acho que deve cumprir horário e deve atender
P – É possível afixar o nome do médico e o horário que deve cumprir?
NL – Com certeza. É possível sim. Tanto o médico concursado quanto o médico terceirizado.
P – Uma última questão na área da saúde, como acabar com as filas nos agendamentos de consulta. A senhora pretende implantar um atendimento mais eficaz por teleagendamento , que seja mais abrangente também?
NL – Nós já tínhamos a lista pública e ela funciona. Então vamos trabalhar com a lista pública e o agendamento das pessoas de idade, que já está sendo feito, precisa ser feito por telefone, com antecedência, essas pessoas com mais idade têm preferência.
P – Vamos falar de educação. Um dos maiores gargalos que Bento Gonçalves enfrenta na área é a carência de vagas na educação infantil . Há quem diga que já chega a 1,5 mil vagas efetivamente, mas os números do Poder Público são menores que esse, trabalha com um número em torno de 700 , 500 a 700 vagas. Por ano, a prefeitura investe cerca de 30% do orçamento municipal em educação e ainda assim precisa comprar muitas vagas. Hoje, 400,450 vagas na rede pública são compradas através de um programa da prefeitura , outras são adquiridas ainda por demandas judiciais, o que encarece ainda mais a compra dessa vaga. Hoje, há duas escolas em construção no município, que a gente espera que estejam prontas para o próximo ano letivo . Ainda não sabemos disso. A expectativa é que estejam atendendo no próximo ano letivo, gerando 240 vagas, as duas escolas juntas, o que não chega nem a metade da demanda calculando por baixo.O que a senhora pretende fazer para combater essas carências? A senhora que , caso seja eleita, assume no dia 1º de janeiro e quase dois meses depois teremos um ano letivo pela frente.
NL – Como educadora eu entendo a aflição das mães, porque, hoj,e mãe precisa trabalhar fora para ajudar na renda da família. Nesse mandato de vereadora, por oito anos, tenho andado muito pelos bairros, e a gente ouve muito isso, que a mãe precisa deixar de trabalhar para cuidar da criança. Na nossa gestão terminamos a creche do Santa Helena, Pingos e Anjos. Nós construímos a creche do Vila Nova, Borgo, Paulo Freire, e Alviazul. Nós construímos, embora muita gente diga que não tenha construído, nós queremos construir junto o Orçamento Participativo , mais três creches, junto à comunidade, sempre ouvindo a comunidade, onde tiver o maior alcance de crianças dentro do bairro. Sempre, como eu disse, ouvindo o Orçamento Participativo. Hoje, eu diria que temos 600 crianças que não têm creche
P – Esta Questão do Orçamento Participativo implanta-se no primeiro ano de gestão ? A gente imagina então que essas três creches e os três postos de saúde somente serão construídos a partir do segundo ano de governo?
NL – Exato. Porque no primeiro ano a gente ouve a comunidade e a obra é feita sempre no segundo ano . O orçamento participativo deu certo na nossa primeira gestão , inclusive muitas comunidades estão pedindo de volta , porque eles não têm mais o poder da voz. Nós somos eleitos pelo povo e temos que ouvir o povo.
P – Enquanto isso não acontece a carência está ali, o que fazer?
NL – Nós temos mais ou menos 600 crianças fora da creche, temos a compra de creches. As duas creches que você se referiu anteriormente, uma é no Santa Fé e uma fica no Loteamento Bertolini. As obras totalmente paradas. Essas duas creches, a princípio, vamos retomar as obras, onde vão ser obrigada, mais ou menos, em torno de 300 crianças. Mesmo assim vão faltar vagas. Não vamos resolve a situação de imediato, com certeza, mas ái vamos construir mais creches.
P – Mas é possível, por exemplo, garantir que a senhora vai comprar tantas vagas que sejam necessárias ou já dizer ampliar o programa de compra de vagas nas creches particulares.
NL – Nós temos que ver o orçamento também do município, mas, com certeza, vamos rever o orçamento e ampliar a compra de vagas. Nós vamos fazer o possível e o impossível que essas mães tenham vaga garantida na creche.
P – Quer dizer que a senhora não vai prometer que vai garantir a creche para quem precisa?
NL – Claro que vou garantir a creche, com certeza. Nós temos que garantir a creche para que precisa, somente não sei se vamos solucionar de imediato no primeiro ano toda essa demanda. Vamos ampliar sim, sentar e ver o orçamento.
P – A senhora está admitindo que pode ficar criança sem escola no primeiro ano do governo?
NL – Poderá ficar crianças fora da creche, mas nós vamos ver em ampliar em compra de vagas. Nós vamos fazer de tudo, porque é muita criança.
