A audiência de mediação para discutir o dissídio dos trabalhadores metalúrgicos em 2016 terminou novamente sem acordo. Realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) nesta segunda-feira, dia 22, a reunião foi mediada pelo desembargador João Pedro Silvestrin.
Segundo o diretor do Simecs, Getúlio Fonseca, a proposta patronal é de 2% retroativos para junho e julho, 5% de reajuste de agosto a novembro e 9,82% a partir de dezembro, sempre tendo como referência a base.
Fonseca ainda destaca que a proposta conservadora visa a manutenção do emprego em Caxias, já que em julho o número de demissões na cidade ainda foi alto. “Nós fechamos julho com 494 novas demissões. Isso realmente nos assustou e levamos isso para a mesa de mediação. Me parece que não há uma preocupação do sindicato dos trabalhadores em manter os empregos e sim aproveitar o momento de fragilidade para tirar um índice maior”, reclama. “Logo logo nós teremos o décimo terceiro. Já está sendo difícil manter a folha, imagina agora chegar ao final do ano aumentando o índice”, defende Fonseca.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Claudecir Monsani, reconhece que a proposta apresentada pelo sindicato patronal avançou, mas destaca que os trabalhadores esperam que a reposição integral da inflação deve ocorrer na data-base, que é primeiro de junho. “Tivemos um pequeno avanço nas negociações, mas não chegou ainda ao ponto que achamos razoável para poder em apreciação para toda a categoria. O patronal tem se posicionado de uma forma muito radical, repondo um número muito pequeno na data-base. Nós entendemos que a data-base deve ser respeitada e dar o maior percentual possível em cima dessa data, porque o trabalhador fica na expectativa dessa reposição em junho. Isso é histórico para nossa região”, argumenta Monsani.
Uma nova reunião de mediação está marcada para o próximo dia 12 de setembro. Os sindicatos, no entanto, esperam chegar a um acordo antes dessa data.