P – E é uma demanda sempre crescente
NL – Isso, são 600 crianças e a demanda para o próximo ano poderá ser maior. Então com a construção dessas duas creches , o término dessas duas creches e construindo mais três, acredito que vamos suprir a demanda. Hoje, muita gente denuncia porque tem aquela mãe que tem mais condições. Na verdade, educação é garantida para todos, a educação é universal e é um direito de todos.
P – E se a senhora negar ou estabelecer um critério de exclusão pode gerar uma demanda judicial.
NL – Isso. Todos são pagadores de imposto. Todos são moradores.
Entrevistador – A senhora pode garantir que esses 30% pelo menos que são investidos hoje do orçamento municipal serão investidos em educação?
NL – Serão investidos em educação, a prioridade saúde , segurança e educação.
P – Qual a sua posição sobre implantação de escolas de tempo integral ? Eu gostaria de saber qual seu entendimento, o entendimento de um eventual governo de Neilene Lunelli nesse sentido e, enquanto isso não, não sei sua resposta, mas enquanto isso não existe com as atividades de contaturno escolar como ampliá-las e qual o objetivo delas em um eventual governo seu?
NL – Na verdade, a escola que nós construímos, que estava pronta, que eles inauguraram em São Roque é a escola ideal para todos, a escola de turno integral, seria a escola ideal. Nós pretendemos, porque quando se fala em escola integral, o ideal seria que todos fossem , mas nós não podemos fazer isso, por quê? No momento em que eu implanto turno integral em todas as escolas do município, nós temos que duplicar o número de escolas porque no momento em que eu pego a escola do município e coloco em turno integral, as 400 crianças, coloco tipo Alfredo Aveline, elas vão ficar sem escola . Então temos que aqui falar o que realmente é verdade, a realidade. Não podemos fazer isso. O que podemos fazer é pensar na construção de escola em turno integral nos bairros mais carentes, onde abrange o maior número de crianças, que a criança possa frequentar a escola de manhã e pela tarde o turno contrário com atividades, mas podemos não tendo a escola de turno integral, nós podemos trabalhar o contraturno através do Ceacri . O bairro Municipal, por exemplo, está abandonado. Os R$ 11 milhões que foram investidos através de um projeto nosso , Felicidade Interna Bruta (FIB) que trabalhamos toda a parte social do bairro, onde todos os jovens foram envolvidos pelo que se vê, não foi concluída ainda a Lajeadense, os apartamentos em área de risco.
P – Os R$ 11 milhões não foram investidos?
NL – Não foram investidos. Foi investida uma parte da rua Lajeadense, mas o investimento do bairro Municipal é muito maior . Ele contempla calçamento nas ruas, saneamento, os apartamentos que foram todos abandonados para as pessoas que moram perto do Rio Pedrinho. O projeto foi abandonado. Inclusive, o projeto do Ceacri, um projeto grande , o projeto está lá abandonado . Hoje, são usados por vândalos que estão levando até os tijolos.
P – Há inclusive um inquérito civil do Ministério Público trabalhando essa questão do desperdícios.
NL – Queremos terminar esse Ceacri que vai abrigas as crianças no contraturno escolar. Essas crianças não vão estar na rua, vão estar trabalhando. Também como professora de Educação Física, investir muito em esporte. Trabalhar muito a área do esporte, o contraturno escolar, dança, esporte, enfim, escolinhas. Isso tudo vai ajudar com que as crianças se sintam ocupadas . Também quero ressaltar aqui quando se fala em escola, no nosso governo tivemos muitas conquistas, nós montamos mais de 20 laboratórios de informática, nós damos autonomia financeira para todas as escolas e creches,que é um valor que se dá por criança onde se vê a necessidade. Inclusive têm escolas que até ar-condicionado colocaram , com autonomia financeira.
P – Eu entendi então que a senhora vai recuperar o projeto original de revitalização do bairro Municipal ?
NL – Com toda certeza
P – Programas que a senhora deve apresentar para melhorar a mobilidade urbana da cidade, outro gargalo incrível e histórico que temos aqui. Eu gostaria de saber primeiro sobre o transporte coletivo. Hoje, a gente vive um problema com relação a horários de ônibus, a falta de linhas, a falta de ônibus fazendo as linhas, mais ônibus fazendo as linhas. E muito se diz que essa falta de mais investimentos na qualificação deste serviço que é uma concessão pública, se deve à precarização jurídica desse trabalho, ou seja, uma licitação que foi aberta no tempo do governo do PT e desde lá está pendurada por problemas de empresas concorrentes que apontaram irregularidades, que apontaram alguns cenões nessa licitação e ela nunca foi retomada de efetivo. Como a senhora pretende resolver esse impasse que se arrasta já há anos?
NL – É, referente ao corredor, eu acredito que Bento, hoje, a população está aumentando, número de carros também, enfim, É uma cosia que diria que temos que resolver uma coisa de cada vez. Eu acho que temos que rever o corredor de ônibus.
P – Quanto à licitação candidata. Minha pergunta é sobre a licitação para garantir a segurança jurídica e proporcionar investimentos no setor.
NL – Nós temos que fazer uma licitação com transparência, entre as empresas, com a presença do Ministério Público. Essa é minha intenção.
P – Quer dizer, começar do zero a licitação novamente, reunir as empresas e trabalhar essa questão ?
NL – Exatamente. Transparência, presença de Ministério Público e as empresas concorrentes.
P – A senhora acredita que antes disso é possível a integração das passagens. Hoje, todo mundo conhece alguma pessoa , principalmente as mais carentes, as mais necessitadas, que moram mais longe das áreas centrais, que precisam pegar dois, às vezes três ônibus por dia para ir para o trabalho, e mais outros dois ou três para voltar do trabalho .Quatro viagens, seis viagens, isso a um custo de R$ 3,40 a passagem. Aí você imagina como pesa no bolso da população mais carente no final do mês. Como fazer a integração das passagens? Essa é uma prioridade de um eventual seu governo?
NL – É. É possível a integração das passagens, mas para isso nós precismos de um terminal, de um terminal bem maior do que está ali. Então temos que ver um local para colocar um terminal realmente para poder fazer essa passagem integrada. Uma estação de trânsito que tenha um espaço maior, porque onde ele se encontra hoje, realmente tem trânsito de carros, de pessoas, enfim, não seria o local ideal. O compromisso nosso é fazer com que realmente essa passagem funcione e colocar um terminal também maior, em um local acessível, onde as pessoas possam fazer essa troca. E tem que ter toda a estrutura. Tem que ter o tempo de espera de um ônibus para a troca com outro, mas seria um dos problemas que ia resolver os problemas do transporte coletivo.
P – Que local seria esse? A senhora tem uma ideia? Nós tínhamos pensado na época em vários lugares. Hoje, temos ali no centro , que tem até estacionamentos rotativos, podemos ver e conversar com as pessoas , enfim, uma parceria público-privada, também poderia ser. Dois locais que existiam esse entendimento , que poderiam ser utilizados, seria o estádio da Montanha e também a própria rodoviária , transferindo a rodoviária. Isso poderia estar nos seus planos ou não?
NL – Na verdade hoje o Estádio da Montanha é o estádio do Rúgbi . Inclusive foi uma indicação minha enquanto vereadora.
P – Quer dizer, ninguém tira do Farrapos?
NL – É. Foi uma indicação. É um esporte que todas as pessoas gostam. Hoje, eu diria que o estádio enche, mas temos outros lugares que podemos estar revendo e como eu disse, estudando os locais, pegando técnicos e vendo onde seria o ideal, a implantação desse terminal.
P – Então sua ideia de transporte coletivo passa pela implantação de um terminal?
NL – Para que a passagem integrada funcione.
P – Com relação a essa questão da circulação do transporte coletivo nas vias centrais, faixas seletivas que foram encampadas ainda no ano passado e que geraram uma certa polêmica no início da sua implantação, como a senhora avalia esse sistema e se a senhora continuá-lo é possível ampliá-lo?
NL – Na nossa época fizemos um estudo e o técnico percebeu que não eram viáveis essas faixas seletivas pelo número de ônibus que transitavam no município . Foi feito um estudo e o estudo dizia que a linha tinha que se dividir em seis eixos principais , que cortariam a cidade, e também foi feito um estudo do corredor moveleiro , que seriam de 10,5 quilômetros para viabilizar mais a mobilidade dentro da cidade
P – Isso está sendo implantado nesse projeto de R$ 50 milhões
NL – Isso, dentro dos R$ 51 milhões do PAC, que conseguimos na gestão Lunelli do governo federal, que é para asfalto, seria para calçamento e abertura de ruas .
P – A senhora pretende dar continuidade a esse projeto que a senhora fala e mais ainda, é possível ampliar o número de vias asfaltadas. Como a senhora vê, por exemplo, a necessidade de construção de perimetrais , de criação de rotas alternativas, para ligar os bairros, ligar as áreas norte e sul , leste -oeste , sem passar pelo centro da cidade?
NL – Eu quero destacar aqui uma questão também do porto seco, que seria onde os caminhões pesados chegam na cidade e parariam nesse porto seco e esse produto seria levado em carros menores para dentro do município.
P – É possível a senhora tratar sobre a questão das vias urbanas como asfaltar a ligação norte-sul, a leste-oeste.
NL – Sim. Tem a ligação norte-sul através de um projeto que ra do governo Lunelli, a VLT. O veículo leve sobre trilhos. , que ligaria Santo Antão ao bairro São Roque.
P – Isso é possível fazer?
NL – É possível fazer.
P – Como? Com que recursos?
NL – Recursos federais, porque hoje a gente sabe que o trem a gente sabe é a maneira mais rápida , mais barata e econômica de transportar o trabalhador.
P – Mas seria caro implantar. A gente teria problemas com horário, problemas com a bitola dos trilhos, seria um projeto de médio e longo prazo . O que fazer hoje para a gente resolver esse problema de mobilidade. A gente sabe que cada vez tem mais carros na cidade, cada vez mais pessoas dirigem carros. O que fazer para a gente desafogar um pouco do trânsito na área central . Há ideias, por exemplo, da gente fazer uma rota alternativa , asfaltando vias dentro dos bairros para ligar por exemplo São Roque à zona central, sem pensar em VLT, que é coisa para .
NL – Abrir novas rotas dentro da cidade, asfaltar, abrirmos ruas , enfim, para poder dentro dos bairros. Precisa ser feito um estudo técnico. Tínhamos feito na nossa época, , onde tinha um técnico que passou em todos os bairros e viu dessa viabilidade de melhorar o trânsito de Bento Gonçalves. Hoje em dia melhorar ainda mais o transporte coletivo , de repente, colocar mais ônibus para que a pessoa realmente deixe seu automóvel em casa. , que tenha mais horários nos horários que as pessoas saem de casa e vão para o trabalho. Seria melhorar ainda mais, que o transporte é bom, mas podíamos melhorar ainda mais. Acredito que nesse sentido.
P – A senhora tem ideias de construção de novos sistemas binários, por exemplo, ou implantar as sinaleiras inteligentes para a melhor fluidez do tráfego na área central? A gente está enfrentando um verdadeiro caos na área central , onde não são mais as sinaleiras que organizam trânsito é o próprio fluxo que organiza. A gente vê sinal aberto e carros parados porque não tem como se mexer . A gente vê sinal fechado e os carros andando.
NL – É. As sinaleiras nós queremos colocar, na verdade junto à mobilidade urbana, um departamento que vai trabalhar todo esse lado da, junto, que vou falar depois, da guarda municipal, , onde ficaria a sincronização das sinaleiras. Por que? Através do comando da sincronização, em horários de maior fluxo, a pessoa pode estar regularizando através desse QG central. Através de videomonitoramento. Até o Samu, quando tem um acidente grave, essa pessoa, através dessa central, pode estar monitorando , indicando rotas mais alternativas. Então queremos colocar junto à mobilidade.
P – Essa é uma questão que tenho aqui: é ampliar o sistema de videomonitoramento, não somente fisicamente, mas a utilização dele. Como fazer? É preciso implementar uma nova tecnologia, nisso?
NL – Uma nova tecnologia
P – Há recursos para isso? Os recursos sairiam de onde para essa questão? Comprar mais câmeras e mudar esse sistema e ter funcionários efetivos que possam fazer esse trabalho que a senhora fala?
NL – É. Na verdade, nós implantamos 20 câmeras de videomonitoramento e nós queremos implantar mais. Essa pessoa que vai estar junto a esse departamento, uma pessoa consegue fazer esse trabalho em conjunto, que esqueci de dizer, com a Brigada Militar. A Brigada e o poder público iriam trabalhar em conjunto . Os recursos seriam recursos próprios da prefeitura . Vamos economizar mais de um lado e vamos investir na segurança. Então recursos da prefeitura e porque não projetos que vou reativar a central de projetos , em busca de projetos através de recurso federal.
P – A senhora fala em investir na segurança. Hoje, temos dois investimentos , digamos assim, claro não estou falando aqui em iluminação pública, em construção de urbanização na cidade, que também são investimentos em segurança.. Mas especificamente, temos um modelo de policiamento comunitário, que hoje não está funcionando, em que o município paga o auxílio-moradia para cerca de 20 policiais, com os 21% da área azul, via Consepro. Eu lembro que o governo do seu irmão tentou modificar essa situação, alegava que havia irregularidades, na questão do Consepro receber verbas públicas, por ser uma Fundação e quis fortalecer o Consecom , que é o Conselho de Segurança Comunitária, nesse sentido. A administração atual reviu todo esse processo e continua trabalhando com o Consepro , inclusive fortalecendo essa participação como um grande guarda-chuva da segurança pública. Assistimos no CIC o lançamento de um projeto para remunerar o Conspro, para que as pessoas possam pagar uma taxa possam contribuir mensalmente para ampliar o Consepro. Isso porque, muitas vezes, o município não participa tanto com verbas para coisas comezinhas , como a gasolina, o conserto do pneu. Como fazer isso? Como o município pode trabalhar essa questão para ampliar o policiamento comunitário?
NL – É, na verdade hoje existe , como você diz, o policiamento comunitário e não funciona . Eu não sei, temos que rever a lei, hoje, eles ganham R$ 600 de aluguel . Na verdade, em outros municípios, o auxílio é bem maior , pago para o aluguel de um brigadiano, fica em torno de R$ 1000. Acho que temos que rever, dentro da lei, porque temos a lei aprovada na Câmara de como aumentar esse valor do aluguel para chamar mais brigadianos, para que Bento seja um atrativo para que os brigadianos viessem para cá.
P – Porque o custo de vida é alto.
NL – Porque o custo de vida é alto. Então, de repente, muitos brigadianos não estão vindo.
P – Mas não depende disso também. Não é uma opção do brigadiano vir para cá né?
NL – Claro, ele vem se ele é designado, mas junto a isso queremos fortalecer nossa segurança , que o cargo da guarda municipal foi criado em 2012, eu enquanto vereadora aprovei o cargo, .
P – A possibilidade de ter a guarda municipal está criado. Isso é uma prioridade de seu governo?
NL – É uma prioridade a implantação da guarda, porque muitos dizem que não dá certo, mas sabemos que várias cidades como Caxias do Sul, Novo Hamburgo e São Leopoldo hoje está dando certo.
P – Me parece que é uma questão conceitual. Há quem diga que a guarda municipal somente pode trabalhar como uma guarda patrimonial e há quem diga que a guarda municipal, como nesses municípios que a senhora citou eles podem usar inclusive armas letais e realizar o policiamento ostensivo. É este modelo que a senhora quer adotar?
NL – É. O nosso projeto-modelo é a guarda ostensiva e patrimonial, foi aprovado. A patrimonial é aguarda que cuida dos patrimônios, praças, que vemos todas as praças abandonadas, inclusive a do Fátima. Que é a melhor praça de Bento, que implantamos no governo Lunelli, e hoje, está lá abandonada e sem guarda. Então a patrimonial cuidaria desses patrimônios e a ostensiva. A ostensiva é a guarda que vai dar suporte para a Brigada. Ela iria usar aquela arma taser, arma que paralisa. Quando implantamos o projeto, fomos em vários municípios vistar a guarda. Fomos para Vacaria, para Canoas, para ver o modelo de guarda municipal. Eu acredito que a gente somente vai saber se vai dar certo se a gente implantar.
P – Um concurso público precisa ser realizado, é treinamento . A senhora pretende implantar isso desde o início do seu governo , realizar um concurso ainda no primeiro trimestre, ou no primeiro semestre para que ela possa, quem sabe , estar em funcionamento no segundo semestre de 2018?
NL – Com certeza, porque a demanda da sociedade é muito grande. As pessoas estão clamando muito ´por segurança. Então, com certeza, vamos sentar e tomar providências imediatas quanto à guarda municipal. Porque a gente quer criar, a gente quer que funcione, e a gente quer que as pessoas se sintam mais seguras, simplesmente por ver uma pessoa no bairro, na rua, a pessoa que vai querer fazer alguma coisa errada, ela vai pensar duas vezes, a presença de um guarda municipal, é o que a gente ouviu, pelo menos, que está dando certo em outros municípios.
P – Candidata, outra demanda das pessoas, como segurança, que a senhora acabou de falar é o emprego. A gente percebe que Bento Gonçalves não é uma ilha , está sofrendo o desemprego por conta da crise, que assola o país já há alguns anos. Aquela ideia que Bento vivia um período de pleno emprego acabou. Ela ficou no passado. Então eu gostaria de saber quais os seus planos para estimular a presença, por exemplo, de empresas. Entra ano, sai ano, a gente percebe que estados vem aliciar as nossas empresas , vem oferecer dentro da guerra fiscal, benefícios para que as empresas saiam de Bento Gonçalves. Algumas empresas já saíram de Bento Gonçalves, outras estão sempre ameaçadas de sair, . Além disso, hoje a gente não tem espaços para expansão industrial é sempre um problema burocrático . O que fazer para gerar emprego, para manter essas empresas gerando empregos em Bento Gonçalves?
NL – Nós vamos querer implantar um distrito industrial para as pequenas e médias empresas .
P – Um novo distrito industrial. Há área para isso?
NL – É. Nós não temos área, mas nós temos que fazer um estudo para ver. Tem áreas, mas a gente não saberia qual.
P – Lá para o lado de São Valentim?
NL – Isso, a expansão acredito que seja para aqueles lados, para os lados de São Valentim, minha terra natal. Tem muitas pequenas microempresas de porão que não têm onde se instalar . Vamos criar, implantar incubadoras, e colocar todas as empresas em um local só, para que essas pessoas possam ter um local acessível porque hoje elas trabalham sem condições e sem incentivo algum Então foram vários pedidos desses microempresários , que têm muitos aqui em Bento, Um microempresário me falou que têm mais de 200 microempresas de porão . Então seria uma forma do gestor público estar incentivando as empresas
P – Há uma ideia de inovação? De uso de tecnologia?
NL – Hoje todas essas microempresas têm o MEI, do microempreendedor individual, essas empresas teriam que estar dentro do MEI para que fosse contemplada.
P – Mas a senhora não tem um plano estratégico de criar um anova matriz econômica na cidade. Por exemplo, vamos investir em empresas que adotem inovação industrial, empresas que adotem novas tecnologias startups.
NL – Não. Temos interesse sim, quanto mais a empresa investir até me sustentabilidade , nós vamos dar incentivo. Especialmente, até em sustentabilidade. Inclusive, tem um projeto meu, selo verde, que é um projeto que fiz em que a empresa que trabalhar da forma sustentável iria ter um incentivo que seria estudado junto ao poder público , como seria dado. Empresas verdes.
P – Uma das questões que vinculam a sustentabilidade é a questão do lixo , transformar o lixo, por exemplo, em energia,É possível a gente criar uma usina de biomassa , alguma coisa nesse sentido? Estaria no seu plano de governo?
NL – Eu até me informei porque nós tínhamos essa ideia, enquanto governo Lunelli, e eu vereadora, temos possibilidade sim, mas somente Bento não comporta. Nós teríamos que fazer u consórcio, um convênio com os outros municípios para poder ter essa usina, para transformar energia. É possível, mas juntamente com outros municípios.
P – A senhora vem do interior. Como estimular o crescimento do turismo no interior e assim estimular a permanência do jovem?
NL – Sou filha de agricultores com muito orgulho e dizer que tenho muito respeito a todos os agricultores, que são eles que transportam o produto para nossa cidade. Eu quero abrir um adendo , depois respondo a tua pergunta, que nem estradas dignas esses agricultores têm. O agricultor se encontra abandonado . As estradas, eu não sei como eles conseguem chegar até acidade . Eu acho que o carro deles deve viver na oficina. Primeira coisa para o jovem ficar no interior é pelo menos ter estrada decente para transitar.
P – Asfalto no interior é fundamental?
NL – É fundamental. Eu já ia chegar no asfalto. Nós temos um projeto de 100 quilômetros de asfalto no interior, modelo europeu, a cada 300 metros um recuo, estrada de tês metros de largura e a cada 300 metros existiria um recuo. Esse asfalto no interior contempla vários distritos . Todos os distritos. Eu não saberia te dizer agora porque temos rota toda , mas todos os distritos seriam contemplados
P – Onde estaria o financiamento para isso?
NL – Através do governo federal . Projeto encaminhado ao governo federal.
P – O governo federal em crise, sem recursos, o governo federal já anunciando que os investimentos vão ser congelados em 20 anos. Como a senhora imagina que seja possível conseguir recursos para investir em asfalto no interior do governo federal?
NL – Através de projetos e nós tínhamos no governo Lunelli um projeto mais audacioso: comprar uma usina de asfalto, asfalto frio, que é uma usina mais barata. Então eu não sou técnica, mas, juntamente, com os técnicos e as pessoas que vão compor meu governo nós vamos ver a possibilidade. Se é possível comprar usinas de asfalto, nós vamos comprar, a usina de asfalto frio.
P – E aquestão do turismo no interior?
NL – Se tem asfalto, o agricultor certamente vai montar seu próprio negócio. Vou colocar um exemplo, Caminhos da Eulália, onde tem o Gásper, hoje, o ônibus não desce. Ele não faz a rota no vale. O Vale Aurora é um dos lugares mais lindos, não tirando a beleza do Vale dos Vinhedos, o Vale Aurora é de uma beleza encantadora. Os 100 quilômetros e asfalto contemplam o Vale Aurora.
P – 100 quilômetros de asfaltos é esse programa que a senhora quer implantar?
NL – Do interior.
P – Em quatro anos?
NL – Em quatro anos ou a mais, alongo prazo. Tem muito projeto que quatro anos é muito pouco. No nosso governo Lunelli, tanto é que as obras estão sendo concluídas agora , entregues agora. Nós começamos o primeiro ano somente implantando projetos e os três anos a gente não conseguiu concluir. Então a gente vai encaminhar os projetos, não quer dizer que a conclusão vai ser feita em quatro anos. Ela poderá vir nos outros quatro anos.
P – Mas a senhora acredita que seja viável isso, seja viável ter recursos para poder prometer 100 quilômetros de asfalto no interior?
NL – É. Nós vamos fazer o possível para que esses colonos sejam contemplados, porque até vai aumentar mais o turismo de Bento Gonçalves.
P – A infraestrutura pode ser um fomentador do empreendedorismo no turismo, sem dúvida, mas há outras questões que o poder público pode fazer, como por exemplo, criar incentivos para estimular a criação de novos produtos turísticos, ou estabelecer novas rotas ou mesmo aquela ligação que se falava muito do Vale Aurora com o Vale dos Vinhedos , que já não se fala mais, as ciclovias no interior, nos vales. Como a senhora vê isso? Essa participação decisiva do poder público nesse incremento dos produtos turísticos?
NL – É, falando em ciclovia, eu acredito que pela estrutura do município, o interior é feito de vales e montanhas, não sei se seria viável, mas o asfalto que vai ligar o Vale dos Vinhedos ao Vale Aurora ,, inclusive o Vale do Rio das Antas, se começarmos a asfaltar aquela rota turística aqui antes da ponte podemos desenvolver mais ainda o turismo. Hoje, o turismo se concentra mais em Caminhos de Pedra e Vale dos Vinhedos, até porque já existe o asfalto, mas se fizermos essa rota turística com asfalto de 100 quilômetros, com certeza vamos aumentar ainda mais o turismo em Bento Gonçalves.
P – Candidata, agora um pingue-pongue. Fenavinho, 50 anos da Fenavinho, em 2017?
NL – Primeira coisa, a Fenavinho é uma festa que leva o nome de Bento, acho que uma das melhores festas que Bento já teve, mas antes de falar em Fenavinho, sabemos que temos um a dívida, de mais e R$ 1 milhão. Eu acho que antes de pensar em fazer outra Fenavinho, temos que rever a dívida e quitar a dívida.
P – Quem fará isso?
NL – Tivemos uma CPI para apurar a dívida da Fenavinho e foi encerrada antes de começar mesmo.
P – Candidata, a Fenavinho, como lidar com essa questão da dívida? A senhora mesmo disse, mais de R$ 1 milhão. Essa dívida hoje está em nome de uma OSCIP que tem o naming rights? Como equacionar esse problema para poder fazer uma Fenavinho
NL – É, primeiro vamos ter que sentar para ver como vamos quitar essa dívida. Quando essa dívida for paga, nós vamos repensar em retomar a Fenavinho.
P – Quem vai quitar, o município?
NL – É aí temos que sentar e ver se o município tiver condições de quitar a dívida, mas temos outras prioridades. Não vamos quitar, por exemplo, uma dívida da Fenavinho de R$ 1 milhão enquanto é preciso investir em educação e em saúde.
P – Isso que dizer que a Fenavinho não será uma prioridade?
NL – É, ela será prioridade depois que nós revermos essa dívida.
P – Então a gente imagina que em 2017 não teremos Fenavinho, se caso a senhora for prefeita?
NL – Até porque seria, segundo não sei se foi anunciado no ano passado , que em 2016, teríamos a escolha da rainha da Fenavinho, agora em 2016. Estamos terminando setembro e não tivemos a escolha da imperatriz do vinho. Não podemos pensar em Fenavinho em 2017, sabendo que não temos nem a imperatriz do vinho e também sabemos que existe uma dívida.
P – Será melancólico 50 anos sem a festa para comemorar?
NL – Nós vamos primeiro rever tudo e depois pensar em fazer uma Fenavinho. Realmente uma Fenavinho sem dívidas.
P – Centro administrativo?
NL – O centro administrativo era um projeto que já tínhamos no governo Lunelli. Em 2012, nosso projeto era lá em cima na frente do ginásio de esportes, naquele campo,
P – Depois mudou, foi para a Fenavinho, aquele projeto mirabolante da Fundaparque.
NL – Isso, que ia ter um centro de convenções, enfim, aí a gente saiu do governo e não saiu do papel.
P – O que pensa Neilene Lunelli?Um eventual governo de Neilene Lunelli?Faz o centro administrativo onde?
NL – Nós vamos fazer sim ,que somente com os aluguéis pagos hoje nas secretarias dá para a gente construir um centro administrativo e sobra dinheiro. Prioridade sim a construção de um centro administrativo. Local temos que ver com os técnicos, tínhamos vários locais, como eu não sou técnica eu vou esperar para decidir junto com a minha equipe que vai compor o governo, mas é prioridade o centro administrativo.
P – Tamanho da máquina pública, redução de CCs, secretarias?
NL – Primeira coisa que eu vou fazer no nosso governo, eu e o vice Paulo, é a redução dos cargos de confiança , vou tirar os adjuntos.
P – Secretário-adjunto não vai mais existir?
NL – Não preciso ter secretário-adjunto. Nós trabalhamos no governo anterior sem secretário -adjunto e nem por isso deixamos de trabalhar.
P – Dá para dizer um percen tual de Ccs que a senhora vai cortar?
NL – Hoje eu não saberia, porque não tem no portal de transparência quantos Ccs a prefeitura tem. Então eu não saberia dizer quantos eu vou cortar, porque eu não tenho esse número de Ccs.
P – Neilene, o PT deixou o governo em 2012 assolado em denúncias de corrupção e descontrole financeiro, deixando dívidas ao final do governo, como a senhora avalia essa repercussão hoje, na sua candidatura?
NL – Em 2012, nós saímos da prefeitura e falou-se em uma dívida de R$ 51 milhões, que até hoje não foi comprovado onde estava essa dívida. Quando se fala em dívida, hoje, a dívida deles é maior, se fala em R$ 100 milhões,q ue a dívida deles duplicou a dívida. Quando se fala da questão empréstimos, que são , enfim, financiamentos a longo prazo, a dívida consolidada, hoje, é isso, na época do Lunelli era rombo. Então para ti ver como as coisas são vistas de uma maneira diferente.
P – Mas candidata, houve efetivamente um rombo?
NL – Houve um rombo na época.
P – Menos que isso, com certeza, mas houve.
NL – Houve dentro da secretaria de Finanças que é a Luana, a contadora Luana, um rombo de R$ 360 mil, que está sendo julgada.
P – Houve pagamentos indevidos, houve empenhos dobrados, uma série de irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas.
NL – Na verdade, ela foi colocada lá para justamente bagunçar a secretaria de Finanças.
P – Ela foi colocada lá por quem, a senhora acha?O PT confiou demais em pessoas que não devia ou não tinha quadros adequados ou colocou gente desqualificada dentro do governo?
NL – Quando a gente contrata um CC a gente dá liberdade para aquela pessoa contratar uma outra pessoa. O grande erro nosso, do meu falecido irmão foi em confiar em pessoas que não devia. As contratações todas deveriam ter passado por ele. São erros que não vão mais ser repetidos.
P – Naquele momento, candidata, o Partido dos Trabalhadores tinha uma coligação maior do que a que tem hoje. Mesmo assim precisou recorrer, nesse caso específico, a um secretário que veio de outro município e, em tese, teria feito todo esse esquema , que corrompeu a prefeitura de Bento Gonçalves e que até hoje tem marcas. Hoje, vocês têm apenas o PC do B e têm o PT do B, que é um partido irrelevante na história política de Bento Gonçalves hoje em dia. Como a gente pode acreditar que a senhora terá um secretariado de qualidade e uma base de apoio para evitar , por exemplo, problemas como esse?
NL – Muito ao contrário do que nove partidos coligados, como você falou, nós somos três partidos pequenos, PT, Pc do B e …
P – Eu falei que no governo e Roberto Lunelli havia mais partidos
NL – Havia mais partidos. Na verdade, nós não temos dentro dos nossos três partidos coligados, poucas pessoas técnicas, mas nós não temos que ver o lado cargos políticos, nós temos que ter cargos técnicos, justamente para a secretaria funcionar , nós temos que ter pessoas técnicas e que entendam realmente o que vão fazer.
P – Gente com compromisso com a cidade?
NL – Com compromisso com a cidade.
P – Não exportando mão de obra
NL – Que tenha compromisso com o morador, que tenha compromisso com a sociedade e , principalmente, compromisso de trabalhar , de trabalhar muito para nossa comunidade
P – O que a senhora acha que houve naquele período. Houve má-fé do prefeito. Houve problemas com os quadros de primeiro escalão ou houve apenas uma imaturidade política?
NL – Na verdade, o passado, a gente não pode voltar atrás, não pode consertar os erros, hoje, essas pessoas estão todas sendo julgadas Às vezes a gente faz justiça, fala coisas que não são verídicas, e eu tenho passado isso. Meu próprio irmão, o Lunelli a gente sabe que ele passou por várias coisas e foi julgado por coisas que ele não cometeu,Por coisas que ele não tem feito. E eu também não vou julgar essas pessoas que estavam na secretaria . Eu gostaria que o Ministério Público e a justiça julgassem todas essas pessoas.
P – É preciso que a justiça julgue tudo o que aconteceu…
NL – Eu não gosto de fazer julgamentos antecipados , porque eu também não gosto que me julguem. Então eu gostaria que a justiça fizesse o julgamento e apurasse todos esses fatos.
Entrevista de Rogério Costa Arantes